Capítulo 10- Torna(n)do

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2049 palavras

"O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito." João 3:8

música do capítulo: reza do vento- rosa amarela

— Chegamos. — Falou Lady Nana enquanto descia a carroça

— Onde estamos? — Mainá desceu da carruagem olhando o local ao redor. Era uma cabana isolada na beira do mar. Apesar da bela vista ainda parecia triste e um pouco sombria.

— Encontrei essa cabana abandonada enquanto procuravam ervas raras. Pela falta de rastro somente nós viemos aqui em muito tempo. Os meninos me ajudaram a reformar o local para ser um  refúgio caso as  coisas deem erradas e ser nosso lugar de treinamento. Como é isolado não nos acharam com facilidade. Necessário de um local assim para o seu treinamento. Deve ser uma visão e tanto para uma pessoa comum ver uma bela jovem virar coruja ou fazer as coisas se moverem com um estalar de dedos. Não demorarão muito para criar uma nova inquisição e te queimarem como uma bruxa.— Falou Lady nana em tom sombrio

— Que impressão de que isso é muito mais experiência que suposição..... — falou Mainá observando a expressão da senhora que é sempre jovial

— Querendo saber meu passado, criança? Não tem nada de bonito lá. Trazer isso de volta não fará bem a ninguém. Espera... Estas a querer fugir usando fofoca? Que danada! — Falou a senhora rapidamente se recuperando

Mainá recebeu a mensagem e entendeu, pois, tinha coisas que não queria tocar no assunto também. Todos eles tinham seus próprios demônios para enfrentar. Ela pode esperar a senhora se sentir confortável a contar, se esse dia chegasse.

Olhando ao redor, percebeu as árvores tropicais que se fechavam ao redor da árvore deixando um ambiente um pouco escuro, a neblina causada pelo horário aumentava o tom sombrio do lugar que, por um lado era cercado de verde e por outro se findava em um penhasco. Naquele lugar, poucos caminhos para entrar e sair com qualquer automóvel, existia apenas um caminho de terra batida mais largo e um que se podia andar a pé.

" Sempre a beira de um precipício quando algo acontece... " pensou Mainá

A cabana era simples, era feita de madeira e palhas de bananeira com as janelas relativamente aberta como eram as casas de campo tailandesas, ela ficava um pouco mais alta do que o normal, então ambas subiram três degraus e entraram na pequena cabana.

Dentro da cabana não havia quase móvel nenhum, apenas algo que era similar a colchões e estantes para guardar as coisa. O fogão e a cozinha, não parecia ficar dentro da casa. Assim como o banheiro.

Ao terminar de arrumar as coisas, ambas foram pra o lado de fora e Mainá respirou fundo. Seu treinamento começou.

— Ainda não entendi como isso funciona. De onde vou tirar todo esse poder? Vou fazer sim sa la bim e chamar o grande Merlim? — falou Mainá se posicionando na frente de lady Nana olhando-a com deboche

— Se concentre, criança, sua força está na sua terra e nos seus. Peça ajuda aos seus antepassados. Sinta sua energia. Nossa força vem do nosso passado e dos nossos. Temos grande proteção e sabedoria emanando deles. Peça ajuda e descubra que energia movimenta o seu corpo. Seu corpo conhece o caminho e seus antepassados conhecem os passos a seguir. Está na hora de conhecer quem de fato és.....

Mainá fechou os olhos e se concentraram, mas nada lhe veio à mente. Orou, pediu e implorou ajuda àqueles que a antecederam, mas nada acontecia. Nada sentiu de diferente para gerar sequer uma faísca. Será que esse é mesmo o caminho? "Mãe, vó, bisa, por favor me ajude! Eu não sei como seguir com isso! Estou com tanto medo! Eu não sei o que fazer, não sei como seguir em frente. Na verdade, não sei nem mais orar por nada e ninguém. Perdi totalmente minha fé... "

O canto do pássaroOnde histórias criam vida. Descubra agora