["É melhor estar à direita do diabo do que em seu caminho." - A Múmia 1999]
Fiz quatro desvios antes de tomar minha rota usual e permitir que o grupo de vampiros me seguisse até minha nova casa, o Claridge 's Hotel.O quarto do meu colega de estudos, Francis Taylor, ficou para mim com sua fuga para os Estados Unidos.
Recolhendo os poucos pertences deixados para trás, encontrei na sua gaveta de suspensórios algo curioso, vários recibos de empréstimos quitados no nome de Vincenzo Giovanni, além de um lenço bordado com as iniciais de Carmine.
Foi exatamente isso que motivou minha decisão, aceitar conversar, e claro, adiar minha partida.
— Soube de Anne hoje, Carmine. Disseram que a levou para descansar na casa de parentes, se despedir. —
Ergui os olhos do jornal, sendo recepcionado por três figuras bem vestidas, dois homens e uma mulher, a mesma a enfeitiçar os pacientes e médicos do hospital.
O mais moço tem um cachimbo com detalhes de marfim nas mãos, o outro uma bengala com empunhadura de cabeça de lobo.
—E cumpri, Carlisle, a senhora Anne Smith descansa nos braços do nosso bom Deus.—
A voz melodiosa de Carmine sequer vacila, profere cada frase de modo pausado com uma dicção impecável... tão impecável quanto o vestido verde esmeralda, infinitamente mais agradável à vista do que o simplório traje marrom usado em nosso primeiro encontro.
Eu cheguei a tempo de ver Francis embarcar, então sei que está bem e talvez vivo, à caminho da América, mas não até onde essa família está envolvida com ele.
Sou velho demais para acreditar em coincidências.—Amém...—
Diz Vincenzo, alisando as ervas que caíram na sua lapela, dando ênfase ao 'V.G' bordado numa caligrafia requintada.
Naquele ponto todas as cabeças do hall de entrada tinham se voltado para nós, e de súbito o espaçoso conjunto de poltronas se torna pequeno, claustrofóbico.
Compreendi que Carmine exerce um fascínio maior do que o dos irmãos, e claro, do meu. A forma como a encaram feito mariposas atraídas por uma lâmpada é um misto de pavor e submissão.
Provavelmente acreditariam em qualquer absurdo proferido por aqueles lábios pintados num tom de rosa claro.
Na roupa nova o espartilho está ajustado de um modo que feriria uma cintura humana.Nessas horas não respirar tem seus benefícios.
Um par de mocinhas interrompe nossa conversa, todas acompanhadas por primas ou amigas com trajes menos espalhafatosos, supervisionadas ao fundo pelas mães ou tias, mais velhas.
Perguntam afoitas se irão passar o verão em Bath, gabam-se das doações feitas aos orfanatos e ficam tristes ao saber que os irmãos Giovanni tinham que ficar em casa.
Carmine alega indisposição, as meninas recomendam toda sorte de cataplasmas, elogiando várias vezes o tom pálido da pele da mulher, sugerindo incrementar o visual desenhando algumas veias, pois mesmo sendo tão clara elas não apareciam.
Óbvio, a maioria de nós sequer possui sangue, pois ele seca pouco tempo depois da transformação.
—Londres deve se considerar afortunada por ter tão bons cristãos vigiando as ruas.—
Pondero, massageando as têmporas, quase agradecendo de joelhos ao observar as mocinhas indo embora.
A família se mistura sem dificuldade, e ama a adoração recebida.
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✔ Esmeralda e outras flores mortas| Carlisle Cullen
Fanfic[+18 ✔ CONCLUÍDO Carlisle Cullen & O.C | Vampiro & Sereia | Esmeralda e outras flores mortas ✺Volume único |sem revisão] Cansado de ter seus hábitos continuamente postos à prova, Carlisle decide deixar a Itália. Sozinho e perdido, viaja para Londr...