Caminhos estreitos

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Dan


Seguíamos andando sem pausa. O caminho que tivemos que pegar faria demorar o dobro para chegarmos até a via expressa que interligava as cidades grandes. Olho para Dante e as garotas rapidamente, todos estavam visivelmente cansados e havíamos feito um grande percurso em pouco tempo. Então, parando em meio à subida na qual estávamos pondo-me à frente deles, sugiro, falando ofegantemente:

— Deveríamos fazer uma pausa, pessoal. Recomendo que acampemos aqui, podemos prosseguir antes do sol nascer.

Eles olham para mim brevemente não acreditando muito no que acabaram de ouvir. Eu meio que fui ignorado por um momento enquanto eles pensavam em uma alternativa, até que Snow olha para mim, caminha até o meu lado e fala, de modo gentil:

— Eu concordo. Devo admitir que uma pausa em nosso trajeto talvez seja melhor para retomarmos nossa energia. Seria o mais adequado a se fazer nesse momento.

Olho para ela, sorrindo e transparecendo em meu olhar um agradecimento. Sue, logo em seguida, diz, encostando sobre a árvore de modo despojado:

— Concordo, estou morta de tanto andar. Mas já aviso que alguém não poderá dormir. Alguém ficará de guarda; não estou a fim de morrer dormindo ou acordar como uma daquelas coisas.

Acabo soltando uma pequena risada pelo jeito que Sue fala, ela olha para mim e acaba soltando um riso, mas logo faz uma expressão que mostra que realmente tem medo.

O vento frio que adentrava a floresta naquela madrugada nos deixava arrepiados. Afinal de contas, estávamos ainda molhados do rio ao qual caímos anteriormente.

Olho para Dante e falo, de modo sério:

— Dante, me ajude com as barracas.

Ele olha para mim e fala, do jeito mais normal possível vindo dele:

— E quanto à minha opinião?

Dou uma risada e falo de modo travesso com ele, enquanto tirava de minha mochila o saco no qual a barraca estava dentro:

— Irmão, pensa comigo, foram três votos a favor. Se você fosse contra, perderia, e se fosse a favor, também iria ter que ajudar. Então...

Volto a caminhar em direção à minha bolsa e ele faz uma careta, lançando um jato de ar em minhas costas, jogando-me de cara no chão.

Levanto-me furioso e vou até ele, que estava rindo junto às garotas, pois meu rosto ficara sujo com a terra úmida do chão. Quando olho meu reflexo pela tela do celular, não há uma alternativa e acabo rindo junto a eles.

Olho para ele e falo, apertando os olhos, focando-o com minha máscara natural de terra:

— Terá volta a pegadinha, irmão.

Ele olha para mim enquanto martela sobre o chão as madeiras que firmavam a barraca e fala, sorrindo de modo desafiador:

— Manda ver, irmãozinho.

Sue vem até mim, estendendo sua mão, fazendo surgir sobre ela uma pequena quantidade de água para eu lavar meu rosto. Olho para ela sorrindo e deixo que ela mesmo controle, jogando a água sobre minha face. Assim que meu rosto está limpo, auxilio meu irmão na montagem das barracas. Snow, logo em seguida, sugere algo, aproximando-se de nós:

— Querem ajuda? Eu posso pegar alguns gravetos para fazermos uma fogueira e nos aquecermos — diz ela, de modo calmo e atencioso.

— Isso daria nossa localização exata. Esquece, Snow — digo, olhando para ela, de modo amigável.

A saga irmãos Hawks: Ponto de partida - Livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora