Capítulo 29- Um pote de mel com um toque de limão

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2866 palavras

"O amor substantivo pode até dar o nome, mas apenas o verbo amar dará a verdade além do nome" P.V.

Música do capítulo: It's you - IU and Sung Shi Kyung

Mainá acordou no dia seguinte com o sol batendo nas janelas da biblioteca, estranhando o local até perceber estar na biblioteca e que não estava só pelo peso em sua cintura.

" Meu Deus, como eu deixo me levar com tanta facilidade? " Pensou Mainá com pensamentos conflitantes

Virou-se devagar para não acordar Somchai e observou o rosto adormecido iluminado pelo sol, pensando o que havia de errado com ela, agindo como uma adolescente imprudente. " Que seja! Não já estou aqui? Melhor aproveitar!". Observou seus traços como se quisesse guardar cada linha em sua memória. Depois de tudo, ela nunca sabia quando a felicidade teria um fim....

Ele parecia exausto e tenso até mesmo dormindo. Apesar de estar em sono profundo, sua testa estava franzida entre as sobrancelhas e seu rosto, que antes era sereno como uma criança, exibia uma expressão grave.

" Parece que se passaram tantos anos desde a última vez que estivemos assim" Pensou a moça massageando a testa do rapaz, o que o fez abraçá-la um pouco mais apertado.

" Mesmo com essa expressão sisuda, ele ainda continua muito bonito" pensou a moça enquanto passava distraidamente os dedos sobre o rosto do rapaz e pensando como eles poderiam resolver as coisas.

Eles não poderiam viver como se aquele último ano não existisse. Uma lição nefasta que aprendeu é que os mal entendidos e o passado sempre vai voltar como um fantasma errante e perdido. Às vezes saudoso, às vezes vingativos...

Ela conhecia bem a sensação, não estaria ali e não reagiria daquela forma se não tivesse visto o outro lado história. Nem sempre o amor ganha a guerra das emoções e na última guerra, por um pouco, ela não se tornou um demônio sedento por vingança.

Se ela não visse aquela caixa e não acessasse a memória de lady Nana, ainda estaria o odiando por algo que ele era tão vítima como ela. Aquela mulher manipulava a todos e a sua perspectiva como bem entendia. Quando ela estava, todos ao seu redor só enxergava a lente que ela colocava em nossos óculos. Movia a todos como marionetes em seu jogo sem remorso algum.

Seu comportamento lembrava vagamente o de um transtorno que ela leu enquanto buscava as causas da doença de serafim na biblioteca pública. Era um livro em francês de um rapaz chamado Pinel* que descrevia o comportamento como "Mania sem delírio para descrever o quadro de alguns pacientes que, embora se envolvessem em comportamentos de extrema violência para com outros ou para consigo mesmos, tinham um perfeito entendimento do caráter irracional de suas ações e não podiam ser considerados delirantes." Ela tinha certeza que era algo assim. Lembrava que ela e Serafim gostava muito de doenças mentais e levaram horas discutindo essa por acharem extremamente intrigante como eles se apresentavam e agiam. Pareciam tão emocionais, apesar de não sentir nada de fato.

No fim das contas, nem todo o conhecimento os salvaram dela. Ninguém imagina que uma pessoa tão inescrupulosa possa viver tantos anos sem ser descoberta e mantendo a boa imagem. Se não fosse pela ajuda extra do destino, talvez ela vivesse o resto da vida cometendo maldades sem ser descoberta....

Mainá estava tão absorta com os caminhos que seus pensamentos a levavam que não percebeu que alguem abrira os olhos e a observava de volta....

— Apreciando a vista? — Perguntou Somchai com um sorriso sonolento no rosto. — Se bem que pela expressão em seu rosto parece que minha beleza foi ofuscada por alguma teoria que você deve ter lido na biblioteca... Ai de mim....

O canto do pássaroOnde histórias criam vida. Descubra agora