11 - turning pages

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Na manhã seguinte, Nick dirigia de volta para a Grey House extremamente calado e pensativo. Seus sentimentos, conflitantes ao extremo, gritavam a plenos pulmões, embora não se ouvisse qualquer som além do motor do carro que atravessava a cidade.

Ao chegar na grande casa, começou a tomar notas do estrago da noite anterior. Pessoas dormindo em colchões no chão da sala de estar, garrafas de vinho espalhadas pela cozinha e a lareira ainda mantinha brasas acesas. Suas sobrancelhas arquearam imediatamente, já que o cenário era extremamente incomum, visto que Cassie sempre foi extremamente organizada e sempre limpava a bagunça quando todos dormiam. Dessa vez, não foi o caso.

Abrindo a geladeira, puxou uma das coxas que sobrou do peru servido no jantar e uma taça de seu vinho que pretendia ter bebido depois de surpreender a namorada à meia noite, antes de tudo ir abaixo.

Sentou-se no balcão da cozinha e, saboreando lentamente o que estava em mãos, permitiu que seus pensamentos novamente o levassem para longe, mas não tão longe quanto ele gostaria.

Afinal, o motivo de cada um desses pensamentos tinha nome, data e hora.

Noite anterior.

- Você sabe as consequências. Está disposto a carregar essa culpa?

- Talvez esteja sendo um monstro. Mas faz um bom tempo em que nada parece ser tão certo como esse momento está sendo.

- Pense bem. Eu não tenho mais nada a perder. você tem, e muito.

- Eu não pretendo enganar ninguém. Mas estaria me enganando se dissesse que não quero isso. Como quero você.

Grace podia sentir suas bochechas ruborizarem. As palavras de Nick a fizeram perceber que ele era o único homem que conhecia que a fizera sair do autocontrole. Com todos os rapazes que já namorara ou ficara, ela jamais se levara tão fortemente pela emoção, para se proteger.

Mas ele era diferente. E isso significava pisar em território perigoso. Um campo minado ainda maior, considerando todo o contexto. Poderia estar sendo mais uma garota na lista de Nicholas Radford, mas já não se importava com isso.

Mas se importava com Megan Scheffer, e como a encararia depois de mergulhar de cabeça no que estava prestes a fazer.

Percebendo que ela ficara calada repentinamente, o rapaz lhe plantou um beijo em sua nuca para trazê-la de volta. O simples ato foi o suficiente para os pelos da garota arrepiarem involuntariamente. O hálito quente vindo em encontro à pele resfriada pelo vento da janela lhe inundou de sensações inaudíveis.

Ela estava rendida.

Ao se recuperar, ela se aproximou e lhe retirou a camisa branca, que ainda estava manchada com o vinho que bebera horas antes. O toque de suas mãos fizeram o rapaz revirar os olhos já fechados, permitindo-se sentir todas as sensações que inundaram seu corpo.

Mas sabia que, antes de se permitir o prazer, precisava contar a verdade.

- Eu... preciso te contar uma coisa.

A jovem se afastou e o fitou, atônita. Ao ver que ele respirava fundo, deixou-se levar por mil pensamentos e podia sentir a tensão crescer sobre seus ombros.

- O que foi? - perguntou ela com visível preocupação enquanto sua mente evitava dirigir o olhar para o torso bem definido à sua frente.

- Eu ainda sou virgem.

You broke me firstOnde histórias criam vida. Descubra agora