Capítulo 11

40 3 0
                                    

No escuro, enquanto ele dormia, o seu celular tocou. Sinceramente não queria atender e não o fez, mas os toques eram tão insistentes que ele realmente queria jogar o celular na parede. Zayn levantou-se e tateou pelo criado mudo, achando o celular. No visor estava escrito o seguinte nome: Alfred. Era um dos chefes da polícia e Zayn saltou da cama, sabia que alguma coisa grave havia acontecido para que Alfred o ligasse no meio da madrugada. Zayn logo o atendeu.
- Desculpe incomoda-lo no meio da madrugada, Wate. Mas temos um problema grave.
- Houve algum problema nas investigações senhor?
- Não. Como eu dizia, o governo está abafando grande parte da situação para que não haja confusões ou que a população entre em desespero. Mesmo que ainda não tenhamos solucionado o caso dos assassinatos, você já fez demais e agradecemos por isso, mas por ordem do governo estamos tirando primeiramente os agentes que não são da cidade. Há uma situação bem grave crescendo constantemente lá fora. Zayn, não estamos conseguindo controla-la e esta sendo chamada de Peste. Então, até o fim dessa semana você deve deixar a cidade e procurar um lugar seguro. Prefira lugares afastados da civilização, pois o contágio é facilmente adquirido. Provavelmente haverá uma epidemia e será grave. Eu, pessoalmente, acredito que isso abalará o mundo. E chegará em todos os locais pois ainda não sabemos a origem desse vírus e nem quando a primeira pessoa foi infectada. Creio eu que já não vive mais, pois o vírus é letal e rápido. Não sabemos com quantas pessoas entraram em contato com o primeiro infectado. Será um caos, Zayn. Saia o mais rápido daqui, você tem até o fim da semana.
Zayn não sabia o que falar, estava chocado demais para isso. Teria de deixar a cidade brevemente mas não se preocupava com isso, preocupava-se com a possível epidemia, com o possível descontrole que aquilo atingiria. Alfred desligou e Zayn jogou o telefone em cima da cama. Seria um caos completo, Zayn teria de pesquisar sobre os sintomas e as consequências do vírus, como ele agia no corpo humano. Teria de saber como um infectado ficaria. Ele já podia imaginar as pessoas tentando fugir, os aeroportos cheios o que era pior ainda, pois podia aumentar mais ainda o risco de contaminação. A cabeça de Zayn dava voltas, estava preocupado com o rumo que as coisas podiam tomar. Não achava justo somente funcionários do governo estarem sendo retirados. Não achava justo o governo não alertar as pessoas, de uma forma ou de outra o caos não poderia ser evitado. Aconteceria cedo ou tarde. A cabeça de Zayn deu mais um giro e ele deparou-se com uma situação tensa: Sun teria que ficar. Ele não queria que ela ficasse, nem a senhora Mellark. Daria um jeito de tirar as duas da cidade junto com ele, não importa como. Zayn gostava das duas e até se importava com elas para as ajudar. Não poderia deixa-las a mercê em uma situação como essas.
Ele deitou-se em sua cama, mas não conseguia dormir. Zayn ligaria para Sun assim que amanhacesse e fosse um horário conveniente. Então lembrou-se que a senhora Mellark era médica. Trabalhava no hospital a pouco tempo, era funcionaria do governo mas Zayn duvidava que ela fosse liberada. Dependendo de sua especialização, teria de ficar para cuidar dos infectados ou pesquisar sobre o vírus.
Obviamente, pelo menos Zayn esperava, que antes dos agentes deixarem a cidade, seriam submetidos a exames de sangue ou seja lá o que for para verificarem se estavam contaminados ou não. Ele faria Sun passar por um desses exames, assim como a senhora Mellark.
As horas passaram se arrastando, o que pareceu uma eternidade para Zayn. Assim que o sol apareceu, mesmo que encoberto por nuvens, no céu ele pôs-se de pé e foi tomar um banho, fez sua higiene e colocou roupas quentes. Ligou para a recepção e pediu um copo enorme de café. Ele sentou-se em uma poltrona e esperou pelo café, imerso em seus devaneios sombrios. Imaginando sempre o lado pior da situação. Alguém tinha que ser realista e esse alguém era, sem dúvida, Zayn. Duas leves batidas na porta o fizeram despertar de seus pensamentos, ele levantou-se e abriu a porta. Uma mulher veio lhe trazer café e um pouco de torradas. Mesmo que ele não tivesse pedido as torradas aceitou-as sem reclamar. Comeu um pouco das torradas que a mulher lhe trouxe e enquanto segurava o copo de papel com café, caminhava de um lado a outro no quarto. Seu telefone tocou novamente e ele rapidamente o atendeu. Como havia suspeitado, os agentes que estavam sendo retirados iriam passar por exames de sangue e urina.
- Não posso levar uma amiga para fazer o mesmo exame? Ela vai embora comigo...
- Não, senhor. Estamos autorizados somente a fazer exames nos agentes ou em familiares próximos. Como: esposas ou filhos, caso tenham vindo acompanhados.
Zayn tinha que pensar rápido e só tinha uma alternativa.
- E a minha noiva? Poderá fazer o teste?
~*~
Eram nove da manhã e a mãe de Sun estava dormindo. Ela fazia o máximo de silêncio possível para que Sarah pudesse descansar tranquilamente. Estava sentada na sala, olhando para o nada até seu telefone começar a vibrar. Olhou o visor e viu que era Zayn, o que será que ele poderia querer com ela? Devia ser algo importante, porque ele não parecia ser o tipo de cara que ficava ligando. Ela atendeu.
- Sun?- a voz dele ficava bem mais grave ao telefone.
- Oi, Zayn.
Ele parecia preocupado.
- Sun, eu preciso conversar com você. É urgente e muito sério.
Sun assustou-se um pouco.
- O que aconteceu?
- Eu preciso falar com você pessoalmente, é uma situação muito complicada.
- Você vai vim aqui?
- Tem como você me encontrar na delegacia? Eu tenho alguns problemas pra resolver lá e já estou a caminho.
- Tudo bem. Vou pra lá agora.
- Ok. Te espero lá.
E desligou. Sun levantou-se em um pulo e foi para seu quarto, pegou suas roupas e foi para o banheiro do mesmo tomar um banho.
Após fazer tudo rapidamente, colocou suas roupas e desceu em silencio. Sua mãe ainda dormia e não queria incomoda-la. A delegacia não era tão distante então, pegou um táxi e foi ao encontro de Zayn.
Alguns minutos depois ela desceu do táxi e deixou algumas libras com o motorista sem esperar pelo troco. Correu para dentro da delegacia e foi perguntar diretamente pelo Zayn. Como se tivesse escutado seu nome, ele apareceu andando por um corredor próximo. Ele a viu e dirigiu-se para ela.
- Vamos até meu carro.
Sun hesitou mas ainda assim o seguiu até o estacionamento. Chegaram próximo a um carro preto e pararam. Ele apertou algo próximo a chave e o carro fez bip bip. Zayn abriu a porta para que Sun entrasse e ainda que por um instante de relutância, ela entrou. Zayn deu a volta e abriu a porta do motorista, sentou-se sem falar nada e deu a partida no carro acelerando. Eles foram em silêncio por uma parte do caminho de sabe-se lá onde, Zayn com uma mão no volante e a outra com a parte externa encostada nos lábios em sinal de preocupação, que estava pensando em algo. Suas sobrancelhas estavam unidas, ele tinha uma expressão séria e amedrontadora. Depois de pouco tempo, que pareceu uma eternidade para Sun, ele suspirou e olhou para o rosto de Sun brevemente e tirou a mão da boca, segurando o volante.
- Eu não quero te assustar, nem te deixar preocupada. Mas preciso ser direto.- a voz de Zayn estava rouca- O governo está tendo alguns problemas e infelizmente não consegue controla-lo. Tememos um possível caos e eu queria pedir à você e à sua mãe para que viessem comigo.
- Você só pode estar louco, ne? Como vou sair da cidade com você, se não o conheço. Como vamos nos estabelecer em outra, Zayn? Onde vamos viver? Você as vezes consegue ser bem estranho.
Zayn arqueou uma sobrancelha e a olhou, em seguida voltou sua atenção novamente pra estrada.
- Sunny, a situação é bem mais grave do que você está imaginando.
- E qual é a situação?
- Há um vírus letal atingindo a cidade, o governo está abafando o máximo que consegue, mas nós, funcionários do governo estamos sendo retirados da cidade. A prioridade agora é dos agentes que vieram de fora para solucionar o problema dos assassinatos. Me orientaram a deixar a cidade e buscar um lugar o mais longe possível da civilização. Essa epidemia pode atingir o país e pode atingir dimensões maiores chegando a outros lugares do mundo. Estamos sendo submetidos a exames de sangue e urina antes de partirmos porque não se sabe quem foi o primeiro infectado e com quantas pessoas ele entrou em contato. É um tipo de vírus que mata rapidamente. Quero que você e a senhora Mellark venham comigo pra Liverpool. Conheço um lugar excelente para nos isolarmos por enquanto.
Sun não sabia o que falar, era informação demais para sua cabeça processar assim. Uma doença. Um vírus. Sua mãe trabalhava no hospital e isso era um risco gigantesco. O coração de Sun acelerou, o medo a atingiu como uma forte onda se quebrando sobre ela. Ela olhou para Zayn, estupefata. Sua garganta estava seca e sua cabeça girava demais. Ela sentia-se tonta, sentia-se fraca. Se perdesse sua mãe, não teria mais nada. Preferia morrer do que viver sozinha.
- Você está bem?- Zayn tinha uma expressão estranha.
- Não sei.
- Não fique preocupada. Consegui com que você e sua mãe façam os exames junto comigo. Para todos os efeitos, você é minha noiva. Entendeu?
Sun o olhou. Estava enjoada, achava que iria vomitar a qualquer instante.
- Zayn, só há um problema.
- E qual é?- ele perguntou unindo as sobrancelhas mais uma vez.
- Minha mãe não vai poder sair da cidade.
- E por que não?
- Porque ela trabalha com doenças virais, trabalha tentando controlar epidemias. Ela provavelmente está cuidando de pacientes com o vírus.

Nota da autora: Olá, gente preciso saber da opinião de vocês. Se estiverem gostando ou querem dar alguma opinião dêem like e comenta por favor! Vai ajudar bastante e a opinião de vocês conta muito mesmo! Obrigado! E continuem lendo porque ainda tem muito mais por ! ;)

In The End (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora