Uma ajuda inesperada

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Dante


— O que as duas gracinhas estão fazendo caminhando a essa hora em um local onde os andarilhos e todo o resto de criaturas que deu errada da X-Bios dominam? — pergunta Dinah, puxando assunto conosco. Antes de olhar para Dan, ele já estava falando mais do que tudo.

Reviro os olhos sem disfarçar e foco minha visão na estrada a que estávamos nos aproximando.

— Então, Dinah, estávamos indo pegar gasolina, já que a do carro acabou, mas aí apareceu um bichão, né? Difícil de derrotar, mas conseguimos, mas aí surgiu tudo isso de criatura e vocês chegaram e cá estamos — diz meu irmão, do jeito mais normal e idiota possível.

"Eu devia ter morrido, porque aturar esses dois tá difícil." Eu estava ali olhando para todos os cantos daquela caminhonete em uma situação mediana. Ela parecia ter sido adaptada para enfrentar todo o tipo de situação, ela era espaçosa e os bancos bem confortáveis, por sinal.

— Aquela "coisa", Dan, era um Herangno. Vocês tiveram sorte de ter conseguido enfrentar ele e saírem vivos — diz ela, séria, sem virar para olhar para nós.

Olho para ela, agora não evitando-a, e pergunto, de forma curta e breve:

— Por que diz isso? Teria outra forma de enfrentá-lo? Se sim, espero que nos diga.

Ela respira fundo e dá um sorriso de canto antes de continuar falando.

— Um Herangno, meninos, nada mais é do que a junção das criaturas andarilhos e peregrinos. Por isso a altura e força bruta dele. Peregrinos no estágio completo do parasita conseguem liberar a toxina da infecção. Já andarilhos não, eles são rápidos e possuem garras, como já devem ter notado. Herangnos possuem o corpo com diversos buracos e liberam mais toxinas do que peregrinos tipo dois. Eles conseguem nos pegar com uma mão só e esmagar nossos corpos com um pouco de força. Eles não sentem a necessidade de se alimentar de nossas carnes igual às outras criaturas, apenas de drenar nossa energia elementar para aumentar seu tamanho e força, a partir dos tentáculos que ficam dentro de sua boca, que se localiza abaixo do pescoço deles, ficando protegida pela cabeça, que é repleta de uma pele mais grossa criada pelo fungo, que lembra corais.

Eu fico boquiaberto assim como Dan com as explicações dela com a nova criatura e a interrompo antes de ela prosseguir.

— Como você sabe tanto sobre eles, Dinah?

Ela olha para mim brevemente, fazendo uma cara feia e semicerrando os olhos, falando de modo que me corrigisse.

— Ei, bonitinho, não se interrompe uma dama quando ela está dando uma aula das criaturas. Na próxima eu te meto a mão na cara, hein? Mas respondendo à sua pergunta, porque sou uma lady muito educada, né? Eu sei, pois tenho minhas fontes em todas as regiões que estão surgindo nas terras sem fim.

Agora Dan a interrompe, mas ele levanta a mão e ela dá uma risadinha.

— Dinah, o que seriam essas regiões que estão surgindo? O que quis dizer exatamente com isso? — pergunta Dan, com dúvidas em sua voz e expressão, inclinando seu corpo para ver a resposta da garota.

Sinto ela parar o carro e penso comigo: Precisa mesmo parar? Olho para Dan fazendo uma expressão do tipo "poxa cara, agora vamos demorar mesmo. Valeu por abrir a boca."

Ela olha para nós dois com o carro parado e vejo que ela estava falando mais séria do que nunca, e chegando a duvidar da pergunta de meu irmão.

— Sério que vocês não sabem das mudanças das última duas semanas? Do que está por vir? Do que as antigas cidades e países estão se tornando?

A saga irmãos Hawks: Ponto de partida - Livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora