Sozinha

2.2K 187 82
                                        

Voltei, mas não ia voltar hoje, confesso.

Perdoem pelos dias sem aparecer mas eu precisava respirar um pouquinho.

Queria dizer que agora tenho uma pessoa que me ajuda com o rumo da fic, pode entrar Mari (a boiola) então tudo que acontecer é culpa dela!

Não esqueçam de comentar bastante!

Boa leitura, até o próximo!

------------------------------------------------------

POV LÉIA

Já estávamos sentada quando Thaisa chegou, a loira se sentou e dava para sentir a felicidade dela, eu só esperava que não fosse o que eu estava pensando.

- Oi casaaaaal.- Será que algum dia Thaisa seria um pouco menos exagerada? Ela me abraçou e em seguida abraçou Priscila.- Que pele boa hein Pri!

- Que bom humor é esse garota?- Pri perguntou com um sorriso no rosto.

- Estão passando tanto tempo juntas que já estão falando igual, credo.- A voz de Macris era inconfundível, a vegana sentou do meu lado e me deu um abraço.- O que a convivência não faz.

- Como vocês são chatas.- Revirei os olhos pra fazer drama, acabei apenas arrancando risadas das meninas.

- Começaram o assunto sem mim?- Caroline apareceu, sendo acompanhada de Julia e Kisy que sorriam.- Me atualizem.

- Nada que seja da sua conta.- Respondi rápido levando um tapa da mais velha.- Ta ficando louca?

- Vocês duas podem ir parando.- Thaisa levantou a voz.- Já que todo mundo chegou eu posso falar.

- Então fala Thata, já to ansiosa.- Julia se pronunciou depois de um tempo de silencio entre todas.

- Então, eu e o Rafa já estamos juntos...

- Meu Deus gente eu to passando mal.- Caroline colocou a mão na testa fazendo drama.- Se essa mulher disser que vai casar com o coach eu morro aqui mesmo, to avisando.

- Para com isso Caroline!- Thaisa estava séria, ela realmente ia anunciar aquilo.- Quem vai casar sou eu!

O clima na mesa foi quase de enterro, exceto por Pri e Julia que parabenizavam Thaisa sem parar. Minha mente tentava processar a informação, como era possível que ela iria casar, ainda mais com aquele homem. Respirei fundo e um cheiro enjoativo invadiu meus pulmões, não demorou para que meu estômago embrulhasse em mais um enjoo, isso ja estava acontecendo com tanta frequência que eu estava acreditando estar realmente doente. Levantei rápido procurando por um banheiro. Quando sai da cabine dei de cara com a Thaisa de braços cruzados.

- Você ta grávida.- Ela jogou as palavras antes que eu pudesse pensar em alguma coisa.

- Não.- Respondi mas ela não pareceu se convencer.

- Não é uma pergunta Léia, é uma afirmação.- A loira se aproximou e colocou a mão no meu ombro.- Todo mundo já sabe, só você ta fingindo. Inclusive eu faria o teste antes do próprio Nicola pedir.

- Vocês estão loucas.- Eu queria que elas estivessem, essa é a verdade. Fui até a pia e joguei uma água no rosto.- Não vou fazer teste porque não to gravida.

- E você vai conseguir sustentar essa palavra para mulher que ta chorando la na mesa?- Meu chão sumiu, a noticia de que Priscila estava chorando foi como levar um soco na barriga, e eu preferia realmente ter levado.

Encostei na parede e coloquei a mão na barriga, não queria acreditar nisso, mas era a minha realidade no momento. Tantas perguntas rondavam a minha cabeça, mas nenhuma incógnita era a maior do que como eu contaria pro pai dessa criança e como as coisas seriam a partir dali. As lágrimas começaram a surgir, minha cabeça doía como nunca antes.

- Eu não queria isso, não com ele.- As palavras saiam em meio a soluços. Desespero é a palavra que descrevia aquele momento.- Eu não queria.

- Amiga eu sei.- Thaisa me abraçava em uma tentativa falha de me acalmar.- Todo mundo sabe disso, mas aconteceu e você sabe o que precisa ser feito.

- Sei, mas não consigo.- Meu peito queimava e eu chorava cada vez mais, parecia que estava sendo sufocada pelos sentimentos. Ouvi mais alguém entrar no banheiro.

- Vou deixar vocês conversarem.- A loira me soltou e nem precisei levantar o olhar para saber quem estava ali, o cheiro dela era tão familiar e reconfortante que por um segundo não pensei em nada.- Tenha calma Pri.

Priscila ficou parada por muito tempo, talvez até tempo demais. Eu não sabia muito bem o que falar e ela provavelmente também se sentia assim. Meu choro não tinha diminuído e a dor ainda latejava forte no meu peito.

- O que você pretende fazer?- Ela tinha a voz firme, mas eu podia sentir o quanto ela se esforçava para manter a pose.

- Eu não sei.- Fui sincera.- Só não quero te perder, por favor.

- Acho que esse não é o ponto mais importante agora.- Dessa vez sua voz saiu baixa e carregada de uma tristeza que só me fez ficar pior.- Ele precisa saber.

- Esse é o ponto mais importante pra mim.- Levantei a cabeça pela primeira vez durante a conversa e ver seu rosto inchado por conta do choro me fez querer sumir.- Você é o mais importante pra mim!

- Não sou mais.- Ela olhou para minha barriga e eu entendi o que ela queria dizer, eu tinha outra prioridade agora.- Você sabe o que tem que ser feito e eu não vou ficar no caminho.

- Prisci...- E antes que eu pudesse terminar a palavra ela saiu, talvez porque não queria chorar na minha frente ou porque não aguentaria me olhar sabendo que eu carregava uma criança dele.

Sem me importar com nada desabei no chão e chorei, por culpa, por raiva, por tristeza, chorei por tudo de ruim que eu sentia naquele momento horrível. Eu estava perdida e sozinha, não tão sozinha, mas esse bebezinho não poderia me ajudar agora, não do jeito que eu precisava. Era impossível saber quanto tempo eu passei ali sentada, só senti as mãos de Caroline me cercando algum tempo depois.

- Ei pequena, levanta.- Sua voz era doce e ela fazia um carinho no meu braço.- Eu sei que isso parece o fim do mundo, mas não é! Você vai ter um bebe e a gente vai amar ele tanto, independente do que você escolher fazer. Você não ta sozinha, nunca vai estar.

- Você promete?- O choro que antes tomava conta agora era apenas um detalhe. As palavras da mais velha tinham trago uma certa calma.- Não me deixa também.

- Pequena ela só ta com a cabeça quente, ninguém te deixou e nem vai te deixar.- Levantei e abracei Caroline como se aquilo pudesse acabar com tudo que me machucava no momento.- Eu vou te levar pra casa.

- Fica lá comigo?- Eu me sentia indefesa, era como se meu mundo estivesse desabando e não existisse uma mão que eu pudesse segurar.

- Fico sim.- Gattaz me levou até o carro e fomos para casa.

Milhares de sentimentos se embaralhavam no meu peito, me sentei no sofá e ali fiquei por horas e horas tentando planejar o que eu faria a partir daquele momento, minha única certeza é de que esse futuro tinha que ser com Priscila do meu lado.


MINE • LeroitOnde histórias criam vida. Descubra agora