«OS RIDDLE E EU»

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Estava cansada, depois de 5 horas ouvindo sobre os planos de Voldemort e como detê-lo,eu só queria chegar em casa, comer um pedaço de lasanha que sobrou do almoço e curtir o resto do dia com o dono dos olhos castanhos mais lindos que eu já vi.

Estávamos todos descendo a viela em direção às casas onde estavam hospedados os membros da Ordem.

Perdida em meus pensamentos não percebi quando ele colocou o braço sobre meus ombros, e percebendo que não tinha lhe dado qualquer atenção, sussurrou no meu ouvido.

- Um beijo por seus pensamentos. Mas se achar que é pouco eu posso te dar-.

Eu sorri com as cinco primeiras palavras do garoto, mas vendo onde aquilo ia parar interrompi sua fala.

- Nem completa a frase Mattheo. Sei o que vai dizer, você só pensa coisa errada.

O garoto riu e me abraçou mais forte, dessa vez tendo seu abraço retribuído, e seguimos caminhando e conversando com o resto do grupo.

Enquanto ríamos de uma piada feita pelos gêmeos, um ouvi uma voz me chamando, todos pararam e olharam em direção a voz e quando percebi de quem havia me chamado meu corpo ficou tenso e meu humor mudou, o que não passou despercebido pelo rapaz ao meu lado.

- Vem cá, preciso falar com você, princesa.

Revirei os olhos com aquele apelido ridículo e me virei para Mattheo.

- Você vai falar com ele? Se quiser eu espero você. - Theo me perguntou, senti raiva e confusão em sua voz.

- Nha, tá tudo bem, vou falar com esse idiota e já encontro com vocês.

Ele assentiu e apertou minha cintura, me beijando, e logo seguido para casa.

Voltei o olhar para o garoto que me chamava, Luke, ex-colega de classe de Castelo Bruxo, apaixonado por mim e inconformado com o fato de eu ter escolhido Theo e não ele (não que precisasse escolher já que era óbvio quem eu amava).

Depois de ouvir ele falar que eu não devia confiar em Mattheo pois ele era filho do cara que quer nos matar, e que eu estou perdendo meu tempo com ele, pipipi popopó, eu já estava estressada o suficiente para dar um soco na cara de Luke, quando o mesmo me chamou de vadia sem coração e traidora.

Cheguei em casa e estranhei o silêncio no local, Theo era muito barulhento.

Chamei o garoto e os outros moradores da casa, mas ninguém respondeu. Se isso for uma pegadinha comigo eu mato eles.

De repente ouvi um barulho na cozinha e me dirigi ao local. Quando cheguei, vi uma figura de cabelos e roupas pretas de costas para mim e sorri.

- Você não me ouviu chamando? Não acredito que ficou com raiva Mat-.

Parei de falar no exato momento que a figura de preto olhou para mim e meu sorriso morreu. Quem estava na minha frente não era meu namorado, era o ser mais desprezível de todos.

Tom Riddle.

Ele mesmo, o pai do meu namorado, o homem que me quer morta, em carne e osso (mais osso que carne) na minha frente.

Devem estar se perguntando, "Tom Riddle? Como assim?".

Eu explico. Em 24 de julho de 1995, quando Voldemort retornou do além, a ratazana traidora também conhecida como Pettigrew, colocou um ingrediente adicional ao ritual para reviver seu mestre. O diário destruído de Tom Marvolo Riddle. E quando Voldemort recuperou o seu corpo, ele não tinha uma aparência horripilante, mas sim a beleza dos homens da família Riddle, e a semelhança com o filho era assustadora. Um verdadeiro lobo em pele de cordeiro.

Ele se virou para mim e falou com desdém.

- Então você é a vadia que fez o meu filho ir para o lado do bem? O que você tem de tão especial, hein?

- Epa, vadia é você, me respeite. Não é só porque você é mais velho que eu que pode sair me ofendendo assim não querido.

- Você não passa de um ser inferior que seduziu o meu filho, o futuro Lorde das Trevas. Eu vou fazer você pagar por isso, sua mestiça imunda.

- Falou o Puro-sangue, como que pode você ser tão parecido com o Theo mas tão diferente ao mesmo temp-."

Não consegui terminar a frase pois o traste colocou as mãos em meu rosto, se aproximou e me beijou.

Eu gelei.

Ele me beijou?

Mas algo estava errado.

Sem que eu percebesse, instintivamente retribui o seu beijo, não sabia porque estava fazendo aquilo mas era como se não pudesse evitar.

Foi quando senti sua mão descendo pra minha bunda, e como se eu voltasse a consciência, eu o empurrei e lhe dei um tapa, fazendo seu rosto se contorcer.

O olhava com os olhos arregalados, sem reação. Como que eu pude fazer isso??

Raiva e desprezo me consumiam.

- Você ficou maluco? Quem disse que podia me beijar seu babaca? Eu tenho namorado, e ele é o seu filho! Não se atreva a chegar perto de mim.

Eu disse enquanto batia em seu peitoral e rosto.

- E mesmo assim você retribuiu o meu beijo, vadia. O que seus seguidores pensarão de você agora, hein?

Ele riu e eu olhei ao redor.

Através de uma janela que ele estava na frente consegui ver dezenas de comensais da morte, rindo junto com ele.

Ele olhou pra mim e desviou o olhar e seu sorriso ficou maior, seguindo a linha de seu olhar pude ver a minha esquerda, todos os membros da Ordem da Fênix, e junto deles estava o meu garoto de olhos castanhos, com um semblante de raiva e tristeza olhando para seu pai.

- Eu lhe pergunto novamente, garotinha, o que seus seguidores pensarão de você agora?

Eu olhei para meus amigos e depois para o homem à minha frente e sorri.

- Você está enganado, eles não são meus seguidores, são minha família.

No momento em que terminei de falar, empunhei minha varinha e comecei a duelar com Tom Riddle.

Depois de algum tempo, já estávamos todos cansados e machucados, e em um deslize de Voldemort, consegui desarmá-lo, fazendo com que Mattheo se aproximasse de seu pai e lhe desse o melhor gancho de direita que vi na vida. E ver o 'Lorde das Trevas' caído no chão quase desacordado não teve preço.

Vendo que seu mestre estava derrotado, os comensais tentaram fugir, mas conseguimos capturá-los.

Mattheo se agachou perto de seu pai e disse.

- Foi uma péssima ideia vir aqui, mexer com a minha namorada, e achar que ia sair ganhando. Nós nunca seremos iguais. Você perdeu babaca.

Então ele lhe deu outro soco na cara, fazendo Tom desmaiar e o entregou para os aurores.

Quando eu achava que tudo estava acabado, Theo se vira para mim e sinto meu corpo ficar tenso.

Seu olhar raivoso se dissipou e ele me olhou preocupado.

- Desculpe Theo, eu não sei porqu-.

- Você tá bem meu amor?

Ele interrompeu me abraçando. Ele segurou meu rosto em suas mãos e disse.

- Tá tudo bem, não precisa se desculpar, não foi culpa sua, amor. Meu pai tem muitas técnicas de manipulação e foi isso que ele fez com você. Eu sinto muito que tenha passado por isso.

- Você foi muito corajosa enfrentando o meu pai. Tenho orgulho de você.

- Também tenho orgulho de você amor.

Ele me envolveu novamente em seus braços.

- Eu amo você, sabia? Você me faz ser bom.

Então ele sorriu, me puxou pela cintura e me beijou.

- Eu te amo muito, meu garoto de olhos castanhos.

Uma Confusão de Memórias IncertasOnde histórias criam vida. Descubra agora