Capítulo 08

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Demorou um tempo, mas logo Lux acabou se acostumando a rotina diária da zaunita. Enquanto ela passava dias e noites a fio no seu laboratório a loira aproveitava para conhecer melhor Zaun, e seguiu o concelho de Jinx, trocou suas vestimentas por algo mais modesto, não demorou muito em achar uma loja questionável que comprasse suas joias e objetos de valor, o que foi oferecido não era uma quantia justa, embora não pudesse reclamar, aquilo serviria por um tempo. Durante o dia caminhava pelo mercado, comprava mantimentos e tentava ter notícias de outras cidades, como Demacia, e pessoas desaparecidas, tentando descobrir se já tinham chegado a Piltover em busca dela. Já a noite tentava saber o que vinha se passando em Zaun, havia notado uma mudança no clima do lugar, ia em bares em busca de informação, capa escura e capuz cobrindo seu rosto. O rumor que se espalhava era sobre a aniquilação dos Barões da Química, por um ser chamado Urgot, e parece que ele era quem estava no comando da cidade baixa, o novo líder dividia opiniões, para alguns não passava de um sanguinário e louco, para outros a esperança de Zaun, um salvador que surgiu em um momento turbulento, e essa parcela só aumentava.

Lux percebeu conforme perambulava pelo prédio em ruinas que as habitações que eram utilizadas tinham sido reformadas pela garota, como o banheiro e o quarto dela que ficavam no andar de cima, e o laboratório no andar de baixo. A loira teve que improvisar um lugar para dormir no chão do quarto que tinha decidido usar, fazer comida na cozinha do edifício tinha se mostrando um desafio. Quando a zaunita experimentou pela primeira vez sua comida, dava para ver em seu rosto que já fazia um tempo que ela não comia nada caseiro, mas assim que devorou a maioria dos sanduiches e tomou uma copada da vitamina lilás, ela se retirou dizendo que estava cansada e precisa muito dormir, subiu pro segundo andar indo pro seu quarto.

No outro dia Luxanna saiu para o mercado, queria achar um colchão e talvez alguns utensílios de cozinha, mas os preços estavam um pouco acima do seu orçamento, naquele dia voltou apenas com ingredientes para uma sopa, seria o seu jantar. Já tinha madeira suficiente para uma fogueira, uma panela e ferro para segurar o recipiente sobre o fogo. Assim que entrou no lugar percebeu logo que a porta do laboratório de Jinx estava aberta, levantou o olhar para cima e a porta do quarto estava fechada, sem sinal da garota, foi quando escutou o som de uma pancada, o ruído vinha da cozinha, sem hesitar seguiu até o cômodo, quando entrou foi inevitável não conter sua surpresa, Jinx batia em um prego em uma prateleira firmando a madeira no lugar, então a garota como se sentisse a presença de outra pessoa se virou quase como um animal prestes a atacar, mas logo seu semblante sério foi amenizando e um sorriso brincalhão surgiu em seus lábios.

- Gostou? – perguntou abrindo os braços, sorriu mostrando os dentes enquanto segurava três pregos entre eles, e um martelo em uma das mãos.

O que antes era apenas uma habitação cheia de entulhos, e uma fogueira improvisada pela loira, tinha se transformado em uma verdadeira cozinha. Havia agora um fogão quatro bocas, uma pia com encanamento completo, prateleiras e uma mesa com duas cadeiras no meio da habitação, e alguns objetos que seriam uteis no preparo dos alimentos.

- Então? – questionou insistindo em uma resposta, se aproximando com olhos ansiosos.

- Nem sei o que dizer – falou olhando em volta, colocou as sacolas sobre a mesa, estava tudo limpo, a habitação tainha sido quase que completamente reconstruída – Como fez isso? – se virou a indagando, a garota já estava a suas costas, colocou o martelo em um canto junto com os pregos. Onde conseguindo tudo aquilo? Era inevitável para Lux não pensar que aquelas coisas haviam sido conseguidas de forma ilegal, e como se lê-se a pergunta não feita da loira a garota riu.

- Não está errada em desconfiar – inclinou a cabeça para o lado em um gesto felino, quase predatório – Mesmo que eu seja uma criminosa maníaca, impulsiva e que as vezes gosta de destruir algumas coisas – levantou o dedo indicador levantado para cima – Devo informa-la, caso não tenha percebido, que também sou uma inventora, que gosta de criar e as vezes reformar – olhou de um lado para o outro enquanto falava – metade dessas coisa achei no ferro velho, já a outra metade – pausou propositalmente sorrindo – não queira saber.

Alto & Baixo - Vi x CaitlynOnde histórias criam vida. Descubra agora