𝓹𝓸𝓻 𝓿𝓸𝓬𝓮̂

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Um clima agradável pairou sobre eles enquanto voltavam andando para o centro de Konoha. Por incrível que pareça, Hinata não desfaleceu perante Naruto, e mais incrível ainda: permaneceram de mãos dadas durante todo o percurso. As palavras naquele instante se tornaram completamente dispensáveis. Apreciaram em conjunto o momento ímpar em que seus corações encontraram o mesmo ritmo após confessarem, ainda que rapidamente, seus sentimentos um para com o outro.

Provavelmente se passavam das nove, entretanto, não tinham pressa. A Hyuuga poderia esperar até ter que voltar ao clã, seu pai a dera um tipo de carta branca, autorizando sua entrada em casa após às dez da noite, mesmo que esse seja o horário em que todos entram em seus aposentos para descansar.

Hinata não se sentia cansada, nem um pouco. Muito pelo contrário. O vigor crescente do seu interior poderia ser refletido facilmente em seus olhos, brilhando como nunca.

Sentiu um singelo aperto em sua mão, por isso voltou sua atenção ao loiro. Nem havia percebido estar sendo observada, daquela forma, as íris azuis cristalinas como o mar encarando-a fixamente, ele mostrava um sorriso torto, acanhado, mas genuíno. Totalmente puro, livre de qualquer outra intenção que não fosse admiração.

Retribuiu o aperto, sendo alcançados pelas luzes acesas da vila. O fluxo de pessoas se tornou relativamente menor comparado a horas atrás, quando o comércio ainda estava aberto.

Sem rumo, vagueiam ainda com os dedos entrelaçados pelas ruas. Naruto pensava sobre onde poderia levá-la para conversarem melhor, ansiava mais do que tudo pelo diálogo, precisava se desculpar por todos esses anos não ter se dado conta dos sentimentos de Hinata para com ele, se desculpar por não tê-la salvado de Pain, todavia, ressaltar que sempre estaria ao lado dela.

E, se possível, pelo resto de suas vidas.

Uma vida. Isso é muito tempo, mais do que pudesse imaginar. Tantas coisas estão propensas a acontecer, as concepções de ambos quanto ao que realmente querem poderia sofrer uma drástica mudança.

Poderia Hinata não optar por ficar com ele, querer seguir por um outro caminho do qual não fazia parte?

Gostaria de abraçar ela a todo minuto, estar apoiando-a, dizer todos os dias o quanto é sortudo por tê-la.

Tantas possibilidades passando em sua mente, mal percebeu a pergunta dela.

— O que? – saiu do seu torpor, voltando-se ao mundo real.

— Perguntei onde podemos ir – ela soltou uma risadinha agradável de ouvir.

Ah, isso! Imediatamente, Naruto olhou para a estátua do seu pai, no monte Hokage. Quem dera sentir a presença de Minato mais uma vez, ou melhor, ter seu genitor presente para poder testemunhar essa fase.

Estava decidido, subiriam o monte, conversariam lá, podendo expor tudo o que guardaram por anos.

— Vamos – se pôs a correr, não sem antes pegar Hinata no colo, estilo noiva, firmando seus braços fortes ao corpo menor.

Ainda bem que está escuro, a Hyuuga pensou, o ato de Naruto a pegou um tanto desprevenida, teve que suprimir um grito pelo susto, sentindo suas bochechas se avermelhando em vários tons. A pegada dele, céus, parecia queimar onde a segurava, sentindo as mãos firmes, impedindo que caísse.

Nunca se sentiu tão segura nos braços de alguém como se sentia nos dele.

O olhar centrado de Naruto pulando de um lado para o outro no intuito de chegarem logo, apenas dava vivacidade ao fato. Sentindo aquele carinho, seus braços foram para o pescoço dele, aninhou-se no garoto, sentindo um aroma específico, fechando os olhos para aproveitar ainda mais o momento, apoiando a cabeça no ombro do Uzumaki.

Foi Por ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora