Capitulo 5

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Sun foi deitar-se naquela noite com os olhos inchados e vermelhos. Não conseguia parar de chorar um instante sequer sem pensar que seu pai ou estaria morto naquele instante ou ainda seria morto. Mas por quê? Por que logo o seu pai? Pelo que Sun sabia, ele não tinha inimigos, não havia feito nada que causasse ódio em ninguém para ter uma possível vingança. Ela não queria dormir. Estava muito agitada e em dias assim seus pesadelos eram os mais fortes. Ela virava de um lado a outro na cama mas em certo momento o sono foi vencendo-a. Mesmo que tentasse, mesmo que quisesse permanecer consciente, não conseguia. Algo como uma onda parecia puxa-la... Carrega-la para dentro de si mesma. Obrigando-a a ter seus obscuros sonhos. Horrendos. Na maioria das vezes sangrentos. E extremamente reais. Seus olhos foram se fechando, as pálpebras pesavam demais naquele instante. Sua respiração foi desacelerando e sem que ela percebesse estava dentro de seu próprio mundo. Um mundo terrível e medonho. Que talvez não passasse apenas de revelações. A simples e pura realidade contada com um toque de ilusão.
Estava escuro naquele instante. Ela estava de com as mãos amarradas e alguém segurava seu ombro. Uma mão masculina talvez. Sun se deu conta de que não estava escuro e sim sua cabeça estava coberta com um tipo de pano. A mão a guiava por um caminho. Ela não tinha a noção de onde estava. Cordas apertavam seus pulsos que latejavam. Gritavam por clemência. Sun tentou afrouxa-las um pouco mas foi em vão. Não ouvia-se som algum no local. a sua própria respiração e da pessoa ao lado que a guiava. Estava um pouco frio. Sun não sabia se era dia ou noite. Caminharam por mais dez minutos ou algo mais e finalmente pararam. Sons de sapatos contra o piso foram ouvidos na direção dela. Ela queria disvencilhar-se das cordas, queria correr. Seu coração dizia para gritar, socar alguma coisa e tentar acertar. No entanto ela não tinha mais forças. Tudo dela se esvaiu. A venda ou o pano, seja o que fosse, foi retirada grosseiramente de sua face. Estava frente a frente com um homem de porte grande. Musculoso e vestido com um terno preto. Estava em algum lugar de pedra, uma caverna era o que parecia. Somente velas iluminavam o lugar, tremulando e projetando sombras assustadoras. O medo instalou-se ainda mais dentro de Sun. O homem a sua frente nada dizia. O encarava durante aquele tempo.
- As marcas foram feitas? - ele perguntou olhando sobre o ombro de Sun.
- Sim, senhor. O individuo esta pronto. - respondeu uma voz gutural atrás de Sun.
- Está na hora. Corte as cordas.
Sun sentiu o homem passar algo afiado pelas corda e imediatamente as mesmas afrouxaram-se e caíram pelo chão. Sun ergueu suas mãos a frente para olha-las e teve uma surpresa. Aquelas não eram suas mãos. Eram as de outra pessoa e estavam marcadas com muitos símbolos estranhos. Porém eram muito familiares. Seu coração bateu forte nas costelas. Ela estava no corpo de alguém... Pelo menos em seu sonho. O homem grande a sua frente virou-se de costas para Sun e colocou os braços para trás entrelaçando os dedos das mãos.
- Então meu caro não nada mais a se fazer...
Sun tentava identificar quem era... Ela sabia a quem pertenciam aquelas mãos masculinas. Afinal ela não conseguia ver o próprio rosto.
- Cortem a cabeça e faça todo o procedimento do ritual.
O que?! Não! Não podia ser! Sun lutou para soltar-se das mãos que a agarraram por trás. Ela sabia quem era. Não podia deixar ser levada. Ela quis gritar mas a voz não saía. O desespero abateu-se sobre ela. Iria morrer. Ou melhor assistir seu próprio pai morrer. Afinal ela estava no corpo dele.

In The End (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora