Angel.

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Moana

Na semana em que se seguiu, Mônica grudou em mim como um carrapatinho. No começo eu rejeitei toda aquela afeição, mas com o tempo vi que eu precisava daquilo.

Acabamos nos tornando amigas inseparáveis. Contei tudo sobre a minha vida, assim como ela. Quando a levei em casa, minha mãe fez de tudo para agradá-la de todas as formas, achei até que engraçadinho o jeito que ela a tratou.

Acabou se tornando bem comum as visitas dela à minha casa e as minhas na dela.

Ela morava apenas com a mãe, o pai morava na Suíça, mas ambos tinham uma boa relação. Ela também era uma menina simples como eu, sua mãe trabalhava no banco, então ela chegava mais tarde em casa por isso muitas das vezes a Mônica acabava dormindo na minha casa.

Ela sempre teve vontade de saber como eu era com o meu cabelo natural, sempre disse que era para eu largar aquela chapinha de mão mas eu simplesmente não conseguia, aquela conversa daquelas meninas sempre voltavam à tona em minha cabeça.

Ja havia se passado 3 meses que havíamos nos conhecido, estavamos no intervalo das aulas lanchando quando ao longe observei aquele mesmo menino novato, que eu nunca tive coragem de perguntar o nome.

Ele tinha um sorriso muito lindo, seus olhos eram uma mistura de castanho com verde. Quer dizer, não que eu tenha parado para observá-lo...

_Angel.- falou a Mônica enquanto mastigava um pedaço de pão.

_Que?- me virei para encará-la.

_O nome dele é Angel.

_De quem garota?- falei desviando o olhar para um outro ponto.

_Você sabe de quem eu estou falando, não se faça de desentendida.- falou ela, então ela fez uma cara que sempre me intimidava. Eu odiava o jeito que ela me conhecia tão bem dentro de 3 meses.

_ Ele é até que é bonitinho.- falou enquanto terminava de comer.

_Eu não acho ele essa coisa toda.- falei me virando para vê-lo.- Ele tem um cabelo estranho.- menti, pois eu achava aquele cabelo maravilhoso.

_Cuidado para não babar amiga.- disse ela entregando um pano para mim. Naquele momento tive vontade de esgana-la.

Até que ela pega em minha mão e me puxa em direção à ele.

_O que você ta fazendo, sua maluca?

_Estou dando uma de cupido, agora vai lá e fala pelo menos um "oi".- disse ela me empurrando.

Ele vendo toda a movimentação estranha, me olha. Eu olho para a Mônica como se pedisse socorro. Ela só vira as costas e vai embora.

_Er...- escuto uma voz atrás de mim.- Oi?

Me viro devagar e me deparo com o Angel. Como é que um garoto pode ser tão bonito?

_O..oi- disse meio nervosa.- Prazer,- estendi minha mão para ele.- Moana.- ele então abriu aquele sorriso lindo dele e pegou em minha mão.

_Prazer, Angel.

Começamos a conversar, quando o sinal bateu e eu sair de perto dele, sem nem ao menos me despedir e tento encontrar minha amiga, quando alguém puxa meu cabelo.

_Nunca mais fale com o meu namorado.- falou uma menina com os cabelos loiros até a cintura. Ela apertou mais o puxão em meu cabelo.- Ele nunca vai querer algo com você, sua sujinha!- disse enquanto me jogava no chão.

Estava jogada no chão quando a Mônica aparece gritando e chamando a atenção de todo mundo.

_O QUE VOCÊ DISSE SUA LOIRA DE FARMÁCIA?- disse ela com as mãos na cintura.

Foi então que senti uma mão que eu desconhecia me ajudando a levantar. Quando me levantei, vi que se tratava de Angel.

_Que é para essa sujinha nunca mais falar com o meu namorado.- disse a menina.

Eu não sei o que aconteceu, mas quando vi, a Mô ja havia deferido um tapa no rosto da menina. Eu a segurei pelo braço para que ela não causasse mais confusão, já que todos os alunos estavam em volta delas para ver o que estava acontecendo.

_NUNCA MAIS CHAME MINHA AMIGA DE SUJINHA.- disse ela exasperada.- OUVIU BEM?

_Vem Mô,- disse a puxando- não vale a pena.- disse.

Saímos de lá e fomos direto para nossas salas, deixando a menina chorando lá no meio de todo mundo. Eu não queria que nada daquilo tivesse ocorrido, mas eu gostei do jeito que ela havia me defendindo.

Durante muito tempo eu sofria calada, sem saber me defender, mas agora eu me sinto segura perto dela.

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