Ritmo

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DESCULPEM OS ERROS , não BETADA.

Aviso : pode conter gatilho , crise de Pânico.

*----*

Quando Hoseok chegou no hospital Taehyung já estava estabilizado, foram preciso poucas manobras e o coração do Kim já havia voltado a bater, todavia, o perigo não havia passado de todo, assim sendo, ele estava com drogas vasodilatadoras por via endovenosa e monitorado ativamente. A lesão em suas costelas aumentou por conta das manobras e infelizmente ele teria de passar mais um tempo no hospital, o que lhe irritaria assim que ele acordasse já que sua perna estava relativamente boa e quase cem por cento. Por enquanto o mesmo estava sedado e com analgésicos sendo infundidos em sua veia.

Joohyun, Seulgi e Jimin estavam com ele, ao lado de sua cama extremamente preocupados e rezando para que ele acordasse logo e estivesse bem. Hoseok não sabia se podia se aproximar e nem se queria fazer isso, estava começando a se sentir ansioso o que lhe causava uma dor no peito e no estômago complicadas de se lidar. Suas pernas não respondiam de forma alguma e foi preciso que o Park lhe puxasse pela mão – assim que o avistou, se levantou e foi até si – para que ele ficasse próximo da cama, seu coração estava acelerado e ele ofegava.

— O que eu faço? – Sussurrou e Jimin teve dificuldade em lhe compreender. – A culpa foi minha? – Seus olhos marejados eram guiados em direção ao rapaz desacordado. Se sentia tão perdido, deslocado, não sabia ao certo o que fazer naquele momento e não queria se sentir odiado por ninguém, muito menos culpado por algo, mas era quase impossível pra si não absorver essa culpa toda.

— Claro que não, sabemos que ele estava com problemas pra respirar por causa da lesão e uma coisa levou a outra. – Comentou enquanto mirava Taehyung adormecido. – Não foi você quem o fez ir até sua casa naquele dia, não era você quem estava naquele carro e o atropelou. Tem coisas na vida que não são nossa culpa, por mais que sentimos que seja. Não se afunde tanto onde não há profundidade para isso. Sua saúde mental é sempre mais importante, tenha ciência disso. – Comentou em tom brando sendo ouvido, também, por Joohyun e Seulgi.

Ambas concordavam, ainda mais a Bae, essa que devia muito ao Jung e não queria que ele se prejudicasse por nada nesse mundo, não mais. A sua separação foi deveras complicada, seu ex esposo era agressivo e quando Taehyung não estava em casa ele insistia em querer lhe agredir sendo Hoseok, muitas vezes, quem foi o seu escudo. Ainda se recordava dos socos que o garoto levou para protegê-la e isso lhe fazia sentir-se envergonhada e grata ao mesmo tempo. Tinha medo de um dia ver aquele garoto se machucando de novo por sua casa e – quando Taehyung e ele terminaram – percebeu que os Kim tinham uma capacidade enorme de causar dores a Hoseok.

Dessa vez nem era intencional, não mais…

— Ele vai acordar daqui a pouco querido. – Ela se levantou e segurou as mãos trêmulas e geladas de Hoseok. – Vai ficar tudo bem, não se culpe por nada. – Reforçou.

Ficaram ali trocando breves lembranças de quando aqueles garotos eram mais jovens, do tempo em que começaram a namorar e o quanto aquilo deu dores de cabeça em Joohyun que tentava a todo custo esconder do ex marido que seu filho amava outro garoto, das travessuras que faziam na escola e das vezes que fugiam para se verem por ai, ir a festas e virar noite adentro bebendo. Jimin demonstrou não estar tão afetado quanto Hoseok achou que ele estaria com aquelas informações, o mesmo parecia nem pertencer àquele plano e isso lhe assustava um pouco. E quando sentiu uma ânsia de vômito pediu licença e foi ao banheiro mais próximo desabafar.

Chorou o que pode e o que não pode até sentir sua cabeça latejar, vomitou tudo o que tinha comido e ficou um tempo sem conseguir se levantar por conta da vertigem que lhe atingia. Quando viu que estava realmente pronto para voltar saiu do box em que estava, lavou a boca e as mãos e se dirigiu de volta ao leito em que Taehyung estava sendo surpreendido com o fato do Kim estar acordado dessa vez.

Havia um médico lhe examinando, este saiu quase no mesmo momento em que o Jung chegou. Jimin sorria para Taehyung que parecia inconformado com alguma coisa a julgar pelo bico que fazia sem seus lábios pálidos. Ele relutou em se aproximar, mas quando o mais novo lhe viu, estendeu sua mão em sua direção.

— Hyung! Era para eu ver o rosto do meu namorado quando acordasse e não do meu melhor amigo, estou chateado com isso. – Fez birra.

— Não seja tão ingrato assim, idiota. Você quase nos matou de susto por isso não tem direito de reclamar quem vê ou não ao acordar. Sinceramente. – Jimin brincou e arrancou uma risada fraca do Kim. Hoseok se aproximou aos poucos e colheu a mão alheia entre as suas.

Estava tão magro, tão pálido e um tanto trêmulo assim como suas mãos…

— Quer dizer que ver sua mãe não é importante? – Joohyun ditou enquanto puxava levemente uma mecha de cabelo do filho ganhando sua atenção.

— Claro que é importante mãe. E te ver também Seulgi noona, mas eu estava com saudades do meu namorado, as duas sabem o quanto eu sou babão pelo meu hyung. – Elas riram daquele comentário e o Park as acompanhou.

— Até parece que o hyung vai ser levado por gnomos raivosos do Natal. – Jimin emendou risonho, seu celular vibrava sem parar, mas ele não deu a atenção devida ao mesmo.

— Por gnomos não, ele seria levado por sereias malignas comedoras de peixinhos Nemo. – Seulgi riu do comentário de sua namorada.

— Menos mãe, muito menos. Do jeito que ele é bonito seria levado por trolls, daqueles que cantam e danças e soltam glitter em vez de peidos! Ou até mesmo fadinhas comedoras de açúcar. – A Kang puxou a cadeira em que estava para sentar-se ao lado da cama do enteado, para lhe dar espaço, Hoseok soltou a mão do mais novo e ficou perto de Jimin, esse que não saiu do lado da cama de forma alguma.

— Hoseok hyung é tão lindo quanto uma torta de frango. – Essa pérola saiu da boca de Jimin. Todos riram, menos o Jung.

— Com o cabelinho dessa cor, meu genro está mais para um cupcake de morango. – Joohyun entrou na brincadeira.

Eles ficaram ali, brincando e rindo como se nada houvesse acontecido, chamando o Jung de todos os tipos de doces que lembravam e até mesmo comparando ele com um objeto útil usado no dia a dia. O único que não ria era ele, aquele sentimento doloroso lhe espremendo o peito, não lhe deixando respirar ou ver graça naquelas frases cômicas.

— Tente sorrir um pouco hyung. – Jimin aproveitou um momento de distração dos demais para sussurrar aquilo próximo ao ouvido do Jung. – O que você pode fazer por mim é isso, deixá-lo feliz como se nada mais importasse além disso. Eu não posso fazer mais nada sozinho e eu sei que agora está nas suas mãos, posso ser egoísta? Posso, claro que posso, mas eu aprendi que temos direito de ser um pouco assim por quem amamos. – Ele sorriu para ele fazendo seu peito queimar ainda mais.

Ele nada disse, sua mente estava focada em como prepararia sua casa e sua vida para receber Taehyung de novo, como faria para fazer com que tudo fosse apenas um grande castelo de cartas fadado a ruir.

— Tudo bem amor? Você está tão quietinho. – O tom de Taehyung ainda era risonho por causa das brincadeiras promovidas por suas mães e seu “melhor amigo”.

— Estou sim, apenas pensando em coisas bobas do dia a dia e reformas no casinha, nada demais. – Taehyung estranhou e ficou sério por um momento.

— Não se preocupe tanto com isso, nós vamos dar um jeito juntos, meu amor. – Hoseok sorriu pequeno e segurou novamente a mão que lhe foi estendida.

— Claro que sim, Tae. Nos sempre damos…

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