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Elizabeth pov:

Sempre enfrentei tudo sem medo, achei que era a pessoa mais corajosa porque não sentia esse sentimento que prendem muitas pessoas a não fazerem o que gostariam, errar e ter medo de tentar de novo e acabar falhando novamente, mas se não arriscarmos ficamos no mesmo lugar, sem avançar nenhum passo, sem ir para frente ou para trás, apenas ficando parada, observando as pessoas ao seu redor alcançando seus objetivos e você parou por causa do medo, a vida é falha, então não tente ser perfeito.

Foi na frente da Carina e da Maya que percebi que não tinha nada de especial, estava com medo, principalmente porque eu coloquei a vida da S/n em risco, não sabia se seria pior se contasse ou não, a dúvida assombrava meus pensamentos, enquanto elas me observavam atentamente esperando que eu abrisse a boca e dissesse algo, me perco em meus pensamentos o deixo-me meus sentimentos vir á tona, só então percebo que o meu coração estava doendo tanto que eu não consigo dizer meu próprio nome.

Carina: Aconteceu alguma coisa? - coloca a mão em meu ombro fazendo um movimento de vai e vem

Maya: Acho melhor você se sentar - me puxa pela mão me guiando até as cadeiras que haviam ali no corredor, sento-me, descarregando o peso das minhas costas, inclinando minha cabeça contra a parede.

Carina: Vou pegar um pouco de água para você, fica aqui e não se mexer - aceno com a cabeça e logo ela desaparece do meu campo de vista, me deixando sozinha com a Maya

Lizzie: Você realmente acha que foi um acidente? - Falo olhando para o teto branco com luzes fortes que iluminavam o corredor mantendo um ambiente totalmente iluminado.

Maya: Como assim? - ela endireita sua postura na cadeira, ficando de frente para mim, enquanto mantenho meus olhos no teto na esperança de que minhas lágrimas não caiam

Lizzie: Não acho que foi um acidente - tiro minha atenção do ponto fixo que estava olhando no teto e olho para ela com lágrimas nos olhos, ela não disse nada, acho que ela estava tentando processar a informação ou só queria que eu continuasse falando e foi o que fiz - Eu estava lá, jantei com ela, ela estava feliz por eu- eu - Maya me abraça, pela segunda vez me permiti desabar

Maya: Ei, vai ficar tudo bem - ela dá pequenos tapinhas nas minhas costas enquanto soluço por causa da dor - S/n é forte, sempre foi, ela é cabeça dura, tanto que os médicos estão demorando muito - me afasto do abraço e enxugo minhas lágrimas

Lizzie: Ela deve ser mesmo - falo sorrindo e Maya me acompanha

Carina: Aqui está - me alcança o copo de água com uma coloração amarelada

Lizzie: Por que é dessa cor? - falo assim que tomo um pouquinho e não sinto gosto de nenhum

Carina: Pinguei algumas gotas de tranquilizante - se senta ao lado da Maya abraçando-a de lado

Maya: Não recebeu nenhuma notificação? - paro de brincar com a borda do copo e olho para a Carina que nega com a cabeça, sinto o medo invadir novamente meu corpo e expulsando qualquer pensamento positivo que estava tentando manter naquele momento

A cada minuto que passava ficava mais angustiada, o silencio tomou conta do local só conseguia ouvir o barulho do relógio que ficava na parede na nossa frente, foi prestando atenção no movimento do ponteiro que começo a sentir meus olhos pesarem, aos poucos não consigo mais lutar contra eles e fecho assim adormecendo, só acordo quando ouço passos agudos vindos do começo do corredor, abro os olhos lentamente para me acostumar com a luz que havia ali, sinto meu ombro pesar até que me viro e dou de cara com a cabeça da Maya escorada no meu ombro e a da Carina no ombro da Maya.

Ao olhar na direção de onde vinham os passos, vejo Sebastian se aproximando, quando mais perto ele ficava mais dava pra escutar seu andar firme, ele parecia calmo, mesmo me vendo sua expressão não mudou, ele mantém um sorriso de lado em seu rosto, um sorriso de satisfação, ao contrário de mim que estava exatamente a 2 metros de enforcá-lo até a morte, não conseguia olhar para o rosto dele, não depois de tudo que ele fez.

Lizzie: Seu desgraçado - quando elas sentem meu impulso de levantar ,elas acordam.

Sebastian: Como está a S/n ? - bufo ao ouvir a voz dele como se estivesse preocupado

Carina: Ainda não sabemos - ela apoia o cotovelo no joelho e as mãos entre os cabelos castanhos

Sebastian: Não aguento mais, vou entrar naquele quarto pra ver como ela está - ele ia caminhando em direção a porta mas Carina e Maya o impede, Carina abraça ele deixando ele com o rosto em minhas direção, vejo as lágrimas de crocodilo caírem

Carina: Eu sei que você quer vê-la, mas você tem que ser forte - ele chora no ombro da Carina

Sebastian: Se pudesse trocar de lugar com ela eu faria isso sem pensar duas vezes - falou em meio ao choro, toda aquela encenação me deixou enjoada

Carina: Nós sabemos - ao ouvir isso, olho nos olhos do Sebastian que estavam vermelho por conta do choro mas dava pra ver que ele não se arrependia de nada do que tinha feito, ao invés de falar alguma coisa ele me encarou e abriu um sorriso de canto, ele só se afastou de Carina quando o médico se aproximou

Dr Derek: Senhor Sebastian - estende a mão pra ele que aperta enquanto seca as lágrimas

Sebastian: Doutor, como minha mulher está? - fala depois que ele solta a mão do médico, me levanto lentamente e me aproximo ficando do lado da Maya

Dr Derek: A notícia que tenho para dar é excelente - suspiro em alivio, Sebastian abre aquele sorriso

Carina: Fala logo homem - fala chegando mais perto da Maya pegando a mão da mesma

Dr Derek: Calma Dra DeLuca - sorri gentil - ela teve uma fratura na vértebra cervicais, é necessário ela ficar em repouso na cama até o líquido cefalorraquidiano parar de vazar - confesso que não entendi nada do que ele falou

Sebastian: Posso ver ela? - ele passa a mão na nuca

Dr Derek: Claro, mas um de cada vez - ele fala e acedemos - por favor, me acompanhe - fala pro Sebastian que logo sai atrás dele

Demorou exatamente 15 minutos para minha vez chegar, fui a última, quando Sebastian saiu da sala eu pude sentir que algo tinha acontecido, não sei como mas senti, meu coração se acelerou quando nossos olhares se cruzaram, ela saiu do quarto com um sorriso vitorioso, abraçou e beijou Carina e Maya em comemoração que a S/n estava bem, pude sentir no ar que aquilo estava totalmente errado, quando me aproximo da porta, novamente sinto o medo invadir meu corpo, me pergunto se posso vê-la deitada em uma cama de hospital sabendo que foi minha culpa por ela está ali, fico com a mão na maçaneta tentando decidir, nunca fui tão covarde como estou sendo agora.

O Preço Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora