Após toda aquela turbulência em sua vida, as coisas se acalmaram. Sun trancou a faculdade e agora ficava em casa sozinha tentando se esquecer da dor que ainda pulsava em seu ser. Faziam duas semanas que seu pai fora enterrado e após sua morte, a matança simplesmente parou. A polícia ainda não tinha conseguido resolver todos aqueles casos, Sarah e Sun ainda tinham que comparecer à delegacia e recebiam visitas do agente Zayn que estava realmente empenhado em resolver toda aquela situação gigantesca. Ela e Zayn passaram a conversar mais, então ela sabia de algumas coisas como: a polícia não daria conta daquilo tudo com apenas um grupo. Então a policia foi fragmentada em grupos, cada um com um agente responsável, uma espécie de líder. Zayn era um desses, tinha apenas 26 anos e era líder de um grupo da polícia. Investigava crimes e solucionava a maior parte.
Sun sabia algo sobre ele, pesquisou e encontrou algumas poucas coisas, mas era um prodígio e considerado um dos melhores agentes da polícia inglesa.
Ela estava sentada em uma poltrona macia na sala de estar enquanto assistia ao noticiário na tv. Olhou para o sofá vermelho e visualizou seu pai sentado ali, com os óculos na ponta do nariz lendo o seu jornal como fazia toda manhã. Ela afastou esse pensamento e tentou voltar a pensar em Zayn e na sua efitividade na polícia. Ele provavelmente viria hoje, Sun começava a desconfiar que ele não estava vindo somente para verificar como andavam as coisas, se tanto ela quanto a mãe conseguiram descobrir algo. Sun desconfiava que ele vinha aqui para vê-la. Até porque, que tipo de agente vive visitando a casa da família da vítima para saber sobre alguma novidade? Por que não verificava isso na delegacia? Zayn vinha para verificar as coisas, ele era um cara sério e isso era bem visível, mas ia diretamente na casa de Sun para vê-la também. No início ela tinha certeza que ele ia lá somente pelo trabalho e ele ia mesmo. Mas um tempo depois alguns olhares começaram a ser trocados, ela não podia ler os pensamentos de Zayn, mas sabia o que ele estava querendo. Ele aproximou-se dela, era consequência do seu trabalho mas também queria aquilo e Sun não se opôs. Ela sabia que não devia pensar naquilo agora, mas aqueles olhos azuis a deixavam hipnotizada e as vezes Sun queria beija-lo mais que tudo. Eram impulsos, uma atração muito forte que ela controlava firmemente.
Sun olhou o relógio em seu pulso, já eram quase 17 horas e Zayn chegaria em breve. Sua mãe chegaria somente às 19 horas e autorizou que o agente fosse lá para fazer algumas perguntas no horário normal. Zayn disse que ele poderia estar lá após a chegada de Sarah, mas ela negou. Insistiu que ele viesse em seu horário de costume. Sun sabia que sua mãe não queria tocar no assunto. Na delegacia falava pouco, então Sun era a porta-voz. Em casa quando o agente chegava ela ficava em uma distância considerável, em outro cômodo se possível. Sarah havia se fechado e não queria muita conversa, a mulher feliz e que adorava conversas havia se trancado e deixado transparecer uma mulher calada, dura e ao mesmo tempo frágil. Sun sabia, Sun sentia que toda aquela situação estava sendo insuportável. A ausência de seu pai machucava, o modo como fora arrancado de sua vida e família doía ainda mais, saber que ele estava em buraco abaixo de sete palmos de terra se deteriorando também doía. Sarah estava se esquecendo de Sun e focando cada vez mais em seu trabalho no hospital. Era médica e havia começado a trabalhar lá a pouco tempo. Sun não a culpava, obviamente precisava do apoio da mãe assim como Sarah precisava dela, mas Sun estava conseguindo se virar melhor do que a própria mãe. Que vivia em seus plantões médicos e quando estava em casa parecia vazia. Sua mãe parecia ter morrido por dentro. Parece que se foi junto com o pai de Sun.
~*~
Fazia um mês que Zayn estava na cidade e não tinha previsão para volta. Morava em Liverpool e sua casa provisória em Londres, cidade que detestava, era o hotel.
Já eram quase cinco da tarde e estava terminando de se arrumar para ir à casa de Sunny. Estava de frente para o espelho e enquanto ajeitava a manga de seu sueter encarou seus olhos azuis. Ele não sabia o que ela tinha, mas era algo inexplicável. Ele só sentia desejo por ela, quando a viu pela primeira vez na sala de estar já sentiu uma pontada dentro de si. Ele não estava apaixonado, não estava nem perto disso, se negava, mas sentiu desejo por ela. Como nunca sentiu antes. Zayn havia tido outros relacionamentos antes e se decepcionado. Não que ele se entregasse por completo a alguém, mas ninguém é de ferro. Realmente gostou de todas as namoradas que teve e se decepcionou com todas. Agora não queria algo sério, deixava bem claro para as mulheres que o queriam. Não que fosse um crápula, mas era seu direito não querer um compromisso sério com alguém. Zayn saiu do banheiro enpegou seu celular, a chave do carro, colocou o relógio no pulso e guardou o distintivo na jaqueta que vestiu. Saiu do quarto e fechou a porta, já no corredor do hotel chamou o elevador. Em seguida desceu e saiu no saguão. As enormes portas foram abertas por um funcionário do local e ele saiu para a tarde fria. Entrou no carro preto que o departamento de polícia o cedeu. Ligou o aquecedor e dirigiu-se para a casa de Sunny.
Chegou lá e tocou a campainha. As mãos cobertas por luvas ainda não estavam aquecidas o suficiente então ele as esfregava uma contra a outra. Não demorou muito para que Sunny, ele não conseguia chama-la somente de Sun mesmo que ela insistisse era algo muito íntimo, abrisse a porta e permitisse que ele entrasse. Ele entrou e se sentou em um sofá vermelho que estava se tornando familiar. A tv estava ligada no noticiário e por um instante algo prendeu sua atenção. Um letreiro enorme passava na parte de baixo da tela, trazendo a seguinte notícia: DOENÇA VIRAL ATACA CIDADÃOS DA INGLATERRA E MATA TODOS AQUELES QUE ENTRARAM EM CONTATO COM O VÍRUS. UMA POSSÍVEL EPIDEMIA PODE ATINGIR O PAÍS E SE ESPALHAR POR OUTROS LUGARES DO MUNDO.
Zayn achava inacreditavel o fato de nem resolverem um problema gigantesco que a polícia estava tendo e agora teriam outro maior ainda na área da saúde. O que estava acontecendo? Era desgraça atrás de desgraça.
Sun sentou-se ao lado de Zayn e ele voltou sua atenção para ela esquecendo-se completamente do noticiário.
- Posso desligar a tv? Ou você quer ver algo? - ela falava o olhando.
- Pode desligar. Obrigado.
Sun desligou a tv e voltou a olha-lo.
- E então Zayn, alguma novidade?
Ele encarava a menina ao seu lado, ela havia contado à ele que tinha 20 anos e tinha começado a faculdade. Só que ela não parecia ser tão jovem. Ela era linda, não tinha aparência de velha, mas seu jeito era completamente diferente, agia diferente. Sua pele era clara e sua boca avermelhada formando um pequeno coração, os cabelos eram longos e loiros e os olhos eram castanhos esverdeados. As vezes ele só queria observa-la.
- Estamos chegando perto de alguém que seja o culpado disso. Temos agentes infiltrados em alguns clãs malucos pela cidade. São completamente transtornados, acreditam em existências de vampiros e coisas do tipo.
- Então temos mais de um culpado nisso tudo?
- Sim, isso era bem visível desde o começo afinal muitos crimes assim não poderiam ser cometidos por uma única pessoa. Depois de desconfiarmos de rituais macabros começamos a nos infiltrar em clãs. Descartamos alguns e agora temos algumas opções possíveis.
- E quanto as marcas?- Sun ajeitou-se no sofá esbarrando no braço de Zayn, fazendo arrepios subir até a nuca.
- Nosso simbologista tem a convicção de que são marcas para invocação, só não consegue decifrar. Não consegue ler porque as marcas se perderam a muito tempo.
Zayn ainda a olhava, ela ergueu os braços e pegou os cabelos colocando-os para o outro lado. Ali estava quente, talvez até um pouco demais, Zayn tirou a jaqueta e ficou somente com o suéter.
Sun o olhou e notou os músculos por baixo das mangas do suéter preto com gola v. Sun olhou-o no rosto e viu que ele a encarava. Eles estavam bem próximos naquele instante. Se olhavam bem nos olhos agora.
- Vou pegar um copo de água - Sun disse limpando a garganta e quebrando aquele encanto. Estava muito envergonhada.
Zayn suspirou e ela se levantou, ao passar por ele, não viu que o mesmo tinha se posto de pé. Zayn segurou-a pelo pulso e ela se virou para olha-lo. Ele a puxou para perto de si e colou seu corpo no dela passando a mão por sua cintura, abracando-a. Os dois ficaram em silêncio, Zayn a admirando e Sun nervosa demais para mover um músculo. Logo em seguida ele tirou uma mecha de cabelo do rosto dela que ficou por ali e jogou-o para trás. O rosto dele estava tão próximo que Sun podia sentir sua respiração quente acariciar-lhe o rosto. Então ele aproximou-se dela un pouco mais e seus lábios se tocaram. Um calor subiu pelo corpo de ambos. Foi um beijo calmo e Sun realmente não esperava que ele a beijasse. Se conheciam a tão pouco tempo... Apenas um mês. Ela podia sentir os músculos do braço de Zayn. Era forte e definido. Se beijaram por um longo tempo, até pararem um pouco ofegantes e ficarem se encarando.
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In The End (HIATUS)
FantasyUma força sobrenatural é despertada das profundezas da Terra e ameaça a vida humana. À beira da extinção humanos travam uma luta intensa para salvarem suas vidas e a do planeta. Caso percam, grande parte da humanidade será extinta e a outra feita de...