》Moana
Era 15 de maio, faltava apenas uma semana para o meu aniversário de 15 anos. Eu nem estava tão animada pelo o aniversário em si, mas sim que faltaria bem pouquinho para os meus 16, como eu sempre sonhei.
Eu não planejava nada, até porquê, sempre éramos eu, minha mãe, meu pai e a Mô e sua mãe. Mesmo sendo só nós, era muito divertido.
Com a promoção de meu pai, o trabalho havia dobrado e consequentemente ele vinha mais cansado para casa e bem mais tarde.
Depois que ele me deu o ukulele, eu não parei de treinar, procurava na internet vídeos ou algo que me auxiliasse. Mônica ja teve o gostinho de minha voz junto com o mesmo.
Mas para falar a verdade, eu não era TÃO boa assim.
A semana passou muito rápida e sem que eu percebesse, faltava apenas 1 dia para o meu aniversário.
Era uma quarta-feira, dia 21. Acordei super animada, me arrumei rapidinho, dando uns retoques no meu cabelo com a chapinha e desci correndo para tomar o café. Como previsto, apenas vi minha mãe (meu pai saía mais cedo por causa do trânsito).
_Bom dia, flor do dia!- Falou enquanto dava um beijinho em sua bochecha.- Estou vendo que está bem animada.
_ Lógico, né?- Falei enquanto colocava um pouco de café na xícara e logo após me sentando na cadeira a sua frente.- A partir de amanhã ja posso contar com 1 ano certinho para os meus 16.- Rio.
_Mas por quê essa animação toda em relação ao aniversário do ano que vem.- Ela deu ênfase no "que vem".
_Talvez porque eu vá aprender a dirigir?
_Sonhe Alice.- Ela tomou um pouco de seu café e continuou.- Nem carro temos.
_Mas, senhora...- tomei um pouco do meu.- Por isso que existe auto escola.- falei como se fosse óbvio.- Bom tenho que cuidar, se não chego atrasada.- Me levantei, coloquei minha xícara na pia, peguei minha mochila e dei um beijo em minha mãe.
_Tchau, filha!- gritou ela.
Andei até o local onde eu e Mônica nos encontrávamos.
_Finalmente, né?- Falou ela com suas mãos na cintura.- Pensei que a criatura aqui, estivesse esquecido que tinha aula.
_Também não exagera, Mô.- Andamos lado a lado pela calçada.- Quando você demora para chegar eu não reclamo.- Dei ênfase no "você".
_Ok... Não quero discutir.
Durante o caminho para o colégio, fomos conversando sobre coisas aleatórias. Eu adorava a companhia dela, éramos diferentes nas aparências mas angiamos quase do mesmo jeito. As aulas custaram a passar e me dava sono a cada minuto, olha que eu tinha dormido cedo.
A última aula era de matemática que particularmente eu amo, mas hoje nem ela eu estava aguentando. Estava tentando ficar focada quando um papel é jogado em mim. Ele estava em formato de uma bolinha todo amassado, abri ele e tinha algo escrito.
Talvez seja impressão minha, mas hoje você esta mais contente.
Olhei para trás a procura de quem escreveu, mas não vi ninguém suspeito. Era primeira vez que mandavam isso.
Estranho, muito estranho, pensei. Provavelmente mandaram errado.
Voltei a me concentrar na aula e graças a Deus, o sinal bateu. Saí correndo dali e fui procurar pela Mônica.
_Hey.- Vi seus braços balancarem em meio a muvuca de alunos.
_Nem te conto.- Falei quando ja estava perto dela.
Contei o que aconteceu enquanto caminhávamos em direção a nossa rua, ela então parou.
_Isso é muito estranho.- Disse.
_Foi exatamente o que eu pensei.- Puxei ela para continuar andando, porque se depender dela a gente não chega em casa nunca.
_Sei lá.- Deu de ombros.- Vai que seja alguém interessado em ti.-Ri
Ri não, gargalhei.
_O que?- Perguntou.
_Nada, é que essa sua imaginação fértil me deixa pasma.- Ri mais ainda e ela apenas balançou a cabeça negativamente.
Depois disso, conversamos mais sobre as minhas expectativas para os meus 16 e ela sobre o dela. Nos despedimos e seguimos nossos caminhos.
Cheguei em casa e vi que minha mãe não estava e então pensei que ela ainda estivesse no trabalho. Era raro ela chegar após o almoço e quando acontecia, sempre tinha uma marmita na geladeira.
_Eu vou comer logo, tenho que sustentar a solitária que habita em mim.- Falei enquanto pegava a marmita e a colocava para esquentar.
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꧁De todas as cores e formas꧂
Teen FictionDesde de pequena, Moana fazia de tudo para se adequar aos padrões que a sociedade impunha. "Prende esse cabelo." "Você parece uma macaca." "Essa é a sua cor mesmo?" Nunca foi facil e aquilo a sufocava a cada dia mais. Até que um dia ela resolveu m...