Mudanças

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Dante


Eu estava sem reação, não sabia o que fazer ou como reagir, estava paralisado, meu corpo não se movia, minha mente estava vazia, nada pensava ou sequer sabia o que fazer diante aquela situação. Meus olhos estavam focados nos dois, um fino suor frio estava surgindo em minha pele. Os passos longos e pesados que minha mãe dava para chegar até Dan ecoavam pelo espaço da sala.

Vejo ele colocar os braços na frente, apavorado com a situação, estava exposto em seus olhos, rosto e voz o quanto ele estava com medo assim como eu. Ele diz:

— Mãe... O que você vai fazer? Você está nos deixando com medo.

Ela para diante dele com seus olhos brancos, o líquido negro que corria por debaixo de sua pele preenchia seu rosto, assim como os poros que estavam por se alastrar por metade de seu rosto, pequenas coisas verdes estavam saindo deles. Eu não sabia ao exato o que eram, mas tinha a certeza de que aquilo a estava transformando no monstro à minha frente.

Ela fica exatos três minutos parada o encarando olho a olho, respirando pesadamente sobre ele. Sua mão fazia movimentos e seus dedos estalavam, criando um certo incômodo em mim a cada estalo de seus dedos.

"Por favor, lute contra isso, seja lá o que for... Não podemos perder você para essa doença" — penso, aflito e tenso.

Naquele momento eu ainda tinha um pouco de esperança que ela pudesse lutar contra aquilo. Mas não aconteceu, ela faz um grunhido e agarra meu irmão pelos braços, jogando- o para trás dela; aquilo fez um barulho e tanto. Dan logo tenta conter ela, após resmungar com a dor da queda.

Mesmo ele não possuindo muita força, ele conseguiria parar nossa mãe. Escuto ele gritar com ela em uma tentativa dela o escutar.

Corro até ela, indo até suas costas, para tirar ela de cima dele. Seu corpo pesava quase o dobro, sua força era muito maior do que a minha. Ela se vira furiosamente para mim, jogando-me contra o sofá no qual ela estava deitada antes.

— MÃE! Pare com isso! Me solte, por favor! Saia de cima de mim!

Escuto a voz de Dan com um tom de medo e preocupação. Levanto do sofá em um salto. Coloco a mão nos ombros de minha mãe, olho para Dan e digo para ele, em um tom sério e autoritário:

— Empurre ela comigo, ao mesmo tempo. Não pense ou fale nada.

Em um movimento de ação rápida, conseguimos jogar ela para trás, que cai sentada e faz um barulho de incômodo. Assim que seu corpo cai sobre o chão de madeira da casa, ela vai para cima do mesmo centro de mesa quebrado no qual Dan havia caído anteriormente.

Os pedaços de madeira embaixo dela devem ter lhe causado uma pequena dor desagradável. Estendo minha mão ao meu ir- mão, ajudando-o a se levantar.

Ele fica de pé ao meu lado e olha para mim; era visível como estava abalado. Olho para ele tentando não transparecer nenhum sentimento em meu semblante. Ele pergunta, em um tom preocupado:

— O que está acontecendo com a mamãe? Ela está mudando. O que é aquilo surgindo em seu corpo? — Respondo para ele de modo breve, voltando minha atenção para nossa mãe e seus movimentos. Abaixo rapidamente, pegando um pedaço do pé do centro de mesa, segurando-o com as duas mãos à frente de meu corpo. Meu irmão olha para mim com repulsa e me dá um leve empurrão, falando comigo irritado:

— Que droga você está pensando em fazer, Dante? Ela está agindo estranho, eu sei. Mas que merda! Vai atacar ela com um pedaço de madeira em sua cabeça? Isso não é a droga de um jogo.

A saga irmãos Hawks: Ponto de partida - Livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora