I'm nervous • Billie Eilish

I'm fucked up

Estava a quase um hora, sentada na mesa de Billie Eilish, ouvindo ela e Thimothée conversarem animadamente sobre a roupa dos outros convidados.

E, apesar de Billie sempre tentar me puxar para as conversas não era culpa dela e muito menos dele por eu estar me sentindo extremamente desconfortável naquele lugar.

Só conseguia pensar nos problemas que estar junto à ela me causaria com a minha assessora, Alice não teria misericórdia alguma de mim. Mesmo estando imaginado os problemas ainda não conseguia ter noção alguma de quais seriam.

Estava exausta daqueles sentimentos e aquelas emoções, queria apenas tirar aquela roupa e ir dormir até o dia seguinte quando poderia voltar para Los Angeles, para a minha casa com o meu pai.

— Você não está pensativa por estar preocupada com a sua maquiagem, está? — Billie pergunta rente ao meu ouvido, seus movimentos não anunciaram sua presença e por isso acabou me pegando de surpresa.

Dei um leve pulo endireitando minha postura na cadeira confortável e levei minha mão ao meu peito, precisamente sobre meus peitos apertados no vestido. A mão direita de Eilish automaticamente é colocada sobre a minha, viro o rosto levemente para a olhar enquanto falava com a mesma.

— Não, não. Eu sei que está ótima! — Falo franzindo às sobrancelhas, sorrindo suavemente.

— Ótima já é exagero, mas 'pra luz de um after party... — Discorda fazendo uma careta engraçada e deixo meus dentes ficarem a mostra.

— Mas 'pra um after party está "ótima". — A interrompo a fazendo rir. Ela é adorável.

— Aliás, desculpa pelo susto. — Sorri e aperta a mão sobre a minha.

— Estava pensativa, como você mesma constatou. — Sorrio levemente.

— Ah! Eu amo essa música, nós precisamos dançar essa! — Thimothée exclama e puxa Billie com força para a pista de dança do local.

Não podia julgá-lo, também gostava de Leave The Door Open, mal podia controlar meu hábito de cantá-la quando a puvoa exceto nesta noite. Às coisas estavam feias de mais para que me permitisse cantar.

— ... So if you tryna lay in these arms... — Thimothée aponta em minha direção abrindo os braços em seguida e me obrigo a rir.

— I'ma leave the door open!! — Grita Billie empolgada caminhando em minha direção estendendo a mão à mim.

— Não Billie! — Nego tocando seus dedos e afastando minha mão.

— Só uma! — Agarra minha mão e me puxa da cadeira.

Outra música soava.

— TAKE ME BREATH AWAY AND MAKE IT LAST FOREVER, BABY. DO IT NOW OR NEVER, BABY
...  — A ouvia cantar animada, guiando suas mãos pelo meu corpo livremente para me fazer dançar como ela.

Reviro os olhos com força, estava muito mas muito fodida. Sorrio abertamente para Billie.

— ...Her fantasy i'ts okay with me... — Murmura se aproximando e coloco meus braços pelo seu pescoço seguindo seus passos.

— ...Bring me close to heaven, baby... — Cantarolo outra parte da música.

— Se pudesse te levar um pouquinho que seja 'pra perto do paraíso, só 'pra livrá-la desse desespero, eu faria. — Comenta e sorrio sem graça.

— Não vamos falar sobre isso agora, estou me divertindo aqui, com você. — Tento mudar de assunto.

— Me manda uma mensagem quando puder, vamos conversar sobre isso e sobre mais o que quiser. Gosto da sua companhia, quero ajudá-la. Não precisa passar por isso sozinha como eu fiz. — Insiste ao fim pegando em minha mão direita e me fazendo dar uma volta para tentarmos continuar nossa dança.

— Está fazendo isso por caridade Billie, era isso que queria que fizessem por você. E nem  sabe tudo pelo o qual estou passando, não vai adiantar, isso vai piorar tudo. Eu posso resolver sozinha.  — Justifico direto perto de seu ouvido.

Eilish segura em meu pescoço e guia a boca para perto de meu ouvido, imitando meu ato anterior, sua boca encostavam em mim pelos nossos passos confusos.

— Está certa Romy, posso não saber de tudo pois passei por isso anos atrás e era mais jovem do que você. Só quero que saiba que estou aqui e que não precisa resolver isso sozinha, ficar calada nos mata aos poucos. Por favor, acredite em mim não é caridade, estou só tentanto ajudar. Você incrível Romy, eu vejo o que faz, vejo como faz, correr o risco de perder você é uma tragédia para todos. Você é talentosíssima. — Rebate de modo sincero e fico sem ter o que dizer.

Não havia ouvido algo parecido antes. Ninguém havia falado que meu, de alguma forma, talento era relevante para mais alguém além de mim mesma. Claro, tinham às pessoas que me acompanhavam mas com tanta coisa dando errado elas ainda eram minha última preocupação.

— Você tem valor. Tem um coração, sentimentos, é um ser humano de carne e osso como todo o resto então honre quem você é, não se perca pelo o que os outros falam 'pra você. Ser o que não é, é a marca do fracasso e Romy você, definitivamente, não é uma fracassada. — Diz e então a música acaba, suas mãos me soltam devagar. — Só uma música, como o prometido. — Sorri e ajeita o meu cabelo com a ponta dos dedos.

— Obrigada. — Agradeço.

— Não esquece de manter contato. — Reforça me abraçando.

— Não irei. — Digo baixo.

MUITO fodida.