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Lexa Debnam's Point Of View

                             

Eu acordei sentindo um leve carinho em meu rosto, ao abrir meus olhos me deparei com Clarke encarando-me.

                             

Apesar de tudo, ter Clarke ali comigo me passava segurança.

                             

Em todos esses anos nunca houve alguém que realmente cuidasse de mim da forma que ela cuida, meus pais nunca permitiram que meus irmãos tivessem contato comigo depois que eles me batiam.

                             

- Como se sente? - A latina indagou.

                             

- Bem. - Minha resposta não passou de um sussurro.

                             

Encarei aquele par de olhos azuis por um momento e senti como se Clarke estivesse olhando para minha alma, vendo todas as feridas e lacunas que haviam ali, mesmo depois de anos, as feridas continuavam a sangrar, eram como uma hemorragia e eu definitivamente não sabia como estancar.

                             

- Você está tão machucada, Lexa, não só fisicamente. Seus olhos são como o reflexo da sua alma, eu consigo ver. - Clarke falou enquanto colocava um mecha de meu cabelo para trás.

                             

- Isso não é algo que eu deixo as pessoas verem. - Respondi calmante.

                             

- E por que está me deixando ver? - A mexicana indagou.

                             

- Eu confio em você o suficiente para me mostrar, sem máscaras, sem armaduras, sem filtro, apenas eu mesma. - Falei enquanto sentava na cama.

                             

Clarke era o tipo de pessoa que entra na sua vida sem permissão alguma, deixa você um caos, mas no final continua ali para arrumar toda a bagunça que está dentro de você.

                             

Sem que nenhuma palavra fosse dita, a latina ficou de joelhos na minha frente e selou nossos lábios.

                             

Os lábios macios de Clarke acariciavam os meus em um movimento calmo, mas o suficiente para fazer com que eu me arrepiasse, a sensação de tê-la tão próxima à mim era inexplicável, era sempre uma sensação diferente, a emoção que eu sentia era a mesma que senti a primeira vez que a beijei, mesmo depois de todo esse tempo essa sensação nunca mudou.

                             

- Obrigada por confiar em mim. - Ela sussurrou contra os meus lábios.

                             

Depositei um selinho em seus lábios e com certa dificuldade peguei meu celular no criado mudo, passavam das 08:00AM e eu deveria levantar ou meus pais viriam ao meu quarto.

                             

Em todas as vezes que eles me bateram na manhã seguinte parecia que nada tinha acontecido, eles tomavam café da manhã com tranquilidade enquanto eu mal conseguia me locomover.

🄲🄻🄴🅇🄰 ✓ • 𝙰 𝙵𝚒𝚕𝚑𝚊 𝙳𝚘 𝚁𝚎𝚟𝚎𝚛𝚎𝚗𝚍𝚘 • 1TOnde histórias criam vida. Descubra agora