O carro de Zayn parou na entrada da casa de Sun. Ela desceu e ele foi atrás.
- Sun, espera!- ele a segurou pelo cotovelo- Nós vamos dar um jeito entende? Vamos tira-la daqui e você também.
- Zayn entenda uma coisa: eu não saio daqui sem a minha mãe. Ela é a única coisa que tenho e não vou correr o risco de perde-la.
- Eu entendo, Sun. Mas você precisa sair. Ela não vai ser mandada embora daqui. Ela vai ter que ficar e ela mesma sabe disso.
- Então eu não vou. Será que você não consegue entender?
Zayn a soltou. Estava se cansando daquilo. Ele soltou o braço de Sun e sua expressão era de puro deboche.
- Tudo bem então. O problema é seu. E eu só estava tentando ajudar. Se você mudar de idéia me ligue. Só não espera ser tarde demais.
Sem esperar por uma resposta, Zayn virou-se e foi para o carro. Ele parecia bem irritado, arrancou com o carro dali a toda velocidade. Sun estava decidida, não iria embora, não deixaria sua mãe sozinha.
Sun suspirou, esperava que Zayn não se irritasse ao ponto de não falar mais com ela. Ela caminhou para a porta de casa e entrou. Sua mãe já havia acordado e sons vinham da cozinha. Ela foi para lá e encontrou Sarah fazendo um pouco de café. Estava de frente para a pia e ao ouvir Sun, olhou para trás.
- Onde você estava?
- Na delegacia.
Sarah virou-se de frente para Sun.
- Sunny, o que você estava fazendo na delegacia?
Sun abaixou a cabeça, olhou para suas mãos, eram pequenas, pequenas demais para uma jovem de 20 anos. Ela arrastou uma cadeira e sentou-se. Olhou para a mãe, que esperava por uma resposta.
- Eu sei sobre o vírus.- murmurou.
- Você sabe muito bem que não entendo quando você resmunga.
Sun respirou fundo e falou de uma só vez em alto e bom som:
- Eu sei sobre o vírus!
Sarah parecia atônita. Seus olhos arregalaram-se e por um instante ela não soube o que dizer.
- O que você sabe sobre a Peste?
Então esse era o nome... Sun ainda não sabia e o nome não era nada legal, era tão amedrontador quanto Zayn fez parecer enquanto estavam no carro.
- Eu sei de tudo. Sei que isso ainda é quase um segredo. Sei que algumas coisas vazaram para a imprensa mas o governo está abafando a maior parte.
- E como você sabe?
- Foi o Zayn. Ele me contou porque queria que você e eu fossemos embora junto com ele. Eu sei que ele está com a gente desde o início das coisas. Sei que ele parece confiável. Mas mãe não podemos. Você não pode sair.
Sarah sabia disso tudo. Sabia que não podia sair e que teria de retirar Sun da cidade. Sarah entrava em contato com o vírus com muita freqüência, era tanto um risco para ela quanto para Sun. Não queria arriscar a vida de sua filha, expondo-a a algo que a medicina ainda não sabia como combater, ainda estudava o vírus para fabricarem uma vacina. Sarah não queria mandar Sun para fora da cidade com Zayn, mas que alternativa a restava? Como ela mandaria Sun para qualquer outro local sem um lugar para ficar? Não tinham parentes, os parentes que tinham eram primos distantes que Sarah não fazia ideia de onde estavam. Sarah já havia pensado em mandar Sun para algum outro lugar, estava se preocupando exatamente com isso por dias e agora a solução parecia ter caído do céu. Mas ela ainda estava incerta se mandava a filha com um agente para fora ou não. Sabia que não podia arriscar a vida de Sun deixando-a na cidade e expondo-a ao vírus. Procuraria uma alternativa antes de falar com Zayn para leva-la. Sun a olhava esperando por alguma resposta, mas Sarah somente se retirou e foi para o quarto fazer algumas ligações.
Mais tarde, Sun ainda não tinha ido no quarto de sua mãe para ver como ela estava. Sarah já tinha feito todas as ligações possíveis e não conseguiu nada. O seu coração estava apertado. Doía. Ela havia tentado falar com alguns poucos amigos que moravam na Califórnia mas foi em vão. Não conseguiu fazer contato ou alguns deles estavam viajando. Ela passou a mão pelos cabelos curtos, antes loiros agora em tons mais esbranquiçados. Sua cabeça estava cheia como se um vendaval tivesse bagunçado tudo. Estava muito preocupada com o destino de Sun. Só restava aquela alternativa que Zayn havia proposto a Sun mais cedo. Sarah teria de confiar nele. Teria de confiar a ele a vida de Sun. Entraria em contato com ele mais tarde. Ligaria para Zayn e à noite iria conversar com Sun. A sua decisão era difícil, mas as escolhas certas nem sempre eram as mais fáceis. A decisão já estava tomada. E pelo menos por enquanto, Sun viveria com Zayn.
O dia foi passando e o sol se pondo, Sarah olhava pela janela da sala, assistindo o crepúsculo cair, a noite chegar. Sun assistia à tv e as vezes lançava olhares preocupados para a mãe, que estava muito silenciosa. Durante todo aquele dia, foi um tipo de tortura para Sarah. Ela não queria arriscar a vida da filha, não podia fazer isso. O ar frio que vinha do lado de fora balançou levemente seu cabelo e tocou-lhe o rosto. Sarah saiu da janela deixando-a aberta, a brisa noturna balançando as cortinas. Ela pegou seu celular e foi para o andar de cima. Nos corredores discou o número da delegacia. Queria entrar em contato com Zayn. Algumas pessoas já a conheciam, devido a tantas idas lá. Não foi difícil conseguir o número do agente. Ela desligou a ligação com a delegacia e começou a discar os números de Zayn.
~*~
Zayn já aprontava suas coisas para que não esquecesse nada, poderia ir embora na noite seguinte ou no outro dia. Ainda não estava certo. Enquanto procurava suas roupas pelo quarto, ouviu seu celular tocar. Olhou no visor e não encontrou nenhum nome, apenas números. Quem quer que o estivesse ligando, ele não tinha o número. Não queria atender ninguém no momento, mas algum impulso incontrolável o fez pegar o aparelho nas mãos e atender.
- Alô? Zayn?
Ele reconhecia a voz feminina do outro lado da linha. Era a senhora Mellark.
- Senhora Mellark?- ele ergueu uma sobrancelha.
- Sim, sou eu. Precisamos conversar. É sobre a Sun.
- O que tem ela?
- Quero que a leve junto com você. Eu sei o que você propôs a ela, mas eu realmente não posso ir. Pelo menos não agora. Mas a situação esta ficando cada vez mais crítica e não posso expor minha filha assim a algo tão perigoso. Vou confiar em você, Zayn Wate.
- Pode confiar em mim, senhora. Cuidarei dela e de tudo para que fique bem. Nunca a desrespeitei e não será agora que farei isso. Só há um problema. Ela não quer ir e não posso obriga-la.
- Mas ela vai. Querendo ou não. Ouvi dizer que vocês estão passando por exames, vou leva-la para fazer também...
- Isso não é problema. Consegui com que ela faça os exames comigo. Assim os resultados sairão ao mesmo tempo e poderemos ir embora juntos.
- Tudo bem. À que horas você fará o exame?
- Às nove da manhã. Será amanhã mesmo. O resultado não demora a sair, então estaremos indo embora na noite de amanhã ou no dia seguinte.
- Claro. Ela estará pronta. Posso garantir a você. Só quero poder confiar em você, Zayn. Esse pouco tempo que esteve conosco se mostrou um homem centrado e confiável. Eu peço muito que cuide dela e que eu não esteja fazendo a escolha errada.
- Não, senhora, você não fez. Vou cuidar de Sun como minha própria vida.
- Assim eu espero.
E desligou.
Zayn sabia que Sun não iria gostar nada daquilo. Sabia que ela o culparia mas que alternativa ela poderia ter? Era pro bem dela. Zayn compreendia que era difícil pra ela, ou pra qualquer um, deixar a sua mãe cuidando de uma situação dessas. Ainda mais sozinha. Sabia que o pai dela tinha morrido e que após isso as coisas não iam nada bem. Era difícil pra Sun saber que podia perder sua mãe a qualquer momento e Zayn a compreendia mais que qualquer outra pessoa. Ele estava lá desde que tudo começou.Nota da autora: Olá, pessoal preciso saber da opinião de vocês. Se estiverem gostando ou quiserem dar alguma opinião dêem like ou comentem. Vai ajudar bastante! A opinião de vocês conta muito mesmo. Espero s estejam gostando e continuem lendo porque ainda terá muito por aí! Obrigado desde já! ;)
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In The End (HIATUS)
FantastikUma força sobrenatural é despertada das profundezas da Terra e ameaça a vida humana. À beira da extinção humanos travam uma luta intensa para salvarem suas vidas e a do planeta. Caso percam, grande parte da humanidade será extinta e a outra feita de...