1945 Palavras
"No amor, não existem coincidências. As almas vão e voltam para se reencontrar." Aurea Gervasio
Música do capítulo: Me espera - Sandy e Tiago Iorc
No dia seguinte todos acordaram com uma ressaca terrível e uma dor nas costas, infernal. Serafim e Sunan acordaram por último. Quando levantaram viram Mainá fazendo café e arrumando a mesa.
Ambos se levantaram e foram em direção a mesa como fantoches em uma apresentação de rua. Até que, de repente, Serafim sente a ausência de lady Nana. Estava tudo muito silencioso. Procurou por todos os cantos e não a encontrou.
— Será que ela foi finalizar as coisas no Bar? Mas não precisava! Ninguém usou seus nomes verdadeiros! — Refletiu Serafim
— Ela se foi. — Falou Mainá em tom calmo.
— Como assim ela se foi? Sem se despedir? — Falou Serafim aumentando o tom de voz, arrancando um gemido de Sunan.
Até ele, que não gostava de café, sentiu a necessidade de beber um pouco para voltar ao mundo dos vivos naquela manhã. Sua mente estava completamente em branco...
— O que aconteceu? — Perguntou Sunan ainda desorientado.
— Mamãe foi embora, ela deixou uma carta para cada e um bilhete para todos ali em cima. — Disse Mainá apontando para a mesa enquanto pegava mais café. Ela observou o bilhete em cima das cartas assim que acordou. Mas não teve coragem de abrir.
— Ela é uma verdadeira força da natureza que vem e vai quando quer... — Murmurou Serafim quando pegava as cartas — Tu não abriste a sua? — Disse Serafim apontando a carta para Mainá.
— Não tive coragem... — Disse Mainá.
— Vamos juntos! Amor? Sua alma já voltou para o corpo? — Falou Serafim olhando seu esposo que apresentava o rosto totalmente em branco.
O outro rapaz negou com a cabeça e continuo olhando para o nada fazendo os dois irmãos rirem.
— Não sei porque bebe desse jeito se no dia seguinte vai ficar assim — Falou Serafim passando e dando um beijo no topo na cabeça do esposo tendo como resposta um ruído ininteligível.
Sentaram-se à mesa e leram suas respectivas cartas. Todas elas tinham lembranças, recomendações e um desejo amoroso de felicidade aos três. Eles ainda estavam amaldiçoados, mas até mesmo a maldição teria um fim no momento em que eles encontrassem o seu destino.
Todos precisavam saber que, mesmo que não seja intencional, enganar a morte tem seu preço e, para a vida deles voltar ao normal, eles precisavam pagar pelo preço da vida que eles roubaram.
Sim, pelo que eles souberam no momento em que o relógio deles pararam outras vidas foram levadas em seu lugar. Nada é feito sem causar algum efeito. Agora eles precisam consertar isso. Saberão o que fazer quando ouvirem o mesmo som que ouviram no momento da sua morte.
— Isso é muito confuso. Como saberemos o que fazer e quando? Eu não lembro o que ouvi no momento da minha morte além do tiro... — Murmurou Serafim confuso.
— Ela disse que saberíamos no momento certo. Ela nunca deixou pontas soltas. Saberemos na hora certa. Já que nossa mãe se foi, acredito que deveríamos adiar a viagem e voltar para Bangkok. Na minha carta diz que Somchai precisará de todos nós logo, logo... — Afirmou Mainá em um tom que tentava, mas não escondia a preocupação em seu coração.
Ela levou muito tempo perdida em sua dor e esqueceu de abraçar a dor do marido também. São nesses momentos do casamento que ambos precisam dar as mãos para evitar que o mundo desabe. Eles seguiram pelo caminho mais destrutivo.
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O canto do pássaro
МистикаSérie melodia do destino: Livro 01 ☆𝐅𝐢𝐧𝐚𝐥𝐢𝐬𝐭𝐚 𝐭𝐡𝐞𝐰𝐚𝐭𝐭𝐲𝐬 𝟐𝟎𝟐𝟐 ☆ Mainá e Serafim são dois irmãos brasileiros que encontram seu destino de amor em terras estrangeiras, embarcando em uma aventura cheia de sonhos e desafios. Infeliz...