Isso aconteceu.

118 17 5
                                    

Alguns meses depois...

》Mônica

_A Moana tem andado estranha ultimamente.- Comentei com Benjamin. Estávamos deitado em seu quarto. Era um sábado a tarde, de início eu tinha ido a sua casa para ajudá-lo em uma atividade, mas acabou que ficamos a tarde toda deitados e conversando sobre outras coisas que não fossem a atividade.

Há alguns meses atrás, ele havia me pedido em namoro e estávamos juntos desde de então. Devo confessar, sempre dizia que casais eram muito melosos, mas confesso que estou amando.

_Como assim?- Perguntou-me. Eu que estava deitada em seu peito, apoio-me para visualizá-lo melhor.

_Houve um dia em que ela veio com a ideia maluca de fuçar sobre a vida do pai dela e o que o levou a sua morte, então ela veio pedir a mim.- Suspirei.- Eu não aceitei, pois sabia que isso iria machucá-la caso descobrisse algo que não queria.

_Então, ela entendeu que você não queria ajudá-la?- Colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

_Bom... Pode ter isso também.- Pensei.

A verdade é que eu estava com medo que ela estivesse magoada devido eu estar namorando e possivelmente, não ter tempo para nós.

Tô me sentindo uma péssima amiga.

Levantei rapidamente e procurei pelo meus sapatos e Benjamin, que ainda estava deitado, olhou para mim sem entender nada.

_Onde você vai?- Perguntou enquanto terminava de me calçar.

_Tenho que resolver isso.- Dei-lhe um beijo e então saí correndo da casa dele e entrei no carro.

Uma pequena observação: No meu aniversário de 16 anos- Sim, sou alguns meses mais velha do que a Moana-, minha mãe fez questão de presentear-me com um carro. Mas claro, primeiro tirei minha licença para poder, uma semana depois, dirigir no mesmo.

Dirigi durante alguns minutos, já que o bairro dele não era relativamente tão longe assim do nosso. Desci rapidamente do carro ao chegar na casa dela. Bati na porta e esperei por alguns segundos.

_Oi... A, Mônica.- Disse a mãe de Moana, dona Julia, abrindo a porta assim que me viu.- Quanto tempo, entre.

_Bom tarde, tia.-  Entrei meio constrangida. Até ela percebeu que eu não apareço mais por aqui.

_Moana está lá em cima.

_Ah sim, obrigada.- Fiz sinal apontando pra escada.- Posso...?

_Claro. Vá lá.

Subi as escadas meio apreensiva. Estava com medo de perguntar alguma coisa idiota e acabar magoando-a. Assim que cheguei a porta de seu quarto, a vi cortando as partes lisas do cabelo, fazendo o famoso big chop. Enconstei-me no batente da porta, ela realmente não me viu.

_Boa tarde, moça.- Falei assustando-a. Ela virou bruscamente a ponto de me fuzilar apenas com o olhar.

Moana estava com seus cabelos curtos, mas bem cacheados. A transição, por incrível que pareça, não está demorando muito, e é bem provavel que daqui a 3 meses, no seu aniversário, eles já estejam em seu ombro. Estou amando essa versão "Moana cacheada". Mesmo que ainda esteja no comecinho.

_Está linda.- Fui em direção à cama e sentei-me totalmente corcunda. Ela virou e me encarou por um tempo.

_Me desculpa.- Pedi depois de um longo tempo em silêncio. Ela me lançou um olhar confuso, então me endireitei a sua frente.- Eu sei que tenho sido ausente esses dias, tenho me preocupado mais com o meu namoro, confesso. Não percebi que você tinha ficado chateada por não ter te ajudado e por não ter estado ao seu lado durante esses meses. Eu sei, nos vemos todos os dias e conversamos, mas não tem sido do mesmo jeito, eu sinto.- Ela me olhou e veio em minha direção, sentando ao meu lado.

_Ei, não precisa se preocupar, ok? Está tudo bem, e é normal que você tenha dado mais atenção ao seu namoro, e não, você não tem me deixado de lado. - Suspirou e me olhou.- Eu entendo quando você se preocupa comigo e quando você disse que não iria me ajudar, por que poderia me causar alguma dor.- Me abraçou e balançou de um lado para o outro.

_Não fica se martirizando tanto, tá?- Concordei.- Só por favor, não inventa de me transformar em titia agora.- A olhei e vi aquele sorriso sacana em seu rosto. Eu não acredito nisso.

_Ta maluca?- perguntei exasperada jogando um travesseiro em seu rosto, arrancando-lhe uma gargalhada.

_Eu só falei a verdade, ue.- Ela falou com o travesseiro ainda em seu rosto.- Ainda não quero ser titia.- Joguei mais um, só que dessa vez com mais força.

_A gente nem...- Falei mas nem completei.- Você entendeu.

_Aham, acredito.- Ela se endireitou e me encarou. A esse ponto eu já estava ruborizada quem nem um tomate.- Não, sério, acredito.- Começou a gargalhar. Eu só não a mato, porque amo muito essa louca.

_Mas, então,- Comecei tentando mudar aquele assunto.- o que eu perdi?

_Bom, lembra dos bilhetes?

_Sim.- Não, eu não lembrava, mas não queria estragar momento.

_Eu sei que você não lembra. Mas tudo bem, tô com preguiça de explicar.- Ela se levantou e foi até a sua cama e pegou uma caixa que havia embaixo da mesma.- Bom.- Ela abriu e jogou vários papeizinhos na cama.- Isso aconteceu.

꧁De todas as cores e formas꧂Onde histórias criam vida. Descubra agora