Algo não está certo

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Dante


O duelo entre mim e meu irmão havia se iniciado, eu sabia que não poderia pegar leve com ele. Dan era muito cheio de si e adorava provar que poderia ser melhor do que eu, era até cômico ver como ele se portava diante de um desafio.

Nossos punhos se colidem, envolvidos pelos elementos que haviam se despertado desde a aplicação do soro. Dou um sorriso ao ver a determinação em seus olhos e semblante ao querer me derrotar. Falo, em tom provocativo, antes de recuar para trás assim como ele:

— Força bruta não é tudo em uma batalha, maninho. — Ele envolve seus dois punhos em meio às chamas e vem em minha direção. Me posiciono em defesa para receber o golpe, tudo indicava que seria um gancho. Penso comigo mesmo "ele é tão previsível, nunca aprende com as derrotas anteriores". Flexiono leve- mente meus joelhos para não ser jogado para trás e conseguir um contra-ataque. Assim como pensei, ele tenta um gancho; seguro em seu braço esquerdo em um movimento rápido.

Vejo que ele foca em meu rosto para me acertar um soco. Com minha mão direita, crio uma esfera de ar, lançando-a em seu estômago. Não era grande coisa, mas já causaria um certo incômodo ao acertá-lo.

A força do elemento junto à força física que coloquei no arremesso iria causar um dano mediano em meu irmão. Sinto o calor de seu elemento em sua mão passar bem próximo do meu rosto. Ele é jogado para trás ao ser acertado em cheio pelo meu golpe. Dan cai de costas no chão; eram visíveis em seus olhos raiva e surpresa.

"Ele não vai desistir, é dele se levar ao extremo e ao menos conseguir um empate." — penso comigo, ao vê-lo se levantar com a mão em seu estômago e com uma expressão determinada. Ele não me ataca e fica parado em posição de ataque, e aquilo me deixa intrigado e pensativo.

"O que você está pensando, Dan?... Sabe que venho lendo seus movimentos e passos durante a vida toda."

Abro minhas mãos, criando duas esferas de ar e lançando-as em sua direção, logo corro em sua direção conjurando mais duas, enquanto ele se esquivava das quais eu havia lançado anteriormente.

"Você é rápido, Dan, mas não astuto."

Lanço mais duas e ele desvia com sucesso. Logo ele vem até mim com uma sequência de chutes e socos; desvio deles e me defendo com meus braços de seus socos, o único problema é que não devia ficar apenas me defendendo, pois, seus punhos estavam sempre envoltos por suas chamas.

Mesmo colocando força sobre meus pés para não ir para trás, as solas de meus tênis estavam começando a escorregar sobre a grama molhada.

Com meus braços em posição de X, abro as mãos, envolvendo-as com círculos de ar; desço com os círculos de ar em volta dos meus braços para diminuir os danos sobre eles. Concentro minha mente para que meus pés fossem envolvidos, por meu elemento, assim como alguns pontos do meu corpo sentindo a pressão sobre meus músculos.

Dan começa a sentir mudanças, a temperatura ficar mais fria, olho dentro de seus olhos claros e aquela autoestima dele estava diminuindo. Fecho meus olhos, criando uma esfera à minha volta, impulsionando-o para trás. Ele, ao notar que eu estava jogando sério, não poupa seus poderes, levando-os ao máximo, mesmo que ele não soubesse seu limite e nós nunca tivéssemos treinado antes.

"O pouco que vi na X-Bios era: pense e crie com seu elemento."

Mas eu não queria ser imprudente, pois o Doutor Jay disse em um vídeo que os poderes elementares exercem muito do corpo e se esgotam dependendo do quanto se usa dele. Acho que meu irmão idiota esqueceu disso, pois está ardendo seu corpo em chamas com seu elemento, não poupando sequer um pouco desse poder desconhecido o qual acabou de obter. Pressiono meus pés sobre o chão, envolto ao ar, indo para cima dele com tudo. Falo, de modo rude e convencido com ele:

A saga irmãos Hawks: Ponto de partida - Livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora