Capítulo 25

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Mia Narrando,

5 messes antes,

Eu não cheguei a imaginar que me entregar para alguém iria me dar tantas dores de cabeça, tudo virou de ponta cabeça literalmente, e em nada foi por algum motivo bom, eu queria estar curtindo a minha gravidez queria estar tendo uma vida normal e no anonimato como sempre foi, eu me apaixonei pelo Lúcifer mas tenho plena certeza que não cheguei a ama-lo, poderia ter tomado a pilula mas fui sonsa ao bastante e as emoções do momento nem me deixaram pensar direito, eu só queria viver em paz, acho que por passar por isso sozinha tem me deixado mais vulnerável.

Eu precisei começar a terapia agora de verdade, e por um momento me fez bem, mas com o decorrer do tempo eu não me sentia nada legal. Era como se nada mais fizesse sentido, as matérias publicadas eram nojentas e a última que enviei para o Lúcifer era absurda só de ler, mas eu sabia que eles poderiam pensar assim, a fama dele e as filmagens mostravam um outro Lúcifer, esse que muitos tem medo, e por isso eles pesavam a mão, então eu parei de ler as matérias, e até de assistir o jornal, a  terapia eu não ia em todas as consultas e só queria ficar em casa deitada na minha cama, eu queria sair do país mas a policia não autorizou, na cabeça deles eu sou uma testemunha sob proteção, e sair do país para eles é como se o Lúcifer estivesse me ameaçando para que eu saia de casa e ele me faça refém, eu queria sumir e cometer alguma loucura pois viver assim estava me matando literalmente.

O médico resolveu fazer as minhas consultas em casa, e ele vinha aqui 3 vezes por semana e me ajudava em outros sentidos também. Mas eu me sentia mal, e fora da casinha dentro da minha própria casa, mas eu aguentava tudo o meu filho precisava de mim, e eu lutaria por ele.

Atualmente, 5 messes depois,

Eu não conseguia responder nenhuma mensagem do Lúcifer, e não era nada pessoal, minha nova linha também foi rastreada e eu não poderia cometer nenhum deslize sempre que vinha algum detetive aqui eles faziam uma grande pressão psicológica e eu me sentia definhar, tão cansada e cada dia com mais medo, mais angustiada e sem saber o que fazer da minha vida, não conseguir ir a rua e muito menos pensar em algo para decorar o quartinho do bebê. 

Então eu pensei em algo, muito arriscado claro, mas eu queria sair desse lugar e fugir, mas com escolta 24 horas na minha porta não seria possível.

Eu pedi ajuda ao médico amigo do Lúcifer, eu só queria sai da minha casa pedi que ele não falasse nada, eu precisava por a minha mente no lugar, para que eu pudesse ter um final de gestação tranquila, mas ai Lúcifer mandou uma mulher da sua confiança para trabalhar aqui, ela é boa, mas muito intrometida, eu só queria ficar quieta em silêncio e ela dizia que eu estava com frescura e que gravidez não era doença, e que por causa desse meu jeito todos estavam falando mal do chefe dela, e que com toda certeza eu estava inventando mil coisas só para prejudicar ele, pois na cabeça dela eu o acusei de todas as atrocidades que estavam sendo publicadas, eu queria gritar mas apenas me tranquei no quarto e chorei mais uma vez,  tinha virado rotina e a cada dia a minha mente estava me dando mais dores sendo traiçoeira e me jogando cada vez mais no abismo.

Vi no jornal que o morro havia sido invadido mais uma vez, mas não encontraram o chefe em nenhum lugar, minha porta foi aberta com brutalidade e dois homens mascarados entraram com armas na mão, eu cheguei a pensar que fosse o Lúcifer que queria me ver, mas que tola eu sou em pensar que ele se arriscaria de tal maneira, era homens do morro rival o mesmo morro que minha antiga colega de trabalho morava, eles queria me matar para vingar a morte dela, a moça que estava aqui a mando do Lúcifer é afrontosa até na hora errada falou de mais e levou dois tiros, um deles varou do outro lado e acertou a minha barriga, gritos e mais tiros foram disparados, mas eu não conseguia ouvir nem ver mais nada, o sangue que se formava ao meu redor tomava toda a minha atenção, eu pedia silenciosamente que meu filho ficasse bem e que a bala não tivesse o acertado, eu implorava de repente tudo se apagou, acordei não sabendo quanto tempo eu permaneci dormindo, mas eu sentia um vazio enorme na barriga e também no peito, ouvi os aparelhos apitarem rápidos e o médico que me atendia estava ali, nós tornamos amigos, mas aquele olhar eu nunca havia visto em seu rosto, e isso me causava muito medo.

— Fica calma, o médico que te atendeu já está vindo te ver.

O que aconteceu, a minha barriga porque esta tão vazia, aonde está meu bebe, eu quero meu bebe, trás meu bebe por favor.

— Eu preciso que fique calma, vamos te explicar tudo o que aconteceu. - Eu não conseguia me acalmar, e os aparelhos estava cada vez mais altos, entrou um médico e duas enfermeiras uma delas aplicou algo no meu soro e comecei a sentir meu olhos pesados e não conseguia mais mantes eles abertos, escutava longe vozes mas não conseguia entender nada, meu consciente se desligou e mais uma vez eu apaguei.

Sem respostas.

Sem sentir os chutinhos.

Sem o Lúcifer para me apoiar pelo menos uma vez nessa gestação.

Sem vontade de acordar.

-

— Mia dormiu por dois dias seguidos, a explicação do médico era clara sua mente não queria acordar e encarar a realidade, o seu bebê nasceu prematuro a bala acertou o seu abdomen, e ele não resistiu, o momento delicado e seu amigo médico estava ali, e mais uma vez Lúcifer não pode estar ao seu lado e compartilhar algum momento da gestação, seja ele no amor ou na dor. Mia não tinha nenhuma expressão ao acordar, ela apenas tinha um olhar vazio, ela já amava aquele bebê e mesmo sem saber o porque de tudo isso esta acontecendo na sua vida, ela tinha certeza que esse bebê seria alguém que ela queria proteger. Lúcifer sentado na sua sala vendo jornal ficou sabendo do ocorrido, ela achava que Mia tinha tirado a própria vida devido aos últimos acontecimentos, e quando soube a verdade se sentiu mal, e se amaldiçoou por não estar ao lado dela nesse momento, na realidade ele sabia que viver a vida que ele vivia não poderia se dar ao luxo de ter um amor e liberdade na mesma frase. Mas ele sentiu a perda, e a preocupação chegou como um soco no estômago, ele queria gritar e ir até o hospital, mas era covarde de mais, e o medo de perder a sua liberdade o faria perder alguém que poderia ser a sua pessoa, para sempre.

Há momentos na vida que deixar para depois pode ser crucial para o fim...

A JORNALISTA NO  MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora