Capítulo 4 - A brisa tormenta

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1795 palavras

Música do cap : Beauty and the Beast (2017) Prologue | Trailer Music - Vídeo no final do cap para quem se interessar ouvir. Não coloquei aqui para não poluir tanto.

"A sabedoria é algo que quando nos bate à porta já não nos serve para nada."

Gabriel García Márquez

De longe o vento foi soprando mais forte, mais frio e som de rouxinóis poderiam ser escutados a distância....

- Adeus.... - Dando 4 passos a mais para trás Mainá abriu os braços, fechou os olhos e se jogou na escuridão....

- NÃO! - Gritou Somchai desesperado correndo em sua direção tentando salva-la, mas era tarde demais....

- MAINÁ! NÃO! POR FAVOR , MAINÁ , NÃO VÁ!- gritava sem parar Somchai entre os soluços tentando se aproximar da beira na esperança desesperada de salva-la, mas foi segurado por sua mãe e seus empregados.

-É tarde demais, meu filho. Ela se foi. Pobre menina! Perdeu-se em sua loucura.... - Falou tristemente Khum Paithom escondendo seus verdadeiros sentimentos.

- Não Mainá, por favor ,meu amor, não vá! Não vá ! Eu te imploro! - Murmurava sem parar Somchai a beira da loucura

- Vamos embora, meu filho. Ela se foi... - Falou calmamente Khum Paithoon

- Minha família toda se foi, mãe! Eu perdi toda a minha família! O que eu fiz para merecer tamanha desgraça? - De repente, tentando desesperadamente se soltar, Somchai tenta se aproximar mais do penhasco.

- Ela não morreu, eu tenho certeza que ela não morreu! Mainá , meu amor! Onde você está?! MAINÁ! MAINÁ!- Gritava sem parar em estado de loucura somchai que precisou ser nocauteado para ser levado de volta a casa.

No meio de tanta confusão e alvoroço, ninguém se atentou a leve brisa que ficou cada vez mais fria e dos dois pequenos pássaros que voavam na escuridão em busca de um pequeno relógio humano que, no momento do salto, parou. O corpo que era para cair na água, gradualmente, foi mudando de forma em uma ventania marítima fria de inverno. Mas não era inverno. Era a maldição da morte que ficou furiosa por não poder cumprir sua parte do acordo.

Maria não podia deixar sua preciosa morrer então, antes de deixa-la ir, a enfeitiçou. Já sabia do seu triste fim e não poderia mudar esse fato, mas poderia não a deixar ir. E não deixaria. Prometeu ao seu pai que cuidaria dela a qualquer custo e assim o fez.

A brisa gelada transformou o pequeno corpo que caía em queda livre em um pequeno pássaro branco. Uma coruja igual a pessoa que a salvou do fim e, antes de cair no mar e receber o beijo da morte foi segurada e amparada por dois rouxinóis. Diminuindo o impacto da queda.

Os rouxinóis, assim como as corujas, são animais mágicos e trazem consigo a esperança da primavera, porém está intimamente ligado a morte. Seu simbolismo está ligado à Romeu e Julieta ( obra de Willian Shakespeare) , onde esse pássaro seria o " cantor do amor na noite que finda". Caso escutem juntos o som do rouxinol, o casal que se ama permanecerá junto algum dia, porém estarão expostos a morte.

Os três pequenos corpos caíram na água e, com um redemoinho, transformaram-se em três pessoas novamente: dois homens e uma mulher. Os homens nadaram até a encosta, parando em uma pequena caverna, levando consigo o pequeno corpo feminino desacordado.

-Será que ela está bem? - Sunam murmurou preocupado.

- Maria disse que cuidaria dela. Ela não vai morrer. Ela não pode morrer...- Falou Serafim com a voz trêmula

O canto do pássaroOnde histórias criam vida. Descubra agora