𝓮𝓼𝓽𝓻𝓾𝓽𝓾𝓻𝓪𝓼

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Estava sentada na beirada da cama, bem em frente onde apoiou o espelho que havia em seu quarto. Não usava nada mais do que sua costumeira calça que vestia em missões e um top preto. Analisava cautelosamente aquela área em particular, perto do seu tórax, procurando qualquer resquício de cicatriz.

Ainda estava lá. Nem mesmo o ninjutsu médico quase perfeito da Sakura, foi capaz de a curar completamente. Em especial, seu coração.

Estava irregular, a marca ocupava uma pequena parte, porém notável para quem visse da maneira que estava. Não doía, ao menos, não mais. Mesmo que fosse incômodo lembrar-se da dor que sentiu, do desespero interno pensando que finalmente iria reencontrar sua mãe, o arrependimento era inexistente. Faria tudo de novo, porque valeu a pena.

Sempre vale a pena quando se trata dele.

Ainda assim, queria entender, ou ao menos saber, se tudo iria continuar a ser como antes. O quanto sua declaração o afetou? Se é que ele ouviu. Os sentimentos dele mudariam com relação a si?

De certa forma, era patético pensar nisso às vezes. Ela não era dependente da reciprocidade, apenas queria deixar claro a ele o quanto o amava, o quanto estaria disposta a fazer o que fosse necessário para vê-lo vencendo. Servir de apoio, suporte. É isso o que o amor faz, afinal, não é?

Respirou fundo mais uma vez, antes de finalmente vestir sua blusa. Afinal de contas, estava viva, e os vivos tem que aproveitar cada segundo de sua existência.

Ajudar na reconstrução de Konoha era algo deveras bom para sua alma. Por herdar a bondade de sua falecida matriarca, auxiliar aqueles que ficaram sem lar ou alimento, ascendia seu lado amoroso e cuidadoso. O altruísmo ascendia como brasa viva.

Gostava sim de atuar kunoichi, sentir a adrenalina correr em suas veias nas missões, treinar exaustivamente com Neji e aperfeiçoar seu golpe com os Leões Gêmeos, aprendeu a gostar disso. No entanto, a calmaria do cotidiano sempre fala mais alto.

Por isso, não tardou em tomar seu café da manhã e partir rumo ao centro de distribuição, onde eram repartidos os materiais de construção. Achava injusto somente Yamato usar seu estilo mokuton tentando a todo custo reconstruir tudo sozinho. Essa, definitivamente, não era a vontade do fogo pelo qual os Hokages prezam.

Deixou a bandana em casa, e resolveu prender seus cabelos longos. Trabalhar para os cidadãos lhe era um enorme prestígio.

Pouco teve que andar até localizar não só seus amigos, mas também algumas outras pessoas que ajudavam com as casas.

Akamaru foi o primeiro a lhe notar, indo de pronto até si.

— Oi pra você também, fofo – fez carinho na penugem branca e macia do animal, que insistia em lamber sua face como cumprimento. Isso a fez sorrir.

— Hey, Hinata-sama! – ouviu a voz de Neji se aproximando, junto a Kiba e Shino.

O cão voltou para o lado do seu dono, todos estavam vestidos de maneira casual, afinal não era necessário extravagâncias para fazer o mínimo do lar onde moram.

— Resolveu aparecer hoje, não é? Achei que ia fugir igual ontem – o tom de Kiba era irônico, mesmo que tenha uma pitada de chateação, afinal passou dois dias longe no intuito de ajudar um grupo a conseguir mais mantimentos.

— Perdão, Kiba-kun, esqueci de avisar a vocês – se levantou do chão com a ajuda de Shino – Em compensação, passaremos o dia juntos.

— Isso se ele não dormir de novo ao invés de ajudar – o Aburame foi sagaz no comentário, arrancando risadas dos Hyuuga.

Instantes depois, todos rumaram à área e pegaram materiais suficientes, levando carrinhos de mão ou até mesmo usando seus jutsus para facilitar o transporte. Naquela semana, estavam ao sul da cidade, focando nas casas que não se ruíram completamente.

Foi Por ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora