POV PRI DAROIT
Estava sentada em um banco da praça, meus olhos passeavam pelas pessoas ali, é impressionante o quanto todo mundo parece tão feliz. Reconheci uma pessoa e minhas mãos imediatamente começaram a suar.
- Prometo que vim em paz.- Ele ergueu as mão em sinal de rendição. Isso não me deixava mais calma, mas aparentemente ele realmente estava tranquilo.- Só quero ouvir algumas coisas de você.
- Vocês estão sempre querendo ouvir alguma coisa de mim.- Suspirei e ele soltou uma risada fraca.- Não entendi a risada.
- Se você falasse um pouco mais a gente não teria que ficar implorando pra saber o que se passa ai dentro.- Ele apontou pro meu coração.- As vezes é difícil te ler, mesmo que você não saiba esconder seus sentimentos muito bem.
- Entendi, mas o que você quer saber? Não consigo acreditar que você me chamou aqui pra ser gentil.- Senti que fui um pouco rude, mas não mudaria o tom.
- Eu sempre fui gentil Priscila, mas você estava ocupada demais apaixonada por outra pessoa pra perceber isso.- Hoje é o dia das pessoas me baterem com as palavras e eu não fiquei sabendo? Daniel riu e finalmente se sentou do meu lado indicando que a conversa ainda não estava no fim.- Mas não é exatamente sobre isso que eu quero falar.
- E sobre o que é?- Olhei pra frente e jurei que tinha visto um rosto familiar, acabei não dando muita atenção.
- Sua felicidade.- A fala me deixou um pouco surpresa.- Priscila passamos anos juntos, meu objetivo sempre foi te fazer feliz e mesmo que não tenha conseguido fazer isso enquanto estávamos juntos, esse ainda é meu desejo.
- Seja direto Daniel.
- Tem algumas coisas que a Léia fez, que talvez eu tenha escondido ou te contado de um jeito diferente.- Léia, o rosto familiar na praça, caminho de casa DROGA!!
Me levantei em um pulo e comecei a andar rápido, quase correndo, meu coração batia forte no meu peito e minha cabeça só repetia a palavra não diversas vezes. Eu só poderia ser a pessoa mais azarada desse planeta. Entrei no prédio sem ao menos responder o boa tarde do porteiro, entrei no elevador e apertei o botão 15, torturantes segundos se passaram até que eu chegasse no andar.
- Léia.- Bati na porta, eu sabia que ela estava me escutando.- Abre pra mim por favor.
- Daroit vai embora por favor.- Sua voz era de choro, aquilo me despedaçou inteira.- Eu...eu não quero falar com você.
- Fofis por favor.- Encostei a testa na porta, eu queria chorar por ter sido tão burra.- Eu te amo.- Minha voz era apenas um sussurro.- Não só como amiga.
- Não ama, você só ama a si mesma.- O choro que estava preso finalmente saiu.- Eu tô tão cansada Priscila.
- Me desculpa.- Minha voz já quase não saia.- Por favor, abre a porta pra mim.
Ouvi o barulho da tranca da porta, me afastei um pouco para que ela pudesse abrir sem que eu caísse em cima dela. A cena que veio a seguir foi demais pra mim. Léia estava com os olhos inchados, como se aquele choro já estivesse ali a mais tempo do que eu imaginava, sua feição era de pura tristeza ou decepção, era impossível que eu conseguisse descobrir isso agora. Levantei minha mão na intenção de tocar seu rosto mas ela acabou desviando, o que me fez tremer um pouco.
- Fofis.
- Não me chama assim, Priscila, por favor.- Ela tentava manter a voz firme, só que aquilo era quase uma missão impossível.- Abri a porta, o que mais você quer de mim?
- Eu quero explicar.- Juntei as mãos e puxei o ar procurando palavras pra explicar.- Sei o que você ta pensando...
- Não sabe. Mas eu nem espero que você saiba mesmo, afinal todo mundo ta sempre no seu pé e você nunca vai entender o que é se sentir assim.- Ela estava sendo dura demais, mas eu não a julgava.- Eu só quero um tempo, preciso que você respeite pelo menos isso, pelo menos dessa vez.
Ela levantou o olhar e percebi que ela olhava para algo atrás de mim, mas antes que eu me virasse senti uma mão no meu ombro, a parti dali tudo parecia apenas flashs na minha cabeça. Thaisa me puxou e me levou pra casa, sem falar nada, talvez eu fosse ficar assim por um bom tempo.
- Eu poderia te falar muitas coisas agora, mas prefiro acreditar que você já se tocou de tudo.- A loira se jogou no sofá e eu continuava com o olhar fixo em algum lugar que eu não sabia muito bem onde era.
- Preciso consertar isso.- Minha voz saiu tão baixa que era quase impossivel escutar.
- Você vai precisar de muita sorte pra isso viu loirinha, muita sorte mesmo.
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quanto mais comentários mais rápido eu volto hein
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MINE • Leroit
FanficDepois de términos um tanto quanto confusos e traumatizantes a duas amigas percebem que a verdadeira felicidade na verdade sempre esteve muito mais perto do que se imaginavam, mas será que é tão fácil assim?