MINE • Leroit

Tudo bem

Só teve att pq o coach (sim o coach da thata) me motivou a ser minimamente produtiva no dia de hoje, agradeçam a ele.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

POV LÉIA

Coragem, uma palavra tão pequena que exigia tanto de mim. Tive que ter coragem para assumir o meu amor, pra mim mesma e pra ela, coragem pra ter ela comigo, coragem para deixá-la e depois coragem pra voltar, e mesmo com medo, eu sempre tive coragem.

Acordei e pude sentir a respiração leve de Priscila em meu pescoço, o sorriso que invadiu meu rosto era inevitável, a saudade que eu sentia daquela sensação, de ter ela ao meu lado desde o primeiro segundo do meu dia era algo inexplicável.

Fiz um carinho em seu cabelo e ela se aninhou ainda mais em meu pescoço, seu cheiro doce invadia meu pulmão, sua mão tentou de alguma forma chegar até o outro lado da minha cintura, mas era quase impossível já que aos 6 meses de gravidez minha barriga já estava enorme.

- Bom dia, meu amor.- Falei baixo na tentativa de acordar ela com calma.

- Fala de novo.- Ela murmurou enquanto se mexia um pouco do meu lado.

- Bom.- Depositei um beijo em sua cabeça.- Dia.- Um beijo em sua testa.- Amor.- Beijei a ponta do seu nariz.- Da minha.- Dessa vez deixei uma beijo em cada bochecha e ela deu um sorriso.- Vida.

- Faltou o último beijo.- Ela fez um beicinho e eu depositei um beijo ali, era pra ser rápido, mas por algum tempo eu fui incapaz de desgrudar nossos lábios.

Senti sua mão em minha nuca me puxando para mais perto, coloquei a mão em seu rosto e aprofundei nosso beijo, nossas línguas dançavam em perfeita sintonia e as borboletas que por dia eu achei que tinham ido embora, agora voavam dentro da minha barriga me fazendo ter a sensação de que eu estava flutuando. Eu estava completa.

- Eu te amo tanto.- A loira mantinha seus olhos fechados e a testa colada na minha.

- Eu te amo muito mais.- Fiz um carinho em seu rosto.- Mas a gente precisa levantar, as meninas já vão chegar.

Mesmo sob protestos ela se levantou e foi tomar um banho. Me sentei na cama e comecei a repassar na mente tudo o que tinha me preparado para falar, eu não sabia como elas iam receber tudo aquilo, eu vivi duas semanas infernais, mas sabia que teria Sheilla ao meu lado e aquilo já me deixava muito mais tranquila. Nesse momento lembrei que desde ontem não dava nenhuma notícia a ela, então procurei pelo meu celular.

Léia: Bom dia, deu tudo certo, ela preferiu que eu contasse a história uma vez só no nosso encontro de daqui a pouco.

Sheilla: Bom dia Leinha, como você está em relação a isso?

Léia: Insegura.

Sheilla: Eu estarei do seu lado o tempo todo, assim como nos últimos dias

Léia: Eu sei, obrigada Sheillinha.

Sheilla: Não precisa agradecer amiga

Sheilla: Até daqui a pouco

Léia: Até.

Guardei o celular. Mais uma vez eu teria que ter coragem.

Priscila saiu do banheiro chamando minha atenção, a loira estava coberta apenas por uma toalha branca e eu não pude evitar os pensamentos que passaram pela minha cabeça, mordi os lábios tentando me conter.

- Gostou de alguma coisa que viu?- Ela se aproximou com um sorriso de canto e um olhar malicioso.

- Gostei de tudo.- Apertei sua cintura quando ela sentou em meu colo.

- Que pena.- Ela se mexeu um pouco e eu podia sentir sua intimidade em contato com a minha perna, meu sangue ferveu e eu cravei as unhas na sua cintura.

- Daroit.- Minha voz era somente um sussurro, fechei meus olhos na intenção de recuperar o mínimo de controle naquela situação.

- Não temos tempo pra isso.- Ela levantou rápido como se também estivesse tentando manter o controle.- Vai tomar seu banho, tá quase na hora.

- Você só pode estar brincando!- Ela me olhou séria e eu entendi o recado, peguei uma toalha e fui pro banheiro.

Assim que saí do banho pude ouvir algumas vozes na sala, estava na hora, minhas mãos começaram a suar muito e um frio se instalou na minha barriga. Terminei de me arrumar e respirei fundo uma última vez.

- Oi gente.- Caroline e Thaisa interromperam suas conversas para me olhar.

Carol estava muito pálida e bem mais magra do que eu estava habituada a ver, seu olhar era meio triste e meio confuso, não conseguia identificar muito bem. Thaisa parecia não dormir direito por algumas noites, ela me olhava ainda com certa mágoa, mas eu sabia que ela iria entender.

Senti alguém se colocar do meu lado, era Sheilla, a mais alta segurou minha mão e me acompanhou até o sofá onde eu me sentei.

- Eu sei que vocês estão bravas e magoadas, mas eu preciso que vocês escutem tudo que eu tenho pra falar.- Nesse momento minha voz era quase uma suplica e as três loiras à minha frente apenas concordaram com a cabeça. Comecei a contar a história desde a primeira visita de Marcelo.-... então quando eu cheguei em São Paulo e a Sheila me ligou, eu senti que não poderia deixar aquilo passar porque eu não saberia continuar longe de vocês.

- No dia que Priscila foi atropelada eu senti que algo estava errado com a Leinha.- A voz de Sheilla era extremamente mais calma e as meninas prestavam muita atenção.- Quando ela disse que iria embora sem nenhuma explicação coerente foi muito fácil ligar os pontos.

- Desde que Sheilla falou comigo, eu comecei a gravar todas as minhas conversas com Marcelo, e a cada dia ele se comprometia mais e eu ficava mais segura pra voltar.- Uma lágrima escorreu pelo meu rosto quando vi que Priscila chorava naquele momento.- Eu precisava garantir que você ficaria segura.

- Eu vou matar esse filho da puta.- Caroline se levantou rápido fazendo com que eu me assustasse, ela parecia estar com ódio.

- Eu não acredito nisso...- Thaisa olhava para um ponto qualquer como se tentasse achar uma resposta por si mesma.- Esse tempo todo, que maldito.

- Carol você precisa se acalmar.- Sheilla colocou as mãos em seus ombros.- Você também Thata.

Enquanto Sheilla tentava recuperar a sanidade de Caroline e Thaisa, a minha atenção era voltada completamente para Priscila que permanecia chorando, me levantei e fiquei ao seu lado, nada precisou ser dito, ela apenas me abraçou e ficamos ali por algum tempo, não sei dizer exatamente quanto. Agora estava tudo certo, estava tudo bem. Eu estava em casa.