Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
-- Estás a gostar?
-- Hange, por favor, não vás por outras conversas quando ambas sabemos aonde isto vai chegar. -- digo, mas diferente das outras vezes, digo calma quase com melancolia na voz.
Eu estava farta de estar a sofrer com algo que nunca realmente havia entendido.
-- S|n...
Após uns 5 longos minutos a ouvir simplesmente a música da banda e a conversa das outras pessoas, Hange começa outra conversa.
-- Sabes, eu conheci Pieck quando eu menos esperava. Numa livraria onde trabalhei por alguns anos. Ela simplesmente surgiu na minha vida do nada e sem que desse conta a nossa amizade já durava 2 anos e eu com sentimentos por ela por metade disso.
Porque é que ela me estava a dizer isso?
-- Mas eu nunca tive a coragem para lhe dizer porque tinha medo que fosse acabar do mesmo modo que nós acabámos. -- ela para e olha para mim com o seu olhar sincero.
O olhar que eu costumava ver tantas vezes e que tantas vezes senti falta.
-- Quando tudo aquilo aconteceu ambas estávamos numa situação muito instável. Mas eu não quero de modo algum invalidar o que tu estavas a passar porque sei que era muito pior do que a minha. -- ela diz tudo muito calmamente como se andasse à anos a preparar esse discurso, o que eu não duvido que ela tenha mesmo feito. -- Eu sempre gostei de ti, mesmo antes de tudo aquilo acontecer mas nunca quis sentir que estava a trair o meu melhor amigo de jeito nenhum então nunca fiz nada, além de que não sabia se tu eras hétero ou não. Então, quando o Levi me contou o que aconteceu, eu não perdi nem um momento para ir ver se estavas bem, tanto que o Levi pediu-me para o fazer. Assim que entrei no teu quarto naquele dia e te vi a chorar alguma coisa despertou em mim e desde então que eu não podia deixar de estar contigo.
Memórias daqueles acontecimentos de anos atrás sobem à superfície e começo a reviver tudo de novo.
-- Fazia sempre questão de passar o tempo todo que podia contigo porque naquela época eu não tinha ninguém, tal como tu. Os meus pais andavam a lutar bastante e eu procurava sempre sair de casa e reconfortava-me ficar contigo. Quando te pedi em namoro eu realmente sentia aquela paixoneta que sempre senti, porém não demorou muito até me aperceber do que aquilo realmente se tratava. Nós encontrávamos refúgio uma na outra.
-- Tu me protegias e eu te reconfortava. -- digo simplesmente, a segurar lágrimas no rosto.
-- Exatamente, mas não passava de mais nada para além de dependência. Eu estava tão fixada em fugir de casa que tu passaste a ser a minha casa, a minha nova responsabilidade. Não sei se faz muito sentido mas era assim que eu sentia que era. E tu não estavas a ficar muito melhor. Eu sabia que te sentias culpada pelo que fazias comigo. Todas as carícias, beijos e sexo que fazíamos eram uma razão para tu chorares à noite. Com vergonha e nojo de ti própria por estares a fazer exatamente aquilo pelo qual o teu irmão foi expulso de casa.