Escuridão

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POV Lance

POV Lance

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Será que ela foi atingida por algo e não vimos? Corri até onde ela estava caída e não vi qualquer ferimento que pudesse fazê-la desfalecer. Peguei Erika em meu colo e disparei em direção ao Q.G sem olhar para trás. Seu corpo ardia em febre. Mas como? Eu não conseguia entender o que estava acontecendo com ela.

- Erika, fala comigo. Erika! – Chamei mas ela não respondeu. – Aguenta firme, por favor. -implorei baixinho.

Avistei a Grande Porta e os sentinelas me deram passagem imediatamente. Os civis olhavam curiosos. Pelo jeito a missão não era mais segredo. Corri até a enfermaria que já estava com a porta aberta.

- Pelo oráculo! Rápido, ponha ela na maca imediatamente! – Ordenou Ewellein. Obedeci prontamente.

- Obrigada. Agora pode se retirar.

- Mas eu nã...

- Lance, por favor, deixe-me cuidar dela. Procure a Huang Hua e faça seu relatório. – ela me interrompeu me deixando sem opção.

- Ok. Eu vou. – Antes de sair, peguei a mão de Erika e depositei um beijo. – Fique bem. – sussurrei

Deixei a enfermaria completamente atordoado com tudo que acabara de acontecer. Claro que já sabíamos que uma invasão dos humanos era iminente mas... além de invadirem, estavam a procura de Erika. E se houver alguém procurando pelo Mateus também? E pra piorar, nem tínhamos uma pista dos desaparecidos. Nossa esperança era o regresso do Chrome e seus espiões ou interrogar os prisioneiros. Chegando na sala do Conselho, vi que a Huang Hua olhava pelo vidro em direção à Grande Porta. Os outros estavam chegando com os invasores. Anunciei minha presença.

- Lance, você chegou primeiro que os outros?

- Sim. Aconteceu algo com a Erika na batalha então trouxe ela o quanto antes para ser examinada. – Respondi.

- Pelo oráculo! - Huang Hua levou as mãos à boca. – Ela está ferida?

- Não há ferimentos graves em seu corpo mas, de uma hora pra outra, ela adquiriu uma febre intensa.

- Entendi, vamos aguardar um relatório da Ewe. Enquanto isso, vamos cuidar do problema que acabou de passar pelos portões. – Pude perceber a angústia em suas palavras. Em questão de horas, a situação saiu do nosso controle completamente.

- Huang Hua, espere. Você precisa saber de algo.

- Estou ouvindo. – ela se endireitou na minha frente.

- Não foi uma invasão qualquer. Eles vieram buscar a Erika. Um daqueles homens é alguém de seu passado na Terra.

- O que? – Atordoada com a notícia, ela se sentou. – Por mais que eu repudie o que fizeram com ela, a poção não deveria ter "apagado" a Erika da Terra?

- Talvez um detalhe tenha passado despercebido ou mesmo pela falta de experiência com a poção. No momento em que está sendo criada, ela precisa ser carregada com energia e lembranças daqueles que deverão esquecer a pessoa que tomá-la. Se por algum motivo o preparador deixar de pensar em alguém que desejou jamais ter conhecido, a poção não fará efeito nessa pessoa. Sabemos que a Erika fez essa poção sem ter ciência de seus efeitos, logo, ela não poderia saber desse detalhe. – Mais uma vez a Huang Hua levou as mãos à boca.

- Inacreditável! Pelo visto, havia alguém que se enquadrava nesse critério. Isso não é nada bom. – Ela se levantou e foi em direção à saída e eu a segui. Um guarda que estava perto da escadaria nos disse que já levaram os invasores para a prisão e os feridos estavam na enfermaria. Descemos os incontáveis degraus e seguimos para a prisão onde o Jamon e o Nevra nos esperavam para o interrogatório. A Huang Hua olhou para cada um dos presos parecendo que tentava ler as auras para saber qual deles poderia cooperar conosco.

- Olá. Me chamo Huang Hua e sou a líder desse Q.G. – apresentou-se.

- Não quero saber quem é você e não responderei nada se a Erika não estiver aqui. – sibilou o tal Isaque. Puxei minha espada apontando para ele e os outros recuaram em suas celas.

- Você não tem o direito de exigir a presença dela seu...

- Lance, por favor, pare. Não vamos conseguir nada assim. – pediu Huang Hua. Guardei a espada e pude ver Isaque dar uma risada.

- Sinto muito mas, não poderemos atender seu pedido. A Erika não virá. - continuou a Feng Huang.

- Ah, por favor. Só quero matar a saudade da minha prima querida. – puxei a espada novamente e avancei.

- Eu que vou te matar se você falar assim novamente.

- Já chega, Lance. Desculpe mas preciso que você se retire.

- Como? – pergunte sem acreditar.

- Desse jeito você irá atrapalhar. Por favor, saia. – Ela respondeu. Saí de lá sem dizer mais nada.

Chegando na sala das portas, dei de cara com o Mateus.

- Ei, tudo bem? – confesso que estava um pouco sem paciência mas ele não tinha culpa.

- Vai ficar. Não se preocupe. Preciso ir, Mateus. Até logo. – Antes seguir para o corredor das guardas, pude ver o Leiftan indo em direção à enfermaria e então, mudei minha rota para lá também.

Entrei sem bater e a Ewellein estreitou os olhos para mim.

- Errou a porta do seu quarto? – Ela perguntou visivelmente irritada.

- Só vim ver se está tudo bem com a Erika.

- Você não devia estar com a Huang Hua? – perguntou Leiftan.

- E você não deveria estar meditando? – Rebati.

- Chega vocês dois. Eu chamei o Leiftan aqui para me ajudar com a Erika. Não quero mais perder tempo. Ou você se retira ou fica quieto. – Esbravejou Ewellein de forma irritantemente baixa.

- Me desculpe. Ficarei quieto.

- Ótimo. Leiftan, me diga, sentiu algo de diferente relacionado a ela?

- Pra dizer a verdade sim e é bem preocupante. Creio que durante o momento em que senti isso, corresponde ao momento que ela estava em combate. Queria ir até lá mas, como você sabe, a Huang Hua não permitiu. – Ewellein assentiu com a afirmação do Leiftan e deixou ele continuar. – Com tudo que já vivi, posso dizer com certeza absoluta que ela está assim porque não foram seus poderes de Aengel que ela usou na luta.

- Não diga besteiras! – falei de onde estava. – Que outro poder ela usaria se não... Ah não. Não diga que é...

- Sim. Ela usou os poderes de Daemon. Visto seu estado, acredito que seu corpo tentou resistir a escuridão mas algum sentimento muito ruim a fez evocá-los.

- Lance, o que aconteceu na batalha? - Ewellein virou-se para mim. Passei a contar tudo que sucedeu desde o momento que vimos aquele homem correr.

- Bem, tudo se explica afinal. – Ewellein tentou parecer tranquila mas dava pra ver o horror em seus olhos. – Obrigada aos dois. Podem ir agora. Irei cuidar dela com atenção redobrada.

Antes de sair, olhei mais uma vez para Erika. Sua face estava suada e tomei isso como sinal de que a febre estava se atenuando. Fui para o meu quarto com um sentimento de medo pelo que acabara de ouvir. Temi por Erika e minha raiva daquele Isaque só aumentou. Ele era capaz de despertar o mal em Erika e precisava sumir daqui o quanto antes.

A Redenção do Dragão de GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora