XXI. O reencontro

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Olhos brilhando, sorrisos irradiando o ambiente. Em meio a tanto caos, não parecia que um momento de felicidade verdadeira seria possível. Palavras não seriam capazes de expressar tal magnitude era visível em seus olhos. Mãe e filho, ambos repletos de mágoas e arrependimentos finalmente poderiam se acertar. Leon não poderia estar mais radiante naquele momento, que irradiava tensão, mas que por um segundo era tudo pacífico.

Ele se aproxima de sua mãe e cai em um abraço profundo e silencioso. Um abraço que parecia acolher todos os medos, todas as inseguranças e tudo o que o preocupava. O mesmo abraço refletia para Cindy, que também caía em lágrimas e se sentia mais segura e despreocupada, agora que sabia que um de seus filhos estava bem.

Com o término daquele abraço, Cindy olha para a cara cansada e para as manchas de sangue na roupa de Leon e solta um longo suspiro de alívio por vê-lo bem, mas logo se torna em uma onda de preocupação, dizendo:
- O que... aconteceu? - Fala Cindy - Você está bem? - A mulher olha com o mesmo semblante preocupado para o filho, que perpetuava agora em sua face.
- Ta tudo muito confuso - Fala Leon - A professora pediu para que esperássemos até a chuva passar e... tudo virou de cabeça pra baixo.
- O que aconteceu aqui? - Fala Cindy olhando a cena catastrófica com sangue e morte para todos os lados.
- Estão todos... mortos - Fala Leon em lágrimas - Ela matou todos eles.
- Ela? Ela quem? - Fala Cindy, agora chacoalhando levemente os ombros do menino com as mãos.
- A Ellen - Fala Leon agora contendo suas lágrimas.
- Como? - Fala Cindy - Você a encontrou?
- Sim - Fala Leon - mas... não ela não é a mesma que você conheceu - Continua o garoto - Essas coisas, que estão causando tudo isso... entraram nela...
- Entraram? Como assim? - Cindy começa a se desesperar.
- Eu.. não sei - Fala Leon - Possuíram o corpo dela, fazem coisas no lugar dela, dizem coisas... horríveis.
- São... os alienígenas? - Fala Cindy o encarando preocupada.
- Você.. já sabe sobre eles? - Fala Leon.
- Mais do que isso... acho que sempre soube - Fala Cindy - Antes de vir até aqui tive que enfrentar um velho demônio, que por anos imaginei ser fruto da minha imaginação...

Cindy horrorizada em observar as semelhanças daquele homem que a acolheu e começar a imaginar que aquele ser possa ser o mesmo que acarretou seu trauma em 1999. A mulher segura as lágrimas e respira fundo, pensando em buscar mais evidências de que seu pensamento fosse real:
- Está tudo bem? - Fala o homem - Você parece meio desnorteada... essas fotos te assustaram foi? - Fala o homem novamente, em um tom mais irônico agora.
- Não... apenas fiquei mais curiosa sobre isso - Fala Cindy respirando fundo e encarando o homem novamente. Olhar suas feições agora parecia ainda mais traumático sendo como olhar para um velho inimigo.
- Já ouviu falar sobre o caso do suposto demônio que atacou uma comunidade rural na década de 80? - Fala o homem
- Aquele assustador que viviam falando nos casos de lendas urbanas? - Fala Cindy se aproximando curiosa.
- Sim... você se lembra do quão horripilante era a sensação de dormir depois de ouvir aquelas histórias? - Fala o homem se aconchegando no sofá e a encarando - Imagine essa sensação de medo e triplique - Fala o homem - Foi como eu me senti naquela noite em 99, mas não eram só lendas... era a verdade, estava ali na minha frente.
- O que você fazia na floresta no meio de uma tempestade? - Questiona Cindy.
- Isso.. não vem ao caso - Fala o homem - Era uma noite com uma tempestade terrível e foi quando eu finalmente me vi como perdido que eu vi acontecer... eram luzes tão fortes que chegavam a ser estonteantes, gritos na floresta que pareciam vir de todos os lados... foi horrível
- E, você viu a criatura? - Fala Cindy.
- Se vi? Ela tentou me matar... aquela coisa era um dos híbridos, todo desengonçado, mas selvagem como a pior das feras... por sorte eu consegui vencer aquela batalha e fugir. Mas depois de tudo aquilo... eu não me sentia mais seguro em lugar nenhum e foi ai que bem... decidi começar essa vida de investigação.
- E como podemos deter essas coisas? - Fala Cindy agora mais próxima do que nunca dele.
- Eles buscam a oportunidade perfeita de vir até a terra para roubar a energia do nosso planeta - Fala o homem, caso encontrem o corpo perfeito, talvez seja tarde de mais.
- Mas... como podemos mata-los? Digo... os alienígenas puros... são como energia, correto? - Fala Cindy cheia de dúvidas.
- Tem... um ser superior - Fala o homem - Todos os híbridos sempre falam dele, o chamam de PAI - Ele fala de forma dramática - Acho que funciona como uma consciência coletiva, ele dá as ordens e todos os demais o obedecem.
- Então... sem o pai... - Fala Cindy - Eles acabam?
- Não se iluda garota - o homem gargalha - Ele não vai ser derrotado assim tão facilmente.
- Tem mais uma coisa - Cindy agora parece satisfeita com as respostas que o homem havia fornecido a ela, quase como se soubesse que ele não lhe diria mais nada. Ela então se aproxima para questiona-lo novamente:
- Tem algo que não ficou claro para mim - fala ela próximo a ele e observando sobre a mesa uma tigela de pedra onde o homem guardava suas chaves e outras tralhas - Ainda sobre aquela noite do ataque.
- O que seria? - Pergunta o homem ainda com um tom sarcástico e risonho.
- Acho que você esqueceu de mencionar que... eu também estava lá - Ela fala pegando a tigela da mesa e tentando acertando sua cabeça com toda a força, mas o homem é sagaz e consegue desviar do golpe
- Você... - O homem fala enquanto se ajustava e mostrava seu sorriso
- Eu te reconheci desde o momento em que a vi perdida na floresta - Ele fala.
- Você destruiu a minha vida - Fala Cindy em lágrimas - Você é o verdadeiro monstro aqui.
- Não se preocupe... eu vim para terminar o serviço - Fala o homem levando a mão no cinto e o afrouxando, ao mesmo tempo que tirava de lá uma faca e corria na direção de Cindy.
A mulher tenta desviar, mas logo o homem consegue acertar um soco em sua cara e a segurar contra a parede da sala, enquanto terminava de abaixar suas calças, revelando que suas cruéis intenções se mantinham as mesmas mesmo depois de todo aquele tempo:
- Eu sonhei com isso por tanto tempo - Fala o homem - Foi você quem destruiu a minha vida... me denunciou pra polícia e eu virei um monstro... como eu iria voltar para a cidade?
- Você... é doente - Fala Cindy cuspindo em sua cara, enquanto lutava contra as mãos do homem, que prendia as suas.
- Ah, fica quietinha que eu prometo que você vai gostar - Fala o homem soltando uma risada cínica e rasgando a roupa de Cindy que gritava de desespero enquanto ele passava suas mãos sujas sobre o corpo da mulher e parecia não se importar com os frágeis socos que ela dava com sua mão livre.
- Sabe, na verdade eu até prefiro que você resista - fala o homem - É mais prazeroso - Ele ri fortemente - E você... se guardou para mim? será que ainda está apertada? - Fala o homem levando a mão para as partes íntimas da mulher, que chorava em um desespero angustiante e profundo que perpetuava em sua alma e parecia despertar as terríveis memórias daquela noite. Ela se lembrava do desespero de correr pela floresta para fugir daquele homem e enquanto sentia a mão dele penetrando sua região íntima, se lembrava e reconhecia a terrível angústia de outrora.

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