Porque ele fez isso comigo?

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Moana

×12 anos antes×

_ Boa tarde!- essa sou eu com cinco anos.

Eu tinha acabado de entrar no mercadinho proxima a minha nova casa para comprar um ingrediente que minha mãe havia me pedido. Ela estava logo a frente convesando com meu pai.

Haviamos nos mudado a pouco tempo, então era a primeira vez que eu tinha entrado naquele local.

_Er...- o moço me olha dos pés a cabeça, ele era bem rechuchudo, branco dos olhos claros e era bem alto.

Ou talvez eu fosse baixa demais.

_O que você quer?- ele agora me encarava friamente.- Não tem nada aqui para você!- disse em um tom rude.

_Eu só vim...- nem ao menos terminei de falar, quando senti suas mãos grandes me pegarem pelo braço e me levarem em direção à rua.

_Eu não tenho dinheiro ou comida para você, sua sujinha!- disse o moço ja me colocando para fora do estabelecimento.- Não volte nunca mais!- gritou ele enquanto literalmente me jogava na rua.

Comecei a chorar e intensifiquei ainda mais ao ver uns arranhões em meu braço e o hematoma por conta da força que ele usou. Meus pais que estavam perto, logo vieram me ajudar a levantar. Minha mãe me pegou no colo.

_Ó meu amor,- disse meu pai- o que houve?- eu o olhei e ele viu o quão triste eu estava.

Naquela época não havia tanta preocupação em relação aos casos que os negros sofriam, era como se simplismente....não se importassem.

Meus pais me levaram para casa e minha mãe logo tratou de pegar curativos. Meu pai me sentou na cadeira da sala de jantar e se sentou a minha frente. Minha mãe em seguida apareceu com uma caixa de curativos.

Com muito cuidado, os dois limparam os pequenos arranhões e só então se sentaram a minha frente. Eles se encararam e a minha mãe foi a primeira a se pronunciar.

_Filha, o que aconteceu?- eu a olhei.

Fiquei em silêncio por um tempo, então contei o que houve.

_Eu entrei la no mercadinho, como você havia me pedido, procurei logo pelo moço no balcão para perguntar sobre o molho.- desviei o olhar para o chão.- Só que quando eu comecei a falar, ele veio sendo rude comigo, dizendo que não tinha dinheiro e nem comida para me dar, me chamando de sujinha.- olhei pro hematoma.- Foi aí que o homem pegou no meu braço e me jogou la na rua.- digo ja com lágrimas nos olhos.

Percebo as lagrimas teimarem em cair dos olhos de minha mãe e meu pai ja enraivado. Intensifiquei mais o choro.

_Por que ele fez isso comigo?- disse em um tom baixinho com a cabeça baixa.

Meus pais me abraçaram, como se não houvesse o amanhã. Não sei quanto tempo durou.

Isso foi o gatilho para tudo o que houve depois. Podia ter sido o primeiro, mas não seria o último.

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