Questões

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Assim que percebeu que sua mãe havia adormecido, Shotaro fechou a caixinha com o pingente e se levantou da cama. A conversa que tiveram jamais seria esquecida, assim como o momento em que decidiram buscar pela paz que tanto precisavam, ou, pelo menos, um pouco dela.

Antes de sair do quarto da mais velha, se certificou mais uma vez que ela estava dormindo tranquilamente, sem nenhuma expressão de dor por causa da queda na escada. Deixou um beijo em sua testa e finalmente saiu do cômodo, ainda carregando a caixinha.

Embora tenha deixado claro que não precisava daquela joia, o garoto mudou de ideia. Foi após se lembrar de sua irmã que sua mente se tornou mais calma e, ainda pensando nela, aceitou ficar com o pingente.

Não se importava muito com o valor dele, mas aquele momento, junto de suas lembranças de sua irmã, o impedira de recusar. Era muito mais sobre a memória dela do que uma grande ajuda para seu futuro, por isso não o trocaria por nada.

Após guardar a caixinha no armário de seu quarto, Shotaro ouviu sua barriga roncando. Tinha se esquecido de que não comeu nada naquele dia. Como sua mãe estava dormindo no momento e não pôde ir até o mercado pela manhã, ele resolveu cozinhar algo simples e rápido, como lámen, apenas para não continuar com fome.

Permaneceu mais algumas horas em casa, sempre atento se caso sua mãe acordasse e, assim, pudesse levar algum alimento para ela.

Enquanto estava em seu quarto, Shotaro ouviu seu celular tocando. Estranhou um pouco, pois não era hora de Sungchan ligar para ele. No entanto, viu que era Hendery. Fazia alguns dias que os dois só conversavam por mensagens, então rapidamente ficou ansioso para ouvir sua voz.

- Alô?

- Taro? Está me ouvindo?

- Estou sim, Dery – disse o mais novo.

- Que bom que atendeu. Como está? – ele também parecia um pouco ansioso do outro lado da ligação.

- Estou melhor do que possa imaginar – sorriu sincero, percebendo que não estava se sentindo mais inseguro ou perdido dentro da própria casa. – E você?

A ligação ficou alguns segundos em silêncio, mas voltou a ouvir a voz dele antes que perguntasse outra vez.

- Fico feliz que esteja bem. Eu estou agora mesmo tentando me segurar para não sair correndo antes de te contar a notícia que recebi há poucos minutos.

Shotaro ficou curioso assim que ele parou de falar, tentando imaginar diversas coisas que poderiam deixar o amigo tão animado.

- Então me conta! Não é bom me deixar tão curioso assim.

- Você não vai acreditar, assim como eu até agora não estou – fez uma pausa para respirar e voltou a falar. – Hyuck me ligou.

- O quê? – cobriu sua boca por quase gritar surpreso.

- Isso mesmo. Quando nós menos esperamos, ele entra em contato para dizer que está vivo – riu ainda desacreditado, deixando o mais novo chocado.

- Ele está bem?

Era um alívio saber que Donghyuck havia ligado para o Wong, mas ainda tinha dúvidas do que foi seu sumiço de repente.

Não apenas o sumiço dele.

- Disse que sim, mas a conversa durou bem pouco. Ele parecia um pouco cansado e ofegante quando me ligou, como se estivesse acabado de correr. Quando eu estava perguntando sobre sua viagem, ele me cortou e disse que queria ver você e eu ainda hoje. Dá para acreditar?

Shotaro franziu o cenho, confuso demais para ficar animado do jeito que o amigo estava. Aquilo estava muito estranho.

- Não... Não dá para acreditar – sussurrou mais para si mesmo do que ao amigo. – Você tem certeza disso?

Young and Pure - SungtaroOnde histórias criam vida. Descubra agora