8 - a christmas daydream

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Quem passava pela Grey House bem cedinho já podia contemplar alguns enfeites de Natal emoldurando a decoração rústica da grande casa.

Cassie acordara cedo, ou melhor, quase não conseguira dormir na noite anterior questionando-se sobre a grande bola de neve que causara devido a uma mentira. Passara horas pensando em como consertar, mas não conseguia arquitetar algo que resolvesse tudo sem piorar nenhum gatilho ou que evitasse um escândalo em pleno Natal.

Por isso, apenas cortara duas rosas brancas do jardim e, silenciosamente, colocou uma em cada quarto dos jovens. Sem poder resistir, os analisou por um momento enquanto dormiam.

Nick dormia profundamente, com Megan debruçada em seu peito enquanto o enlaçava frouxeamente na cintura, demonstrando posse e confiança.

"Eles formam um belo casal" — pensara consigo.

A matriarca torcia muito pela felicidade do enteado, afinal, ele era um ótimo rapaz. E, se Megan era a responsável por fazê-lo sorrir de novo, apoiaria a relação de olhos fechados.

Já dois quartos adiante, Grace parecia ter um sono atribulado. As pernas inquietas agitavam o lençol já bagunçado e, ao lançar o olhar sobre o organizador ao lado da cama, a mãe percebeu que ela tomara calmantes.

Por pouco não se conteve para usar a mais milenar tática que as mães usam para acalmar os filhos — um abraço. Mas ainda não era a hora.

Deixou a rosa sobre a mesinha de cabeceira a seu lado, evitando fazer qualquer barulho que a inquietasse ainda mais, afinal, lutar contra os próprios demônios já era suficiente para tirar-lhe a paz.

Ao sair, ficou entre as duas portas.

— Que toda a confusão se desfaça e que estes corações tenham paz. Que o destino faça sua parte — selou.

Respirando fundo, desceu para a cozinha da pensão. Lá estavam alguns hóspedes, preparando café e torradas. Para distrair-se, começou a engatar uma conversa com eles, que se dispuseram a ajudar-lhe com os preparativos para a ceia. No fundo, agradeceu, pois isso manteria sua mente ocupada.

Após algumas horas, Nick e Megan despertaram em paz. Os dois trocaram beijos e carícias por vários minutos, o que ajudou a melhorar ainda mais o humor do casal.

Aproveitando o bom momento, a jovem deixou seu lado voluntariosa falar mais alto.

— Quero te pedir um favor.

— O que você quiser — respondeu, tascando-lhe um terno beijo.

— Não deixe que esse dia termine sem perdoar sua madrasta.

Nick involuntariamente desmanchou o sorriso.

— Perdoá-la seria dizer que sou conivente com a atitude dela.

— Na verdade, não. Ontem você deixou claro seu ponto de vista e não precisa provar mais nada a ninguém.

Ele suspirou e ela prosseguiu.

— Perdoar é o ato mais lindo e nobre que alguém pode fazer. E você gosta muito dela. Para quê ficarem brigados, ainda mais na véspera de Natal?

Por fim o Radford mais novo se rendeu e concordou com a namorada, afinal, sabia que ela estava certa.

— Você é a luz do meu caminho, Megs. O que eu faria sem você?

Sem responder de imediato, ela pulou em cima do rapaz, que caiu com tudo na cama. Sem aviso, ela começou a enchê-lo de cócegas pelo corpo, que os faziam gargalhar.

Extremo-oeste de Middleton, próximo à saída da cidade. A estrada estava calma, em meio ao mar de estrelas. Porém, um carro prata estacionado no acostamento destoava na calma paisagem.

You broke me firstOnde histórias criam vida. Descubra agora