Capitulo 17

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Ligamos o videogame e ocupo um dos pufes, de modo a deixar o sofá todo pra ela. Não jogo tem algum tempo, portanto estou bem destreinada, mas logo pego o jeito e consigo marcar uma quantidade admirável de pontos.

Nos dias seguintes, passamos as tardes assim enquanto Lily está no trabalho. Às  vezes jogando, às vezes lendo cada uma em seu conto e às vezes vendo TV. Começamos a acompanhar uma série juntas e frequentemente assistimos a uns dois ou três episódios de uma vez, incapazes de esperarmos pela sequência.

É um tempo muito divertido. Tenho de ir para a aula em alguns períodos, mas quando volto sempre faço companhia a ela. Os remédios que ela toma, no entanto, a deixa bastante sonolenta, e quando ela cochila vou cuidar de mim mesma ou da casa, ou levo o computador para a sala para fazer meu dever de casa e pesquisar sobre profissões e carreiras. Quase sempre, quando ela acorda, já tenho o jantar pronto e então fazemos a nossa refeição.

Ela gosta de se sentar à mesa, para sair um pouco da mesma posição, e a gente conversa assuntos diversos enquanto degustamos a comida. Com o acidente dela, minha vontade de cozinhar voltou e acabo motivada a aprender um prato novo a cada dia. Lauren também sempre quer me ajudar com a louça, como nos velhos tempos, mas recuso e sozinha cuido de tudo rapidinho.

Ainda não tocamos no assunto que ocorreu no dia do meu aniversário. Mas em momento algum, que estamos juntas, ela tenha agido estranha ou como se nada tivesse acontecido, muito pelo contrário. Mas acho que o que aconteceu nos aproximou ainda mais uma da outra, nos deixando claro que o ocorrido possa voltar a ocorrer varias vezes novamente, isso é claro, se dermos abertura.

Estávamos dividindo o sofá quando ela fica cansada e se deita numa posição meio estranha, acho que não querendo pedir para eu sair. Cutuco-a e sugiro que ela coloque a cabeça em meu colo. Ela o faz e fecha os olhos. Sinto um milhão de sensações em meu corpo, e minha mão age sozinha e toca em seu cabelo suavemente, acariciando. Vejo um leve sorriso se desenhando em seu rosto quase adormecido e sinto ainda mais borboletas no estômago. Paro com a carícia antes que as criaturinhas invisíveis me matem.

Quando Lily volta para o apartamento, geralmente Lauren ja está quase em sono profundo e acorda para ir ao seu quarto para dormir ou ler. Lily fica vendo TV e eu termino meu trabalho doméstico ou qualquer coisa que esteja fazendo no computador e vou me deitar.

A distância entre mim e Lily voltou. Não sei se ela não fala nada em respeito à convalescença de Lauren, levando isso mais como uma vocação minha para cuidar das pessoas do que algo além disso, pois estou sendo muito boa para ela, ajudando-a com tudo de que ela precisa, lembrando-a dos remédios, trocando as bandagens etc, ou se é porque sabe que fiz minha escolha a respeito da universidade e, portanto, não há sentido em nos conectarmos mais.

Estamos na segunda semana de recuperação da Lauren. Ela mostrou
atestados médicos para seus professores, porém ainda tem provas pra fazer, as quais ela conclui via on-line.

Ao fim de sua última avaliação pelo computador, Lauren o põe de lado e suspira aliviada. Estou por perto lendo um livro e me lembro que é hora de trocar seus curativos.

Essa hora é sempre tentadora. Lauren tira a camiseta e eu venho com os remédios e uso as minhas mãos com cuidado em seus machucados.

- Estou ficando muito magra - reclama ela, enquanto estou cuidando de uma ferida em um dos lados do seu corpo. -  Sem me exercitar, meus ossos estão começando a parecer.

Mas mesmo que ela não esteja tão "forte", não vejo nada errado com seu corpo. Não acho que ela perca em nada para Lily, mesmo minha namorada tendo braços duas vezes mais grossos e a tal barriga tanquinho que as garotas costumam superestimar.

Amor em Roma - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora