🄲🄻🄴🅇🄰 ✓ • 𝙰 𝙵𝚒𝚕𝚑𝚊 𝙳𝚘 𝚁𝚎𝚟𝚎𝚛𝚎𝚗𝚍𝚘 • 1T

PENÚLTIMO CAPÍTULO ✓

Clarke Griffin Point Of View

                   

A sensação de ter uma crise de abstinência é sufocante, literalmente sufocante, o ar dos seus pulmões parecem sumir e era exatamente assim que eu me sentia.

                   

As emoções estavam a flor da pele e eu só queria gritar.

                   

Eu acordei nos braços de Lexa e naquele momento eu desejei estar drogada porque tudo o que havia acontecido na noite passada estava completamente nítido em meus pensamentos, cada detalhe, cada lágrima, eu lembrava tudo.

                   

Com calma eu saí do abraço possessivo de Lexa, as expressões faciais da garota mostravam o quão cansada ela estava.

                   

Segui em direção ao banheiro em passos arrastados, eu me sentia extremamente cansada e triste, meu peito estava apertado e eu definitivamente não sabia o que fazer para aliviar aquilo.

                   

Me olhei no espelho por alguns instantes. As olheiras ao redor de meus olhos estavam completamente visíveis, meu lábio inferior estava um pouco machucado, observei a palma das minhas e pude notar as pequenas marcas em uma coloração entre vermelho e roxo devido o aperto de minhas unhas.

                   

As minhas crises de abstinência se intensificavam com o decorrer do tempo, a última vez que eu cheguei a algo parecido como ontem foi quando meu pai me deixou de castigo, mas eu consegui fugir e me drogar.

                   

Todavia na noite passada eu estava disposta a lutar contra aquilo e de certa forma eu consegui, mas por quanto tempo?

                   

Resolvi ir para o meu quarto e fazer minha higiene matinal.

                   

Entrei no banheiro e rapidamente retirei as peças de roupa, foi inevitável eu olhar meu corpo através do enorme espelho que havia ali.

                   

Eu estava mais magra, os ossos saltados de minha clavícula afirmaram meu pensamento, a cicatriz em minha barriga ainda avermelhada entrava em contraste com minha pele.

                   

O que eu tinha feito com a minha vida?

                   

Liguei o chuveiro e deixei que a água fria caísse sobre meu corpo, a medida que a água molhava meu rosto algumas lágrimas se escondiam entre a mesma.

                   

Chorar enquanto tomava banho era uma das coisas mais comuns da minha vida e se alguém perguntasse se eu havia chorado a minha desculpa era dizer que o xampu caiu em meus olhos.

                   

Assim que eu saí do banheiro, uma Lexa esbaforida entrou em meu quarto.

                   

- Você está bem?! - Ela indagou visivelmente preocupada.