De volta

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Ouvi dizer que os dias de gloria chegaram, ouvi um amém?

Talvez o proximo cap venha ainda hoje pois a vitoria do minas me deixou inspirada

comentem bastante, vcs sabem que assim eu volto mais rapido.

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POV LÉIA

Eu tinha acabado de chegar no aeroporto de São Paulo, Marcelo se virava pra carregar todas as malas e eu fazia questão de andar bem a frente dele. Quase ninguém se despediu de mim, o que já era de se esperar, eu magoei todas elas, não esperava que o perdão viesse tão cedo, isso se algum dia viesse, mesmo assim Thaisa ainda passou no apartamento me desejando felicidade independente da minha escolha.

Quando chegamos na casa fui até o meu quarto, que era separado do de Marcelo, eu moraria com ele mas jamais iríamos deitar na mesma cama, isso nunca. Minhas malas já estavam lá e uma coisa me chamou atenção, em uma das bolsa das meninas, que Priscila havia mandado personalizar com o nome delas e algumas florzinhas, havia um papel, parecia com uma folha do caderno favorito da Pri, me agachei com um pouco de dificuldade para pegá-lo e assim que desdobrei pude reconhecer sua letra de imediato. Sentei na cama e comecei a ler.

Era uma carta, no primeiro parágrafo ela se perguntava o que teria feito de errado, nada, meu amor, você não fez nada de errado. Continuei lendo tudo que tinha ali e cada frase cortava ainda mais meu coração, a cada vez que ela se culpava por algo a minha vontade era ligar e contar tudo, dizer que ela não errou em nenhum segundo sequer, que todos os meus dias com ela foram os melhores de toda a minha vida.

Eu não podia deixar ela se sentir assim, precisava fazer alguma coisa só não sabia o que, a essa altura eu não tinha ninguém, estava sozinha e destruída. Então como se Deus estivesse me dando uma segunda chance o meu celular tocou, confesso que o nome que apareceu na tela me surpreendeu, mas dessa vez eu não iria errar, não de novo.

- Oi.- Minha voz era mais um sussurro do que qualquer outra coisa. Fui até a porta e a tranquei garantindo que Marcelo não me pegaria, precisava ser o mais discreta possível.

- Ele tá aí por perto?- A voz rouca do outro lado era reconfortante, melhor que ouvir aquela voz foi perceber que ela entendeu tudo sem que eu precisasse explicar nada.- Se ele estiver finge que é telemarketing, te dou autorização pra me xingar.

- Não, acho que ele ta no banho.- Respirei um pouco aliviada.- Como você sabia?

- Ah Leinha, eu já passei por isso.- Sheilla confessou. Ouvir que ela já tinha passado pela mesma situação trouxe um certo alívio, se deu certo pra ela, significa que também pode dar certo pra mim.- Eu percebi que tinha algo muito errado no hospital, mas como você decidiu não falar, eu fiquei calada.- Me direcionei até a varanda e respirei fundo, eu queria chorar por ter sido tão burra a ponto de ter ficado quieta.- Mas a sua teimosia vai valer de alguma coisa, me escuta com atenção, eu vou dizer o que vamos fazer.

Ouvi atenta todas as instruções de Sheilla, ela me explicava detalhadamente cada passo do que deveria ser feito a partir daquele momento, e mesmo que não fosse meu plano favorito, era o único e mais eficiente que tinha.

- Você vai ter que segurar as coisas por mais alguns dias, não vai ser fácil e ninguém mais pode saber de nada.- Sua voz estava mais doce. Minha cabeça só repetia a idéia de desligar aquela chamada e ligar para outra pessoa explicando tudo.- Nem a Priscila, na verdade, ela é a que menos pode saber.

- Mas ela...- Minha frase foi interrompida por uma batida na porta.

- Ela vai ficar bem, estamos fazendo isso pelas duas, se cuida.- A ligação foi encerrada.

MINE • LeroitOnde histórias criam vida. Descubra agora