Capítulo 16

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Após voltarem do mercado, daquele caos, Sun foi tomar um banho quente pra tentar se sentir melhor. Sentia uma forte dor no estômago toda vez que pensava em sua mãe. Era uma semana sem vê-la, sem notícia alguma. Quando Sarah fez as malas da filha não colocou o celular da menina, provavelmente esqueceu-se. Sun entrou no box e ligou o chuveiro, deixando a água quente escorrer por todo seu corpo. Ela lavou os cabelos, esfregava-os e pensava no caos em Londres. Sun soube que com o avanço da doença as pessoas estavam tentando fugir da cidade, algumas até conseguiam, mas os aeroportos estavam sendo orientados a fecharem suas portas e as fronteiras estavam lotadas de agentes da polícia impedindo saída e entrada de algum desavisado. Se houvesse um. Já tinham um grande número de mortes por causa do vírus e os institutos que cuidavam dos corpos após a morte estavam lotados, estavam ficando sem espaço. Os recursos começavam a ficar escassos pela grande quantidade de doentes, o vírus é rápido e letal, mas o número de infectados crescia de forma assustadora. Já havia sido decretado situação de emergência na cidade de Londres e os governantes tinham de pedir ajuda aos outros países. Alguns doentes foram levados para os Estados Unidos para um estudo melhor da doença, a situação era tão grave que os responsáveis pelo estudo do vírus na Inglaterra estavam tão ocupados, desesperados e eram cobrados por tantas vezes que não lhe restavam tempo para estudar como o vírus trabalhava no corpo. Sun encolheu-se um pouco, aquela era a pior situação que Sun já viu na vida. Enquanto esteve no mercado assistiu ao noticiário pela tv que tinha lá enquanto Zayn pegava as coisas. Sun pôde ver a face do desespero e do medo. Pais desesperados e crianças chorando. Sun chegou a ver também uns três ou quatro corpos na rua, pela tv. Talvez fossem moradores de rua que ficaram doentes e ali mesmo morreu.
Ela acabou o banho e enrolou-se na toalha. Sentia tanto medo que quando estava no quarto, ainda enrolada, deitou-se na cama e encolheu-se como uma bola. Ela não sabia o que fazer, mas sabia que ia fazer algo. Que ia mexer-se para tirar sua mãe de lá. Se em uma semana todo aquele estado caótico se instalou, conforme o tempo fosse passando as coisas piorariam. E muito. Ela queria que Zayn a abraçasse, ele não lhe falava muitas palavras de conforto e Sun já havia se acostumado completamente com aquilo mas, ele lhe passava segurança. Ele exalava isso. Mostrava-se sempre forte e seguro, parecia sempre ter a solução pra todas as coisas. E Sun amava isso nele. Ela muitas das vezes sentia-se fraca, não demonstrava a Zayn e ele sempre sabia como e quando acalma-la. Era incrível. Talvez ela não fosse tão boa em atuar quanto pensava. Talvez seu fingimento, fingir que estava bem, fosse ruim e bem notável.
Os dois já tinham arrumado as coisas que trouxeram do mercado então naquele instante, Zayn provavelmente estaria em seu quarto. Ela lutou com a ideia em sua cabeça, só que estava fraca demais pra resistir, estava sozinha demais para isso. Então ela levantou-se e caminhou pelo corredor ainda de toalha, abriu a porta do quarto de Zayn, que estava esticado na cama com um livro das mãos. Ele desviou o olhar do livro para Sun na porta.
- O que houve? - ele perguntou arqueando uma sobrancelha e fechando o livro. Deixando-o de lado.
- Eu não sei.- Sun abaixou a cabeça para não mostrar a dor em seus olhos e sua vulnerabilidade momentânea.
Zayn sentou-se na cama e fez um sinal com a mão para que ela entrasse e Sun o fez. Ele a pegou e sentou-a em sua perna, deixando levemente sua calça de moletom úmida.
- Olhe pra mim - ele levou sua mão até o queixo de Sun e puxou-o docemente até o rosto dela estar de frente para o seu.- Me olhe de verdade Sun. - ela o olhou nos olhos - Sabe que vamos resolver isso não é mesmo? Só quero deixar claro que quando eu faço uma promessa, eu a cumpro sempre da melhor forma possível. Você não precisa ficar com medo. Só você não vê que é forte o bastante para ficar sem mim. Mas minha promessa de ajudar sua mãe ainda está de pé.
Sun desviou os olhos para o peitoral nu de Zayn e não podendo controlar mais um impulso, tocou-o passando as unhas levemente pelos contornos do peito de Zayn. Sua mão foi subindo do pescoço e passou para os lábios dele. Ela contornava aquele coração perfeito e acariciava. Zayn apenas a olhava sentindo o toque da sua mão macia e um minuto depois ela deixou a mesma cair. Os dois se encaram por algum tempo, um silêncio constrangedor fica entre eles. Então Zayn aproxima seu rosto e toca os lábios de Sun. Começam calmamente mas depois uma ferocidade invade os dois. Ficam mais agitados. Zayn levanta-se ainda beijando Sun e com ela no colo, para de beija-la e a olha. Em seguida ele a coloca na cama e a beija por ali mesmo. Volta a beija-la e pressiona seu corpo contra o dela, suas mãos contornando o corpo de Sun ainda envolvido na toalha. Ele queria puxa-la, queria tira-la de Sun. E quando sua mão chega próximo ao nó que segurava a toalha ao corpo dela, Sun para de beija-lo e toca a mão de Zayn.
- Não, ainda não.- ela o empurra levemente e ele sai, sentando-se na cama. Ela fica de pé e vai caminhando até a porta.- Me desculpe por isso.
Ela o encara e antes que Sun pudesse sair pela porta, Zayn a chama.
- Sim?- ela responde virando-se para ele.
Zayn se levantou e parou diante dela.
- O que houve? O que eu fiz?
Ela o olhava e Zayn estava realmente confuso com a situação.
- Só não me sinto bem. Minha primeira experiência não foi grande coisa então provavelmente estou traumatizada.
Zayn uniu as sobrancelhas. O que havia acontecido com ela para que ficasse assim?
- Tudo bem. Não vou te perguntar o que houve, porque sei que não vai me contar e nem deveria. É muito pessoal.
Ele virou-se e foi até a cama. O seu celular estava em cima do criado mudo próximo. E quando ele sentou na ponta do colchão o seu celular fez um barulho de mensagem. Sun ainda estava na porta quando viu a reação dele ao olhar a tela do celular. Ele arregalou os olhos, parecia surpreso e ao mesmo tempo preocupado. Ele olhou para Sun sério.
- É da sua mãe.
Uma descarga elétrica atravessou o corpo de Sun.
- E o que diz?- Sun perguntou com a boca seca.
- Socorro.

In The End (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora