Descrição:
Uma história narrada pelo próprio Lance onde podemos conhecer um pouco de seus pensamentos mais profundos e inocência adquirida, que é tão pura quanto a inocência de nascença (possui referências da série ONCE UPON A TIME).
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Resolvi então ir pra cama de uma vez. Foi uma das noites mais insones que tive e tudo que eu pensava era se devia ter interrompido o beijo e em como seria interessante vê-la trajada naquela peça íntima. Com dificuldade, me levantei da cama e fui procurar a Huang Hua. Entrei na Sala do Conselho sem bater e a encontrei atrás de uma pilha de papéis.
- Bom dia, Huang Hua. Vim saber se precisa de mim para alguma coisa hoje. - Saudei e imediatamente ela abriu um sorriso.
- Oh! Bom dia. Não se preocupe. Como você já prestou seus últimos relatórios, pode tirar o dia de folga. - Eu quase perguntei se ela queria ajuda, mas um dia de folga não era má ideia para o que eu tinha em mente.
- Obrigado. - Me retirei do cômodo.
Após a refeição da manhã, me prepararei para convidar Erika pra um passeio. As opções eram ilimitadas agora que ela tinha controle de suas asas. Passei quase a metade da manhã procurando por ela para finalmente encontrá-la na Toca.
- Estava procurando por você! - Olhamos sérios um para o outro quando percebemos que falamos ao mesmo tempo. Isso explica o desencontro. Caímos na gargalhada.
- É bom ver que está de bom humor hoje. - provoquei e em resposta, ela empurrou meu ombro.
- As vezes é bom ficar calado, sabia?
- Devo admitir que sou bem mais falante com você. Aliás, por qual motivo estava a minha procura?
- Bem, queria saber se está livre pra uma caminhada.
- Pra sua sorte, eu estou livre mas não pra caminhar. Vamos voar. - Trocamos um sorriso cúmplice e vi o brilho nos olhos dela.
Fomos até a praia e mais um vez assisti ao espetáculo que era a metamorfose de Erika. Dava pra ver que ela estava cada vez mais segura de si e de seus poderes pois simplesmente deu um salto para trás e agitou as areias com o bater de suas asas. Não perdi mais tempo e a segui pelo céu. Era fácil esquecer o tempo e espaço na companhia dela e incansavelmente eu absorvia cada sorriso, cada movimento gracioso, cada grito energético que ela emitia de prazer ao planar pelo céu. Quase não conseguia acompanhar tamanho entusiasmo. Estávamos numa espécie de corrida quando algo me desestabilizou no ar e logo vi que o mesmo aconteceu com Erika. Ela agiu rapidamente e criou uma plataforma para pousarmos pois só havia o mar abaixo de nós. Assim que pousamos, voltei à forma humana e as asas de Erika não estavam mais ali.
- Lance, você está bem?
- Acho que sim. Você está ouvindo isso? - perguntei me referindo aos sussurros frenéticos ao nosso redor.
- Sim, é como se estivesse...
- Me chamando! - falamos ao mesmo tempo.
- Espere um pouco! - Erika olhou em volta. - Lance, pode parecer loucura mas, esse lugar é familiar. - Levantei, inspecionei até onde meus olhos alcançavam, além da plataforma translúcida sob nossos pés. Nesse momento, novamente um tremor nos desestabilizou e uma lembrança veio à tona.
