Capítulo 24- E agora nós?

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4771 palavras.

"Numa situação difícil, quando nada mais fizer sentido para você, ouça o seu coração, ele lhe mostrará o caminho." Johann Goethe

Música do capítulo: E agora nós? - Sorriso maroto e Ivete Sangalo

Ele não podia acreditar. Será que agora ele estava alucinando? Chegara finalmente ao último nível da loucura? Ele tinha certeza que era Mainá, mas ela havia morrido. Como era possível?

A moça olhou para o lado e viu os homens saindo da casa. Eles não tinham muito tempo. Se aquele homem levar Korn dificilmente ela o encontraria de novo.

— Somchai, me escute, não tenho tempo para te explicar. Acorde! Eu preciso da sua ajuda para levar ele para um lugar seguro. Agora! — Apontou para o menino escondido em seu pescoço tapando os ouvidos— Eu pensei em pular e me esconder nesta casa mas estou de saia e sou menor, não demorarei muito para ser alcançada. Pare de me olhar assim e me escute! Você está de calças vai ser mais fácil de pular do que eu. Pule e se esconda com Korn, eu vou distraí-los — Disse a moça tentando entregar o menino para Somchai com dificuldade pois esse começou a chorar em desespero, não queria largar do seu pescoço. Sua mãe dissera para ele fugir e nunca mais voltou. Somchai parecia estar em uma espécie de transe.

Droga, droga, droga! O choro do menino chamou a atenção dos homens que começaram a correr em sua direção.

— SOMCHAI! Acorde! Nós não temos muito tempo!

— O quê? Pular? Mas, porquê? Eu não vou deixar você sozinha de novo. Está é minha casa, entre!— Disse o rapaz, ainda confuso, abrindo o portão com rapidez e trancando logo após a entrada deles.

Ao perceber que a moça entrou na outra casa com um homem Kiet parou e mandou seus homens pararem. Essa área era uma área rica da cidade. Uma mulher estrangeira não teria muita atenção da polícia. Não seria tão fácil conseguir ajuda se invadissem sua casa. Um nobre sim. Dava para ver pelas roupas do homem que ele não era um mero empregado. Ele precisava pensar em outro plano. Ele fez um sinal para seus homens recuarem e fez o mesmo, observado por Somchai que seguia rumo a casa.

Somchai e Mainá entraram rapidamente na casa e trancaram a porta. Ele precisava deixá-la segura antes de pensar sobre a situação da outra casa.

Ainda não podia acreditar que ela estava viva! Por que ela não entrou em contato? Pensando logo em seguida em todos os acontecimentos ele pensou melhor e viu que ela estava certa em se manter longe da família dele e dele.

Como ele poderia pensar que ela voltaria para ele se ele nem pode protegê-la como prometeu? Além disso tem uma criança em seus braços e ela parecia morar na casa da frente. Pelas suas roupas ela não parecia ser a babá e a criança a chamou de mãe quando ela tentou entregá-lo a ele. Então ela deve ter se casado de novo e esta criança agora era dela. Esse pensamento o fez encolher os ombros.

— Somchai, agora não é o momento para refletir, posso te pedir um lugar para sentar? Korn é bem grandinho  e não vou conseguir colocá-lo no chão agora pelo audível motivo. Me ajude sim? Quase não me aguento em pé! — Falou Mainá tirando-o de seus devaneios.

— Claro! Claro! Me perdoe! Por aqui! — Falou o rapaz guiando-a para a sala de estar.

Assim que a moça se sentou respirou aliviada.

— Aqui vocês estarão seguros. Voltarei para casa para ajudar seu marido e pedir a um empregado para chamar a polícia. — Falou Somchai solícito.

— Sozinho? Não seria perigoso? Espera um pouco... Marido? Que marido? Eu não tenho outro marido, estou sozinha em casa pois Sunan e Serafim viajou. — Percebendo a cara de Somchai, que estava a beira do choque, Mainá respirou fundo e continuou — Somchai, eu sei que você tem muitas perguntas, mas eu preciso pedir sua ajuda primeiro para chamar a polícia salvar khum Lalá e os outros empregados da mão daquele homem.

O canto do pássaroOnde histórias criam vida. Descubra agora