Existem coisas que não podem ser concertadas

114 23 4
                                    

Vou postar dois capítulos por dia até ficar igualzinho ao que tenho atualizado na outra plataforma

Já vão desculpando os erros.
ALERTA - gatilhos, angust

*-*

Podia muito bem mentir para si  mesmo e dizer que estava louco, que estava apenas se entregando ao momento e que nada do que estava fazendo era mais do que isso, momento… Tão passageiro quanto as brigas e as palavras que doíam demais. Ele queria que tudo fosse uma mentira daquelas contadas antes de dormir, aquelas que faziam o dia ter sentido e noite menos assustadora. As pessoas que passavam por si pareciam e eram borrões. Seu corpo reagia diferente a elas, como se fossem capazes de lhe fazer o maior mal do mundo. 

 Momento e nada mais...

 Que ele era apenas uma vítima do doce acaso e estava bebendo de seu néctar. Mas não. Não era isso. Taehyung sabia e Jimin sentia que precisava dele, compreendia que ele não beijava ou não sentia aqueles toques há muito tempo. Eram seis meses, o Park soube, pouco até demais, mas mesmo assim ele precisou deles e o mais velho os quiz... As mentiras entalhadas naquele peito machucado depois de um fim que não era para ter vindo tão cedo assim.  

Mas de quem era a culpa mesmo? 

 Mesmo assim ele se deixei levar e  Jimin provou da boca dele. Mesmo que soubesse que estava contando mais uma mentira, o moreno se deixou levar e sabia que poderia se magoar, magoá-lo. Talvez a ele não, mas a si mesmo. Sozinho, como sempre. Ainda se sentia a praga.

 Ele ainda era uma gasolina, não era? E o fogo estava em todo lugar, pronto para o queimar quantas vezes fosse necessário. Queimando. Queimando tudo. Cada segundo e pedaço de si, queimando. 

Era passado sabe? Mas ele fazia o mesmo de futuro para poder colar os pedaços que ficaram por aí. 

Taehyung e Jimin se beijaram naquele dia, roçaram as línguas e os corpos de forma quente. Sustentaram ereções enquanto rolavam na cama, sem roupa, sem medos, sem culpa, sem discência. Jimin tocou o céu da sua boca com seu músculo quente e ele tocou sua alma com sua existência. Deixou que ele apalpasse as suas pernas, sua bunda, que ele beijasse onde ele queria beijar, deixou que ele lambesse as suas costas, dizendo que eram deliciosas, como se aquilo fosse um estranho fetiche.

 Permitiu que ele chupasse a sua nuca e mordesse seu maxilar. Doeu. Muito. Ele tinha força demais e amor de menos, mas quem disse que precisavam disso naquela hora? 

Permitiu cada coisa que se contasse ficariam surpresos. 

Mas ele também o beijou, tocou apertou, mordeu, lambeu, provou cada pedaço.  Procurou deixar um pouco da sua saliva, do seu suor, da sua alma naquele corpo bonito. Mas foi apenas isso que fizeram e nada mais.   

Depois que ele chegou da casa do ex, pois assim já o chamava, fez com que Jimin tirasse a roupa ali mesmo no corredor do apartamento e depois fosse consigo até a cama que na época não lhes pertenciam. Ele fez o que fez e não se importou com o que deixou para trás. 

 O que chegou a doer não foi a forma como ele meteu com força. Foi o que veio depois e disso ele sempre teve plena ciência. E não fariam mais nada dali em diante que não fosse isso. Era apenas o começo e por mais doloroso que fosse admitir, Taehyung só queria aquilo mesmo no início das coisas. 

Esquecer. 

Apenas se amassaram e usaram a boca como moeda de troca, saliva demais, corpos ao seu limite e muita tequila, vinho ou vodka. O que viesse molhando o corpo dele era solvido sem pressa. 

Ele esperou as mensagens que não vinham e enquanto isso gastava dinheiro com cigarros, camisinha e band-aid. 

Ele  usou Jimin como combustível para outra coisa e por mais que ele houvesse desejado estar dentro dele, não foi bem assim, não dava para remendar uma alma que era feita da mais fina malha, arrastado e rendido aos pés dele que não sabia o poder que tinha. Ele fechava os olhos e pensava, sentia e desejava que fosse…

SingularityOnde histórias criam vida. Descubra agora