꧁De todas as cores e formas꧂

Eu posso te beijar?

》Gael

Estava sendo quase que impossível passar no meio daquela multidão. Parecia até que era carnaval. Tinha gente com glitter enfiado até na bunda, se bobear,  e eu tenho quase 100% de certeza que isso não vai ser nem um pouco fácil de tirar.

Meu celular não parava de vibrar no bolso e o meu sexto sentido me diz que deve ser, no mínimo, 200 mensagens da Amélia a cada 1 minuto. Mas isso só irei contar para ela quando der certo. Se não derem sumiço no meu corpo antes, é claro.

Cheguei no local onde tínhamos combinado por mensagem. Era numa rua que dava acesso à avenida, tinha o Banco do Brasil bem na esquina e estava razoavelmente movimentada. Espero que se eu precisar gritar, alguém venha me acudir, porque preciso beijar aquela boquinha do Robert Pattinson antes de morrer, Papai do céu...

_Gael?- Me virei num pulo e me deparo com uma cópia abrasileirada do Cedric Diggory, de Harry Potter e o Cálice de fogo. Meu Deus, eu te amo demais, Papai do céu, obrigado por abrir o multiverso...

_Caralho. Quando a tua mãe colocou o teu nome, ela levou tudo muito bem ao pé da letra, viu?- Ele ri. Puta merda do sorriso bonito, houve umas mil colisões de carro só nisso.

_Obrigado, fico sem jeito com elogios.- Ele passa a mão de forma desajeitada pelos cabelos.- Se bem que há mais ou menos uma hora atrás você estava xingando até os filhos que eu não tenho.- Rio.

_Desculpa, mas não estou acostumado a levar apertos na bunda no meio da rua, se é que me entende.- Ele dá um sorriso ladino e malicioso- E também, só percebi que era você depois que já estava longe. Mas não tem como julgar, né? Nós nos conhecemos só por mensagens.

_É, tem razão, porém, dessa vez vim para ficar. Não estou só curtindo o carnaval fora de época.- Seu olhar desce para a minha boca. Eu vacilo e ele se aproxima mais de mim.- Acho que finalmente acabou as provocações, não acha?

Não digo nada, porque eu estou totalmente desconfigurado com a aproximação, fiquei bem mais quando uma de suas mãos foi parar em minha nuca e a outra em minha cintura, colando nossos corpos. Além do mais, a intercalada entre meus olhos e minha boca não estava ajudando. 

_Eu posso te beijar?- Ele pergunta contra a minha boca. Desgraçado, lazarento...

O puxo pelo cordão e selo nossas bocas, sentindo os lábios macios se chocarem contra os meus e a língua(sem vergonha) dele já pedir passagem. Era engraçado quando eu lia nos livros algo como "as nossas línguas travavam uma árdua batalha" ou "elas estavam dançando entre as bocas", mas não tem outra forma de descrever isso, esse enlaçar de músculos que nos fazem perder a hora e a noção de espaço. 

Desci minhas mãos pelo seu peitoral por cima da camiseta rosa que estava com os dois primeiros botões abertos, o que fez com que a minha chama interna acendesse só de pensar na possibilidade de, algum dia, ver aquele pedaço de mal caminho totalmente nu. Ele puxava os fios de cabelo que tinham em minha nuca e me dominava por completo e eu juro que podia morar nesse beijo que estava me tirando o fôlego, literalmente.

Nos separamos pela falta de ar, já que eu sou meio asmático, e demos alguns selinhos entre risos. Logo após, sua boca já se encontrava em meu pescoço, dando beijos molhados que iriam fazer meus amigos me zoar por ter dado sumiço neles. Mas convenhamos, foi por uma ótima causa... 

Aquela boquinha assanhada fez questão de traçar um caminho de beijos até meu ouvido e, lá, dar uma leve mordida em minha orelha, me causando arrepios e um gemido interno.

_Isso aqui é só uma prévia do que podemos fazer, se você quiser, paramour .- Sussurrou em meu ouvido. Ele me olhou nos olhos e não resisti a vontade de lhe erguer o queixo com os dedos, já que ele estava uns 5 cm mais baixo que eu por conta do meu all star de plataforma.

_Pode apostar que eu vou querer, Angelus.- Nós quase sempre nos chamávamos por apelidos em outros idiomas.- Ou melhor, Angel.