Resgate Em Alta Velocidade.

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Marisol, havia feito suas confissões como se estivesse dizendo todos seus pecados ao padre. Eu gostava de ser esse bom "ouvinte" no qual ela estava precisando, nada que uma boa conversa, resolvessem os problemas. De repente, ela vai-se embora, cansada por tanto tempo "perdido" e nós abandona. Depois que ela foi embora, digo susurrando calmamente para a moça no chão.

-Pode se levantar! Ela já foi embora e graças a deus não corremos "perigo" mais....-. Brenda, obviamente, tava amedrontada com tudo que presenciou. Assim que ela se levanta, bem lentamente, aparece mais três pessoas que eu sentia saudades de ve-las.

Eram: Ramon, Bianca e Trenton. Eles chegaram correndo e tiraram com facilidade, todas as cordas que me prendiam na cadeira. Se passaram quase 3 dias, sendo acorrentado, neste lugar, sem comida e proteção alguma. Apenas minha resistência posta em desafios. Naquele momento, era muita emoção por finalmente estar livre e serem eles os responsáveis pelo resgate.

-Não tenho palavras suficiente para sentir o quanto isso tudo me aterrorizou......desde de que cheguei aqui! Como me acharam?.-. Todos estavam notoriamente mudados. Até, Trenton, que estava do meu lado pegando carinhosamente, nas minhas mãos suadas.

-Um passarinho nós informou. Viemos correndo para os Estados Unidos, assim que pudemos. Porém, não foi tão fácil termos que vim para cá e também pra outro país!.-. A franja de, Bianca, felizmente era a mesma. Seu sorriso....continua do mesmo jeito que me lembrava das nossas "aventuras" juvenis. Ramon, mudou bastante também, em pensar que fazia tempo que não via essa turma, unida de volta.......

-Sim. Não temos nem visto, só pra início de conversa! A gente vem tentando entrar nos EUA, desde de quando você foi embora........se a gente conseguiu entrar, finalmente desta vez, foi porque tivemos que fazer um dramão daqueles! Mas não me arrependo, nem um pouco só para te ver bem, meu amigo.....-. Eles realmente fazem o possível e o impossível, para nós rever depois de tanto tempo longe do Brasil. Como estávamos todos emocionados, largamos pra lá qualquer distração incluindo a Brenda, e abraçamos sentindo a mesma proporção de saudades. Esse "sim" era um grupo fiel e saudável, ficamos muito tempo se ver e falar, pois meus "pais" proibiam, todo tipo de contato, nem nessa cidade americana, deixavam me socializar. Quem dirá reencontrar meus velhos amigos do Brasil, isso "sim" seria um "adeus" eterno se dependesse da compaixão deles.

Passado algumas horas de emoções e adrenalina de reve-los de volta passarem o momento, eles vão pra fora e deixam, Trenton e eu sozinhos.

-Brenda, espero que fique bem.....bem longe de Marisol e Gabriel!.-. Digo, enquanto, Bianca e Ramon a ajudavam a levantar. Ela como eu, estava péssima e custava a raciocinar em que lugar era. Assim, ela acena como se fosse num "sim" para mim e depois se retira com o restate.
Novamente, só estávamos Trenton e eu, me sentia como um adolescente panaca na frente dele, mas já sou adulto e devo me comportar como tal, o oposto dele.

-Eu já tava suspeitando que tinha algo de errado acontecendo, desde de você não atendeu as minhas ligações e nem estar lá na "sua" casa......-. Possivelmente, Trenton, andou investigando meu "desaparecimento." Se muitos pensam que ele seja burro, ele não parece ser tão agora. Trenton, prossegue, ainda com suas mãos junto das minhas e sinto que essa proximação está me fazendo mal, desde de que o vi pela primeira vez.

-Lembra de segunda-feira? A gente iria se ver.....quando nós unimos no final do dia,eles não sentiram a sua falta, apenas eu, senti......-. Foi a partir dessa hora que eu percebi, havia algo a "mais" entre nós. Eu tinha medo de ceder, de querer dar o melhor de mim como sempre faço mas acabar sendo iludido como da outra vez que fui. Era simplesmente uma marca do meu passado que não apagava de minha memória, mas naquele momento, só tinha nós dois o restante dos meus amigos estavam lá fora esperando que alguma coisa viesse da gente. De repente, sinto uma situação de pressão ao redor de nós. Isso me quebra.....

-Eu sei o que quer dizer.......mas você é um garoto americano e eu sou brasileiro! Não só isso, você me confude ás vezes e não sei se teria coragem de assumir um relacionamento comigo. Somos meninos, na verdade, sou um homem e você adolescente!.-. Essas outras e mais outras questões pessimistas vieram na minha mente causando um tsunami.

-É daí? Eu gosto muito da sua companhia e no quanto me faz bem! Foi por isso que estou apaixonado por você, Caio. Não tenho medo de namorar um homem e estrangeiro. Se eu te amo e você também não tem porque termos receio disso.-. Mas ainda havia algo que não me deixava querer "sair do armario." Porém, fiquei animado em saber que Trenton, sente algo por mim e que também não sentiria vergonha caso aprofundarmos nossa relação.

-Não é nem mesmo ter "receio" é sim o preconceito que enfrentaremos se quisermos namorar.....também gosto de você, Trenton.-. Isso eu poderia confirmar e dizer para os 4 cantos da terra no quanto eu estava afim dele. Só não pensei nas outras vezes por conta das circunstâncias, mas ainda sim me pegava lembrando do seu sorriso e tudo que, Trenton, despertava em mim mesmo sendo tão recente de nós conhecer.
Ele pega minhas mãos e abraça mais forte, depois ambos, olhamos a entrada daquele enorme salão e observamos o sol se pondo no horizonte.

-Leve o tempo que quiser, mas preconceito pode existir,porém, o que sinto eu por você é maior do que tudo isso que já existe no planeta. Eu estarei te esperando, mesmo que sua resposta for um "não".-. Ele vai caminhando pra ir embora, quando, semelhantemente há finais de novelas e séries, puxo seu braço esquerdo. Eu quero que ele fique, não vou conseguir dormir bem. Ficamos cara a cara um para o outro, e diferente daquela vez quando tinha catorze para quinze anos, eu não senti vergonha e nem abaixei a cabeça. Porque tudo que me aconteceu sobre sentir paixão já havia me acontecido, então nós caímos feitos tolos no amor que nos nasceu, e nós beijamos ali.
Era um beijo apaixonante e compreensível, não poderia mais me impedir de ser feliz para o resto da vida, muito menos confirmar se isto seria um final "feliz" em minha vida amorosa. Eu só sei que não paro de pensar nele e que se agora eu o amo, vou ter que saber amar, até quando esse sentimento chegar ao seu fim...... 

''Que Comece O Show'' [2 Temporada]Onde histórias criam vida. Descubra agora