3 - tornado

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Nick esfregava com força os cabelos enquanto andava de um lado para o outro no jardim da fraternidade Kappa. Cogitou milhares de vezes em entrar no carro em que veio e partir para Princeton sem olhar para trás. Mas no fim, permaneceu no mesmo lugar, sozinho.

Grace chegou por detrás dele, consternada. Ela ainda tentava disfarçar o rubor que fez com que suas bochechas ardessem de verdade, sem precisar de uma penetração.

Com o choque do encontro inesperado, ela sentia, inclusive, os efeitos da bebida se dissipando aos poucos.

- Nick... - chamou ela, baixinho, mas com volume suficiente para que ele se virasse.

- Oi, Grace - respondeu ele, cruzando os braços, tentando disfarçar que não conseguira tirar de sua mente a imagem da garota seminua e que isso mexera com ele.

- O... O que você faz aqui?

- Queria falar com você, mas... Não queria ter atrapalhado seu... sabe... momento.

Grace engoliu em seco.

- Eu realmente não esperava te ver por aqui - abaixou a cabeça, buscando se concentrar - Aconteceu alguma coisa urgente que você não poderia me falar por telefone?

- Eu até poderia... Isso, claro, se você ainda respondesse às minhas mensagens.

- Não é hora de drama. O que você quer?

- Eu precisava conversar com você. Mas não aqui. Só que, pelo que parece, vim na hora errada e você não tá afim de falar comigo.

Ela revirou os olhos.

- Nicholas, já que você não tem nada de bom pra me falar, pode ir embora - disse ela, apontando para a saída, a poucos passos dali.

Com raiva, ele a puxou pelo braço em sua direção, deixando seus rostos quase colados. O dèja vú com o quase beijo que rolou quando eram adolescentes e quase "parentes" foi inevitável.

- Está tão desesperada em dispensar a visita indesejada do seu meio irmão pra poder ir cair de boca no membro daquele palmito?

Poucos segundos depois, pode sentir o ardor das bochechas inchadas ao receber um tapa bem dado em seu rosto vindo da ofendida mulher.

- Achei que o meu meio irmãozinho não tinha nada que se intrometer naquilo que não é da conta dele, e isso definitivamente inclui minha vida sexual. Babaca.

- Nossa, estou surpreso em como você continua sendo ótima na pontaria - grunhiu ele enquanto tentava voltar sua atenção para a situação.

- Você ainda não respondeu minha pergunta, Nicholas. O que faz aqui?

- Já disse, queria falar com você sobre uma coisa importante. Mas considerando o que eu vi aqui, você parece bem o suficiente para esquecer de tudo o que já viveu um dia em Middleton.

- Nisso você está certo. Nova York é minha vida agora.

Nick suspirou.

- Então infelizmente aquilo que eu disse na carta se concretizou - levantou seus olhos em direção aos dela, decepcionado - Eu achei que você seria melhor do que isso.

- Não sei do que está falando - ela deu de ombros.

- Não sabe o quê? Do que Nova York faz com as pessoas ou da carta que eu te escrevi e que eu definitivamente sei que você recebeu?

- Das duas coisas.

- Mentirosa. Eu consigo ver nos seus olhos, lá no fundo, que você ainda é a mesma Grace que eu aprendi a amar.

You broke me firstOnde histórias criam vida. Descubra agora