》Moana
Descemos do ônibus após alguns minutos de viagem. Estávamos em frente a uma casa muito bonita, por sinal. Uma casa dessas típica americanas de filme, sabe?
_Eu nunca te perguntei,- Toquei no mesmo para que prestasse atenção em mim.- você vem de onde, extamente?
_Bom, São Paulo. Por que?- Olhou-me.
_Ah, nada, curiosidade mesmo.- Dei de ombros. Eu não iria falar que eu pensei que ele viesse dos EUA, nem morta.
_Fala "arroz". - Andávamos sob um pequeno caminho de pedras que ia em direção a porta de sua casa.
_Arroz? - O olhei sem entender absolutamente nada, ele por outro lado, soltou um risinho e ao chegarmos na porta, olhou-me.
_Você é paraense?
_Espera, o que?
_Você fala chiando.- Franzi o cenho.- Eu vi na internet que os paraenses falam chiando.- Ri.
_Ok, ok. Minha mãe é paraense e o meu pai, é daqui mesmo de Monte Verde. Mas com o tempo os sotaques foram se misturando e nem dá pra decifrar muito bem.- Dei de ombros.- Foi estranho esse lance do "arroz". - Ri, enquanto Noah abria a porta para mim.
A casa dele é totalmente típica americana, tanto por dentro quanto por fora. Ok, me apaixonei pela casa.
_Nossa, sua casa é...muito bonita.- Olhei ao redor. A sala era bem ampla e toda revestida de vidro -pelo menos uma parte-. Havia estantes de livros encantadores proximo ao sofá e alguns puffs espalhados, além de vários quadros espalhados pela parede.
_Obrigado, meus pais realmente têm bom gosto, tenho que concordar. - Noah estava encostado no corrimão da escada, ao lado da mesma tinha um corredor que provavelmente levava a cozinha.- Agora vem. Temos que ensaiar.- Ele desceu do degrau em que estava e veio até mim, puxando minha mão para que subisse junto com o mesmo.
Não pude deixar de notar que suas mãos eram macias e muito quentinhas, mas ao mesmo tempo eram fortes.
Moana! Para com isso. Ri. Até parece que ele iria ler meus pensamentos.
_O que foi? - Olhou para mim assim que chegamos no 2 andar. Uma de suas sobrancelhas estavam levantadas e havia um sorrisinho de canto em seu rosto.
_Ahn...nada. Deixa pra lá.- Dei um sorrisinho. Que vergonha.
_Ta bom...então.- Ele me guiou até seu quarto e em nenhum momento soltou minha mão. A sensação era estranha mas boa ao mesmo tempo? Eu não sei descrever. O que eu tô falando? Eu nem ao menos o conheço totalmente.
_Bem-vinda ao meu esconderijo.-O moreno abriu a porta a minha frente, dando-me passagem para entrar.
A luz do entardecer iluminava todo o quarto azulado. Havia posters, citações de livros, bandeiras e dentre outras coisas na parede, além de umas duas estantes com diversos livros colocadas na parede.
É um típico quarto adolescente americano. Ok, porque eu fiquei nessa agora de "americano"?
_O seu quarto é bem legal.- Olhei para um canto onde vi o violão e os acessórios no chão.
_Bom, a gente pode treinar enquanto a Brenda não chega, pode ser?- Droga, esqueci que a Brenda vinha.
_Ta, claro, sem problemas.- Noah pegou seu violão e sentou-se no chão encostando-se na parede, fiz o mesmo mas me encostei na cama, o que dava um leve espaço entre nós.
_Que tipo de música você gosta? - Perguntou enquanto afinava seu violão.
_Ah... Gosto de pop, raggaeton, MPB, tem outros aí mas eu ja esqueci. - Rimos.
Peguei meu ukulele e toquei algumas cordas, vi o quão desafinado o mesmo estava. Ok, eu não to sabendo afinar o meu próprio ukulele?
_Deixa eu te ajudar. - Ele chegou mais perto e como os meus dedos estavam em cima das tarrachas, o mesmo colocou seus dedos sobre os meus.- Aperta mais um poquinho aqui.- Seu rosto que estava virado para o ukulele, mostrava bem mais seus traços. - E prontinho, pode tocar. - Olhou para mim.
_Ah.- Sai do transe. Dedilhei alguns acordes e o meu ukulele já estava bem afinado.- Obrigada.
_Bom, de nada. - Deu de ombros. - Moaninha. - Sorriu de canto. Dei um soco em seu ombro.
Sorrimos. De repente a campainha toca, assutando-nos.
_Já volto. - Levantou rapidamente e saiu do quarto.
_Bom, agora só me resta bisbilhotar aquela estante. - Ri. Levantei e fui até ela. Passei meus dedos pelo livros, até que me deparei com o mesmo que eu havia explicado dias atrás. O peguei e vi que tinha vários papeizinhos marcando as páginas.
_O que você está fazendo?
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꧁De todas as cores e formas꧂
Genç KurguDesde de pequena, Moana fazia de tudo para se adequar aos padrões que a sociedade impunha. "Prende esse cabelo." "Você parece uma macaca." "Essa é a sua cor mesmo?" Nunca foi facil e aquilo a sufocava a cada dia mais. Até que um dia ela resolveu m...