Capítulo 22 - Agora somos só nós 3?De volta a Bangkok

122 28 201
                                    

1945 Palavras

"No amor, não existem coincidências. As almas vão e voltam para se reencontrar." Aurea Gervasio

Música do capítulo: Me espera - Sandy e Tiago Iorc

No dia seguinte todos acordaram com uma ressaca terrível e uma dor nas costas, infernal. Serafim e Sunan acordaram por último. Quando levantaram viram Mainá fazendo café e arrumando a mesa.

Ambos se levantaram e foram em direção a mesa como fantoches em uma apresentação de rua. Até que, de repente, Serafim sente a ausência de lady Nana. Estava tudo muito silencioso. Procurou por todos os cantos e não a encontrou.

— Será que ela foi finalizar as coisas no Bar? Mas não precisava! Ninguém usou seus nomes verdadeiros! — Refletiu Serafim

— Ela se foi. — Falou Mainá em tom calmo.

— Como assim ela se foi? Sem se despedir? — Falou Serafim aumentando o tom de voz, arrancando um gemido de Sunan.

Até ele, que não gostava de café, sentiu a necessidade de beber um pouco para voltar ao mundo dos vivos naquela manhã. Sua mente estava completamente em branco...

— O que aconteceu? — Perguntou Sunan ainda desorientado.

— Mamãe foi embora, ela deixou uma carta para cada e um bilhete para todos ali em cima. — Disse Mainá apontando para a mesa enquanto pegava mais café. Ela observou o bilhete em cima das cartas assim que acordou. Mas não teve coragem de abrir.

— Ela é uma verdadeira força da natureza que vem e vai quando quer... — Murmurou Serafim quando pegava as cartas — Tu não abriste a sua? — Disse Serafim apontando a carta para Mainá.

— Não tive coragem... — Disse Mainá.

— Vamos juntos! Amor? Sua alma já voltou para o corpo? — Falou Serafim olhando seu esposo que apresentava o rosto totalmente em branco.

O outro rapaz negou com a cabeça e continuo olhando para o nada fazendo os dois irmãos rirem.

— Não sei porque bebe desse jeito se no dia seguinte vai ficar assim — Falou Serafim passando e dando um beijo no topo na cabeça do esposo tendo como resposta um ruído ininteligível.

Sentaram-se à mesa e leram suas respectivas cartas. Todas elas tinham lembranças, recomendações e um desejo amoroso de felicidade aos três. Eles ainda estavam amaldiçoados, mas até mesmo a maldição teria um fim no momento em que eles encontrassem o seu destino.

Todos precisavam saber que, mesmo que não seja intencional, enganar a morte tem seu preço e, para a vida deles voltar ao normal, eles precisavam pagar pelo preço da vida que eles roubaram.

Sim, pelo que eles souberam no momento em que o relógio deles pararam outras vidas foram levadas em seu lugar. Nada é feito sem causar algum efeito. Agora eles precisam consertar isso. Saberão o que fazer quando ouvirem o mesmo som que ouviram no momento da sua morte.

— Isso é muito confuso. Como saberemos o que fazer e quando? Eu não lembro o que ouvi no momento da minha morte além do tiro... — Murmurou Serafim confuso.

— Ela disse que saberíamos no momento certo. Ela nunca deixou pontas soltas. Saberemos na hora certa. Já que nossa mãe se foi, acredito que deveríamos adiar a viagem e voltar para Bangkok. Na minha carta diz que Somchai precisará de todos nós logo, logo... — Afirmou Mainá em um tom que tentava, mas não escondia a preocupação em seu coração.

Ela levou muito tempo perdida em sua dor e esqueceu de abraçar a dor do marido também. São nesses momentos do casamento que ambos precisam dar as mãos para evitar que o mundo desabe. Eles seguiram pelo caminho mais destrutivo.

O canto do pássaroOnde histórias criam vida. Descubra agora