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– Porque caralho acordei tão cedo?
O relógio na cabeceira da cama marcava 9:00, e, para quem costumava apenas acordar às 11:00/12:00, é uma total surpresa.
Mas por muito que tentasse voltar a adormecer não era uma opção. Alguma coisa colocava a minha mente completamente inquieta e não precisava de pensar muito para saber do que se tratava.
Ymir.
Para além de ainda estar a pensar em todos os casos possíveis para como ela me levou até ao carro desde o telhado, eu sinto a necessidade de me aproximar dela.
O que era estranho para mim porque após tantos anos sem nem ter interesse em ter uma relação amorosa ou conhecer as pessoas com quem ficava, interessar-me na outra ponto do acaso era novo.
Por muito que não gostasse, sabia que isto era tudo por causa de Hange. Depois delu tudo ficou confuso. Eu havia dado tudo de mim para ela e acho que quando ela fez aquilo, o meu psicológico trancou-se. Acho que ser ameaçada com o reconhecimento dos meus pais homofóbicos que eu estava a namorar a melhor amiga do meu irmão gay que eles haviam expulsado de casa não era algo que eu tivesse grande escolha.
Eu entendo o lado da Hange, mas aquilo fodeu comigo e por isso me recuso a falar com elu até hoje.
Então, o facto de eu querer me aproximar da Ymir é estranho. Mas, desta vez não queria que esse sentimento se fosse embora.
Assim que desço as escadas encontro a casa completamente vazia. Os meus pais deviam ter ido para a igreja como sempre. Porque os meus pais eram donos de uma Igreja, sendo o meu pai o pastor.
Exato. Daí a situação toda com o Levi.
Era engraçado de pensar que antes nós éramos uma família unida. Que íamos todos os domingos juntos para a missa e que os nossos pais diziam que nos amavam.
Eu mantenho-me com a ideia de que eles apenas amavam as crianças cujas ideias eles podiam controlar, e não os seus filhos.
– Credo, estou demasiado reflexiva hoje! Melhor arranjar alguma coisa para fazer antes que entre em modo depressiva.
Assim que penso nisso, o meu celular toca. Era Levi.
– Oi croma.
– Bom dia para ti também, moço.
– Estás ocupada?
– Não.
– Consegues vir ter a nossa casa?
– Sim. Mas por alguma razão em específico.
– É para irmos buscar o teu vestido.
– E podes almoçar aqui, se quiseres! – disse Erwin no fundo.
