Lúcifer Narrando,
Ver ela parti com aqueles olhos que mesmo sem dizer nada diziam muito, me deixou quebrado eu sabia que a invasão seria pesada mas eu não iria contar isso a ela, não queria deixar ela ainda mais preocupada, se fosse a uns dias atrás ela estaria aliviada em sair daqui, mas agora acho os sentimentos afloraram e consequentemente o medo é o que mais fala alto. Estava equipado pulando sobre as lajes era muito tiro os botas já tinha subido mais da metade do morro, os rivais apareceram mas parecia que estavam junto com os canas pois andavam lado a lado, eu não podia morrer agora e nem ser preso, pois ser preso seria o mesmo que morrer. Agora que eu tinha um propósito eu não vou deixar que me derrubem.
— Chefe não vamos conseguir sai dessa vivo, a van já ta lá atrás, bora meter o pé, depois a gente volta mas agora precisamos ficar vivo.
Não posso sair daqui.
— Pensa na sua mina chefe, se eles te pegarem vão larga o aço, vem bora os crias já subiram tudo, falta só você. - Eu corria mas o coração parecia que ia estourar a qualquer momento, a adrenalina me consumindo e quando a van arrancou eu começei a tomar visão do que estava acontecendo e do que iria acontecer, todos os meus vapores estavam ali, fui informado que todo o nosso material foi escondido na mata bem no topo, só se soltarem cachorros na mata eles achariam. Pedi que me deixasse na clínica aonde Mia tinha ido, os caras seguiram para uma represa abandonada aonde era nosso esconderijo caso algo assim acontecesse, o doutor que era meu amigo me recebeu e disse que precisou dar um calmante para Mia, ela estava muito nervosa e tremia sem parar, eu tomei banho e ele me emprestou uma roupa de enfermeiro, liguei a tv baixinho para não acordar ela e as notícias era as esperadas, nada encontrado e nenhum envolvido preso, o alívio tomou conta do meu corpo, eu havia feito a escolha certa mas tinha em mente que isso não acabaria aqui, eles vão querer tomar posse do meu morro, mas sei também que a prioridade deles é a minha morte.
O computador da Mia estava ligado na página anônima, ela havia escrito uma enorme reportagem com as outras provas, agora até gente de do batalhão era envolvidos, me surpreendi com o final da matéria aonde ela dizia que eles queriam a minha cabeça pois eu sabia de mais e não pelo meu envolvimento no tráfico, ela tinha uma jogada de palavras que me deixava tonto, era algo chique porém devastador.
Eu apenas cliquei em publicar, não tinha porque esperar mais nada, e também não demorou muito para ocorrer comentários, curtidas e compartilhamentos, também não demorou a passar na tv, as informações vinham como uma bomba repleta de gasolina, era estrondoso e insano pensar que uma simples publicação poderia destruir a vida de alguém.
Os policias citados era os mesmos que comandavam a invasão, diante disso ficou um grande questionamento, em que a publicação poderia ser verdadeira, com isso a minha rede social começou a encher de seguidores, as pessoas não querem saber se você está certo ou errado elas querem ver o circo pegar fogo, e com isso dão ibope para todos envolvidos nas determinadas situações. Em menos de duas horas o morro não tinha mais ninguém invadindo, os próprios moradores fizeram barricadas para que nenhum carro subisse, os crias voltaram para o morro no sapatinho para não darem bobeira na estrada.
Porém eu permaneci aqui, vendo ela dormi e imaginando que eu seria feliz em ter um filho com ela, mas entenderia se ela não quiser ter filho agora caso ela não fique gravida, é seu corpo então é suas regras, mas que eu ficaria feliz há com certeza.
— Meu Deus é você mesmo, eu não sei por quanto tempo dormi, acho que tinha algo naquela água.
Você precisava descansar, estava nervosa e a água tinha calmante, eu estou aqui e estou bem não precisa se preocupar.
— Me conta o que aconteceu. - Eu sentei ao seu lado e contei tudo que tinha acontecido, ela respirava aliviada e agradeceu a Deus por eu estar bem, isso pode ter sido nada para ela, porém eu nunca tinha escutado alguém agradecer pela minha vida, e a cama momento ao lado dela eu percebia e entendia que tudo na vida tem um propósito. ainda não entendia qual era o meu, porém eu acreditava que ela na minha vida era mais que isso, era a minha Salvação.
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A JORNALISTA NO MORRO
RomansaUma estagiária tem a sua primeira matéria a ser escrita com exclusividade, se houver sucesso ela poderá ser efetivada no jornal local da cidade. Porém os desafios e as armadilhas do coração lhe farão por a prova o que de fato é mais importante na du...