Carta

1.8K 186 121
                                        

  Não quero ninguém triste, pulando de ponte, cachorro latindo e nem criança chorando. Não to legal depois de escrever isso aqui.

Boa leitura pra vocês pq realmente não tenho mais o que falar.

me sigam no tt @chinattaz, mas se for pra me macetar não precisa.

---------------------------------------------------------------------------

POV PRI DAROIT

Olhei para a cozinha e percebi que o clima não estava muito bom, Thaisa chorava enquanto Léia mantinha um rosto sério, na verdade eu não conseguia identificar muito bem o que estava acontecendo. Optei por ignorar e continuar a conversa com Caroline.

- Mas você vai pedir antes das meninas nascerem?- Carol tinha a cabeça apoiada na mão e um sorriso no rosto.- Espero que seja gay igual o pedido de namoro.

- Então, no nosso primeiro mês ela fez uma coisa muito linda, pensei em fazer parecido.- Recuperei a memória das flores espalhadas pelo apartamento naquela noite, queria que tudo fosse ainda mais especial.- E eu quero pedir antes das meninas nascerem sim, quero ter certeza de que passaremos o resto da vida juntas o quanto antes.

- A cada dia eu fico mais surpresa com o quanto vocês conseguem ser gays.- Gattaz olhou pra cozinha e sua feição ficou confusa.- O que será que está acontecendo ali?

- Não sei, Thaisa não parece muito bem.- Me virei tentando ver o rosto de Léia.- Na verdade nenhuma das duas parece, vamos lá?

- Não sei se é uma boa ideia.- Ela avaliou mais um pouco e suspirou derrotada.- Tá, mas se for notícia ruim você vai pagar minha próxima terapia.

  Levantamos do sofá em direção a cozinha, minha testa doeu um pouco devido aos pontos que tinha levado no local. Parei ao lado de Léia e Caroline ao lado de Thaisa, a loira estava estática, como se tivesse ouvido a pior notícia do mundo.

- Gente, o que tá acontecendo aqui?- Perguntei curiosa pra saber o motivo do clima estar tão pesado.- Alguém morreu?

- Conta pra ela Léia.- A voz de Thaisa era carregada de mágoa, aquilo ligou um sinal de alerta na minha cabeça.- Conta o que você decidiu.

- E...eu...- A morena gaguejava como se a qualquer segundo fosse dizer a maior atrocidade do mundo, o desespero já estava surgindo em meu peito.

- Fala logo amor.- Praticamente supliquei, já não aguentava mais o suspense.- Não pode ser nada tão ruim quanto ser atropelada enquanto tenta voltar pra casa.

- Pode sim.- Thata chorava ainda mais, Caroline a abraçou em uma tentativa falha de acalmá-la.- Fala Léia, se você é corajosa pra fazer, também é pra falar.

- Eu já to ficando preocupada.- Gattaz fixou seu olhar na mais baixa.- Fala!

- Eu vou embora.- Ela respirou fundo, parecendo reunir coragem pra dizer a próxima frase, eu preferia que ela tivesse parado por ali.- Eu vou voltar para São Paulo, com o pai das minhas filhas, minha família.

  Eu não queria acreditar que realmente estava escutando aquilo, o que será que fiz? Por todo esse tempo acreditei que eu era a família dela, que era comigo que ela queria ficar, acreditei que o nosso amor era maior do que tudo isso. Enquanto eu enfrentava Marcelo e dizia pra ele com todas as letras que elas eram minhas, na verdade, elas sempre foram dele. Eu amei sozinha por todo esse tempo? Foi uma brincadeira? Um passatempo? Alguém que estava ali só até ela decidir com quem queria ficar? Nesse momento eu me questionava sobre todas as coisas possíveis. Meu corpo começou a reagir, minha visão ficou embaçada, a mão que estava apoiada no ombro da menor desceu por suas costas, eu me afastei daquela mulher.

MINE • LeroitOnde histórias criam vida. Descubra agora