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- Merda!
Já longe do apartamento da Ymir, eu caminhava pelas ruas noturnas sem uma mínima noção de perigo em mim, com apenas um pensamento em mente "o que é eu ia fazer com tudo isto" ?
Sinto o meu celular a vibrar no bolso de trás das calças e quando pego, o ecrã ilumina com Ymir a ligar. Deixo tocar.
Agora, sim, eu preciso de sair daqui antes que alguma merda pior aconteça. Eram exatamente 2 da manhã.
Faço uma busca rápida por algum bar aberto e encontro um no meu campo de visão. Será melhor esperar lá dentro.
*A chamar*
- Ah, estou? Quem é?
- Oi, Mika, desculpa ligar, mas tem como me vires buscar?
- Está tudo bem? O que aconteceu?
O meu cérebro finalmente sai do modo dormente e traz todas as emoções que eu não queria ao de cima.
- Eu - sinto a voz a falhar. - preciso de ir para casa.
- Estou a caminho. Manda a localização.
- Obrigada, Mika.
*Chamada termina*
Eu não acredito que deixei que isto chegasse a este ponto. Eu é que devia estar em controle aqui, não as minhas emoções, eu prometi nunca mais deixar as minhas emoções tomarem conta de mim. Mas, no final do dia, eu não deixo de ser humana.
Isto estava tudo sobre controlo, ou era o que eu queria que estivesse mas não estava e acho que nunca esteve. Eu deixei uma abertura muito grande para a Ymir entrar na minha vida e parece que me esqueci o quanto isso doeu da última vez.
O casamento, a angariação, a casa e o emprego já eram preocupações grandes o suficiente, por isso, porque é que eu fui achar que colocar a Ymir no meio disto tudo ia dar certo? Óbvio que não ia. Agora só preciso de achar uma maneira de me afastar de mais um problema e manter a Ymir o mais longe possível.
[...]
Uns 15 minutos depois, Mikasa aparece à frente do bar e entro no carro dela.
- Oi, S/n, tu está bem?
Eu só olhei para Mikasa e não soube dizer nada, apenas a encarei até começar a ficar com a visão turva novamente. Acho que a minha feição foi o suficiente para ela se aperceber o que tinha acontecido porque o seu olhar suavizou e ela envolveu-me num abraço apertado enquanto eu derramava as minhas lágrimas.
